6. Primeiro Contato

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surge Stoico lutando contra o Pesadelo Monstruoso nos protegendo...

Lutando à ponto de ficar sem fogo, o dragão se acovarda e foge junto com todos os outros dragões.

O dia amanhece e podemos ver toda a destruição causada pelos dragões, Stoico para na nossa frente com um olhar de desaprovação, ele olha pra mim e me dispensa com um aceno de cabeça, me despeço de Soluço murmurando boa sorte pra ele dando um sorrisinho pela cara de ofendido dele, me dirijo aos meus pais que tem o mesmo olhar de Stoico, dou um sorriso amarelo e fomos para casa

Chegando lá eles me sentam em uma cadeira e começam...

- Quantas vezes dissemos pra ti não ir atrás dele durante o ataque? - Falou minha mãe

- Demais até pra contar - Respondi mal humorada

- Garoa, isso é sério, por pouco não perdemos você de novo - Retruca meu pai

- Eu sei e sinto muito por fazer isso com vocês, mas eu preciso e- - Fui interrompida

- Precisa do que? Hein!? Aliviar a sua culpa em relação à Serena? Por que você não conseguiu ajuda-la ou porque acha que ela morreu por sua culpa? - Retrucou com agressividade minha mãe, ela continuou - Não desperdice a vida que ela morreu protegendo... a sua, e você não deve nada a ela mais, o Fumaça era a única coisa que ela tinha e você o salvou mandando-o para longe antes deles chegarem, você salvou a vida do filho dela! Era a melhor coisa que você poderia ter feito pra ela filha - Diz suavemente

Segurando minhas emoções, eu respondo - Em parte é isso, e a outra é que o Soluço conseguiu pegar o Fúria da Noite, ele não estava mentindo - Respirei fundo - Eu quero impedí-lo de fazer o maior erro de sua vida, mãe. Não posso ver mais um Fúria da Noite morrer

- A gente também conhece ele filha, ele nunca vai matar um dragão mesmo se quisesse - Disse meu pai

- Eu sei e é por isso quero estar do lado dele nesse momento, para que saiba que tem gente igual a ele, que não gosta de matar dragões, não quero que pense que está sozinho, ele é o meu melhor amigo e quero estar do lado dele como eu não pude com o Fumaça

Meus pais se entreolham e minha mãe suspira enquanto meu pai da de ombros

- Então vá atrás dele Garoa, só... tenha cuidado, e lembre-se de que esse Fúria da Noite não é o Fumaça, é um dragão selvagem - Ela estende a mão e acaricia a minha bochecha - ele não vai tratar vocês como amigos e vai tentar atacar, tome muito cuidado minha filha - Minha mãe me puxa para um abraço e beija minha cabeça - agora vai, ja te seguramos por muito tempo

Abraço meu pai também - Obrigada... - Agradeço e me solto dele e corro porta a fora bem a tempo de ver o Soluço saindo pela porta dos fundos de sua casa, respiro fundo e sigo ele

°°°°°

- Brasa minha querida, eu gosto do Soluço, mas se ele encostar um dedo nela eu vou--

- Para com isso querido, prefiro o Soluço do que Cabeça Dura, e nossa filha é muito densa, nem percebe que o Soluço gosta dela, se bem que ela também gosta dele e não vê isso - Gosmento estava fumegante de raiva escutando sua esposa

- Oh, pelo martelo de Thor! Como você é dramático Gosmento, ela já tem idade suficiente pra namorar, nem vem se fazer de puritano que a gente começou com catorze e nos casamos com dezoito, e nessa época já tínhamos a Garoa - ele teve a decência de se sentir envergonhado - Agora vamos ajudar a tirar os destroços

°°°°°

Encontrei finalmente o Soluço atrás de uma pedra observando alguma coisa, cheguei perto me agachando e toquei seu ombro.

Ele pula de susto e se vira, vendo que sou eu ele solta um suspiro de alívio

- Garoa, porque me seguiu até aqui?

- Porque você não me escutou! - jogo os braços pra cima demonstrando minha indignação - quando eu disse pra você não pegar esse dragão, só estou garantindo que você não morra!

   Com uma expressão de tédio ele comenta:

- Com esse corpo magrinho que não tem uma grama de músculos, me proteger? - Ele zomba

   Ofendida pelo comentário, dou um soco bem forte no ombro dele fazendo-o cair no chão

- Ainda sou fraca pra você? - Com as mãos na cintura ergo a cabeça com orgulho

   Soluço ri enquanto se levanta segurando seu ombro - É, talvez umas quinhentas gramas - Ameacei levantando o punho novamente - Ta! certo, certo... Admito você é forte - falou sorrindo pra mim. Devolvendo o sorriso, comento

- Ainda bem que você sabe, já que experimentou em primeira mão - Brinco, nós dois rimos da nossa conversa e quando paramos ficamos olhando um para o outro, ambos sorrindo quase rindo da nossa conversa anterior, até que ouvimos um rugido frustrado escapando do dragão amarrado

   Soluço tomando a iniciativa se aproxima tirando a faca do coldre
  
   Fico apreensiva, eu sei que ele não vai machucar o dragão e muito menos matá-lo, mas eu não posso controlar e prever o que o dragão pode fazer quando ver a faca

   Soluço olha nos olhos do Fúria da Noite que curiosamente é preto e levanta a faca, estava prestes a baixa-la quando ele vê o dragão fechar os olhos e descansar a cabeça no chão, aceitando sua morte, coloco minha mão sobre a boca "ele sabe que vai morrer, e ele está pronto" penso. Soluço vendo isso abaixa a faca com uma postura de derrota

- Eu não consigo, não consigo matar um dragão - Após ter dito isso, começa a cortar as cordas que envolviam o dragão, ele parecia surpreso

   Quando o dragão conseguiu se mover ele levanta a asa com tudo derrubando o Soluço no chão, Soluço vendo ele se aproximar começa a se arrastar pra tras no chão até encostar na pedra onde eu estava e me abaixei à medida que iam se aproximando de mim
   Com nós dois encurralados o Fúria da Noite ruge bem alto em nosso rosto e depois bate com força suas patas dianteiras na pedra afirmando sua dominância, logo em seguida ele abre voo se afastando de nós, o que não durou muito tempo até ele cambalear muito batendo nas árvores até cair numa clareira. É mais um buraco parecendo uma clareira

   Nos levantamos e damos uma olhada pra ele do topo da clareira, o dragão nem conseguia planar direito, nos perguntávamos o porque até ver a cauda dele, faltava um lado, deve ter sido arrancado durante a caída

- Vamos Soluço, está ficando tarde e precisa voltar antes que seu pai sinta a sua falta em casa - Soluço assente e se vira pra ir embora, chegando em sua casa ele para

- Me encontre na clareira de manhã, amanhã - Pede - Só não conte ao meu pai sobre isso

- Não vou contar, não se preocupe Soluço - Nos abraçamos nos despedindo

O Começo (Soluço x Oc)Onde histórias criam vida. Descubra agora