Capítulo 1: Confissões

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R e a l
Me prendi aos desprazeres da vida
e me perdi por essência.
Desisti, olhei para trás.
Era tempo de voltar e desprender
em busca do verdadeiro prazer.
Me trouxe a nenhum lugar material,
mas o que vivi, vivi cada instante real.

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O  p a p e l
Minha folha e caneta
conhecem mais de mim
do que qualquer outra pessoa.
O papel sabe de segredos meus
que nem minha maior paixão teve a chance de saber.
Não posso dizer que não tenho nada de fato,
pois todo meu mero valor
atribuo aos meus escritos,
meu mais sincero amor.

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D e c i f r a r
Não vou admitir, mas vou rezar
para você decifrar
que tô afim de te encontrar.
Tô querendo conhecer
bem mais de você
porque tua voz fez meu tempo
parar.
Mas não vou deixar, não vou admitir
que eu quero seu perfume pra sentir
que seu silêncio no meu abraço
conta também um segredo seu
que tua fala não solta.
Não vou admitir nada
porque sei quem é tua amada
E como temporal de verão,
espero de janela aberta
a sua volta.

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P a s s a d o
Se todo desejo teu
fosse me ter para teu prazer
e que essa troca
fosse a nossa moeda para vida,
seríamos ricas e viajantes sem sair do lugar
descontroladoras do tempo.
Se esse fosse teu desejo,
me embrulharia todo dia
para que me rasgasse à tua maneira
Teu corpo me dá água na boca,
sede que não sacia
Mas o destino é uma incógnita,
gosta de brincadeiras: nos dá presentes
e nos tornamos passado
Esse meu desejo teu fica guardado, quietinho
no meu travesseiro
com nossos cheiros
lado a lado.

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D e c i s ã o
Se um dia eu disse
que eu sabia o que
eu estava fazendo,
pode ter certeza,
eu não fazia ideia.
Isso não é a graça,
nem tampouco a desgraça
do conviver com as consequências.
É apenas o crescer doloroso
das atitudes que me abrem
e me fecham caminhos.

Versos PassageirosOnde histórias criam vida. Descubra agora