E lá estava eu, mais uma vez no estádio do Barcelona assistindo a um treino importante. Não é como se eu não me importasse com o futebol, mas quando seu pai é o técnico e te obriga a assistir os treino tudo fica mais entediante.
Isso mesmo, meu pai é o Xavi Hernández. Obviamente nem tudo é um mar de rosas, mas ser filha do técnico do Barcelona tem suas vantagens.
Vantagens como vir aos jogos de graça, ficar na área vip dos estádios, conhecer os jogadores pessoalmente... Mas chega a ser intenso, o que eu fazia por diversão virou obrigação.
Segundo o meu pai, ele tem medo que algo aconteça comigo enquanto ele estiver longe, ou seja, super protetor.
Logicamente, eu amo que meu pai cuide de mim, mas eu preciso do meu próprio espaço, não?
Me levanto da arquibancada ao ver os jogadores se direcionando ao vestiário. Dou graças a Deus por tudo aquilo ter acabado logo.
Desço as escadas da grande arquibancada e tenho acesso ao campo. Logo me dirigido ao vestiário. É óbvio que eu não vou entrar lá. Apenas fico esperando meu pai do lado de fora.
Enquanto fico andando em círculos, impaciente pela demora de meu pai, sinto um pequeno impacto contra o meu corpo, indicando que eu havia esbarrado em alguém.
— Me descul... — começo a dizer porém mudo minha expressão ao perceber quem era. — Ah, é você.
— Feliz em me ver, bebê? — Gavi disse com um pequeno sorriso no canto dos lábios.
— Você não olha por onde anda não? — perguntei raivosa.
— Eu que te pergunto? — ele diz ainda com aquele sorrisinho idiota nos lábios.
Sinto meu sangue ferver. Ele sabe como me irritar e isso consegue fazer dele mais insuportável do que ele já é.
— Como você consegue ser tão irritante? — perguntei sem esperar uma resposta concreta.
— Como você consegue ser tão chata? — ele tenta fazer algum tipo de jogo.
— Insuportável! — eu disse o olhando nos olhos.
— Estúpida! — ele retrucou.
— Ridículo! — digo na esperança de ofendê-lo.
— Irritante! — Ele deu um passo, se aproximando de mim, olhando diretamente nos meu olhos.
— Eu te odeio! — digo ainda o encarando.
— Eu te odeio mais. — o moreno terminou a frase prensando meu corpo contra a parede.
— Vai se foder, Gavira! — eu disse o empurrando.
Ele apenas se afastou com um sorriso nos lábios. Ele é um completo estúpido e isso me faz ter cada vez mais raiva dele.
Vejo finalmente meu pai se aproximando de nós. Solto um sorriso sabendo que finalmente vou embora e vou ficar longe de Gavi por mais 24h.
— Tudo bem por aqui? — meu pai disse enquanto se aproximava.
— Claro! Por que não estaria? — direciono meu olhar para Gavi e o vejo engolir seco.
Também tem suas vantagens em ter um pai super protetor. Gavi nunca falaria nada que pudesse me irritar na frente do meu pai.
— Sim, está tudo sim. — eu podia sentir o nervosismo dele durante sua fala.
Ele sabe que se meu pai chegasse alguns segundos antes, arranjaria grandes problemas.
Atualmente minha relação com o meu pai não tem sido uma das melhores. Ele não entende que eu preciso de espaço? As vezes parece que ele vai me sufocar. Ele não deixa eu ter o meu espaço pessoal, nunca posso estar em um lugar sozinha, ele sempre tem que estar junto, a não ser na escola.
O carro estava totalmente silencioso, não trocávamos uma palavra.
— Gostou do treino de hoje? — meu pai tentou puxar assunto.
— Foi igual a todos os outros. — respondi olhando para o lado de fora da janela. Sinceramente, por mim iríamos calados o resto do caminho.
— Qual é S/N? Por que está tão distante minha filha? — ele perguntou, o tom da sua voz parecia preocupada.
— Você sabe muito bem o porque. — respondi ainda olhando a linda paisagem de Barcelona.
— Nos já combinamos que você não vai modelar.— Agora o seu tom de voz parecia mais agressivo.
— Eu não combinei nada. — elevei o tom de voz.
O meu grande sonho é ser modelo, assim como minha mãe era... mas eu não tenho a aprovação do meu pai.
— Você é tão teimosa... — ele murmurou mas eu pude escutar.
— Eu? Por que você não cuida da sua vida e deixa eu cuidar da minha? — o encarei pela primeira vez dentro do carro. Minhas palavras foram cuspidas para fora e a reação de meu pai não foi boa.
Meu pai permaneceu quieto e eu sabia que isso não era um bom sinal. Chegamos em casa e ele foi direto para o andar de cima, provavelmente para o seu quarto. E eu fiz o mesmo.
É tão difícil tentar agradar a todos e ao mesmo tempo não agradar ninguém, nem a mim mesma.
A única coisa que me restava era passar o resto do dia trancada. Conhecendo o meu pai, ele nunca deixaria eu sair depois do que aconteceu.
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𝐈 𝐇𝐀𝐓𝐄 𝐓𝐎 𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐘𝐎𝐔; Pablo Gavira
FanfictionS/N Hernandez, filha do ex jogar do Barcelona e atual treinador, tem uma relação de (Amor) e ódio com Gavi, o golden boy do time. S/N nega ter qualquer sentimento positivo pelo golden boy do Barcelona, mas será que ela vai conseguir resistir ao seu...