20| All I want

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Acordo com um barulho alto e irritante, era o celular de Gavi. Eram exatamente 7:47 da manhã e seu celular estava tocando.

— Desculpe, esqueci de colocar no silencioso. — Gavi levantou as pressas para desligar, quando viu o celular hesitou. — É o Pedri. — ele concluiu.

Gavi atendeu o celular, mesmo que não estivesse no vivo-a-voz, eu podia escutar o escândalo de Pedri. Eu não entendia, mas sabia que tinha algo de errado.

— Se acalma, Pedri. Fala mais devagar. — pediu Gavi no celular.

Parecia que Pedri tinha se acalmado, não conseguia mas escutar seu desespero. Gavi começou a rir baixo, e então me encarou.

— Se acalma, ela está bem. — Gavi desviou o olhar e se direcionou a saída do quarto.

A partir deste ponto, eu sabia que o assunto era eu. A notícia do meu "desaparecimento" já tinha se espalhado.

Depois de alguns minutos, Gavi voltara para o quarto. Ele continuava rindo, mas já havia desligado o celular.

— Do que está rindo? — pergunto enquanto o mesmo deitava e se ajeitava do meu lado.

— Do desespero do Pedri. — ele riu. — Ele é um mané. — desta vez, eu ri. — Ele está vindo para cá, eu espero que não tenho problema. — o moreno me encarava esperando alguma resposta.

Apesar de eu querer manter segredo, eu sabia que poderia confiar em Pedri. Ele é como um irmão para mim, e sinceramente, não sei se iria conseguir ficar tanto tempo longe dele.

— Está tudo bem, é o Pedri. — respondi.

Era incrível o quão rápido Pedri havia chegado no apartamento de Gavi. Eles não moravam tão distantes, mas mesmo assim, foi em tempo recorde.

Escuto a campainha tocar diversas vezes sem parar. Provavelmente era Pedri ansioso.

— Para que todo esse desespero. — Gavi atendeu a porta.

— Você não escutou nada do que eu falei no telefone? — Pedri perguntou indignado.

Eu apenas observava a conversa de longe, de forma que eles não pudessem me ver.

— A S/N desapareceu. Xavi não tem notícias delas desde madrugada. — seu tom de voz espairecia desespero.

— Eu não desapareci, só vim dar uma volta. — digo me aproximando.

— Puta merda, S/N. — Pedri atropelou Gavi passando pela porta e me abraçou. — Você me deu um susto da porra!

— Ei, eu estou bem. Não precisa ficar preocupado. — o confortei.

— Mas o que está fazendo aqui, por que não está em casa, ou melhor, por que seu pai acha que está desaparecida? — ele me encheu de perguntas.

— Se acalma, Pedri. Você está muito afobado. — Gavi tranquilizou o amigo.

— Não é todo dia que você acorda com a notícia que sua melhor amiga está desaparecida. — Pedri diz ainda incrédulo. Eu e Gavi rimos.

— Por que não vamos todos tomar um café da manhã. — Gavi sugeriu. — Então S/N aproveita para te atualizar de tudo.

Gavi nem parecia o Gavira que eu conheci. Ele parecia tão maduro e decidido que acabou me deixando surpresa. De qualquer forma, fomos para a cozinha.

Eu e Pedri nos sentamos nos banquinhos encostados na ilha da cozinha, enquanto Gavi fazia ovos mexidos.

— Então 'pera. — Pedri analisou o assunto. — Você está dizendo que seu pai mentiu para você sua vida toda? — ele perguntou após minha atualização.

— Sim, Pedri. Adivinha só, eu sou órfã. — ironizei.

— Sinto muito, S/A. — Pedri colocou sua mão direita em meu ombro esquerdo. — Deve ter sido horrível descobrir isso depois de tanto tempo.

— Não quero pensar nisso agora! — decreto. — Não quero ter que lembrar daquela conversa de novo.

— Eu sei que é difícil, mas você tem que falar com o seu pai. — Pedri diz autoritário. — Ele merece saber que você está bem, fora de perigo.

— Ele não merece nada. — digo raivosa. — Eu não vou falar com ele e ponto final.

Talvez eu esteja sendo infantil demais. Talvez meu pai realmente mereça saber que estou fora de perigo. Mas eu não consigo falar com ele, pelo menos não agora.

— Pelo menos me deixe dizer para ele que você está bem. — Pedri insistiu.

— Não, Pedri. Se ele souber onde eu estou, ele vai vir até aqui. Eu não quero olhar para ele. — recuso.

Gavi apenas mantinha os olhos e ouvidos na conversa.

— Eu acho que você deve falar com ele, ou pelo menos deixar o Pedri falar. — Gavi entrou no assunto.

— Você prometeu que ficaria do meu lado, Gavi. — o julgo.

— E eu vou. Não vou fazer nada que vc não queira. — ele me encarou. — Mas Xavi tem que saber que você está bem.

Por que tudo que ele diz parece ser tão correto? Eu odeio que eles estejam certos.

— Com tanto que ele não venha até mim, eu concordo. — digo vendo Pedri aliviado.

— Graças ao bom Deus. — Pedri agradeceu juntando suas mãos e olhando para cima. — Aliás, desde quando você escuta o Gavi? — ele mudou de assunto. — Desde quando vocês viraram amigos? Por que até onde eu lembro vocês se detestavam. — Pedri iniciou os questionamentos.

— Por que você não para de tagarelar e come? — Gavi perguntou entregando uma tigela com ovos mexidos para o mesmo.

— Eu vou comer, mas não é porque você está mandando, e sim por que eu quero! — Pedri arrancou a tigela da mão do mesmo.

Eu apenas ria de toda a situação.

[...] ➪corte de tempo.

Pedri passou a manhã inteira aqui no apartamento, mas ambos iriam treinar no período da tarde.

Assim que os mesmos saíram, a casa ficaria inteira para mim. Finalmente pego o meu celular, já tinham inúmeras ligações dos meu amigos e familiares, principalmente do meu pai.

Meu nome já estava em alta no Twitter, todos pareciam saber do me possível desaparecimento. Eu estava muito cansada de tudo aquilo, das pessoas cuidarem da minha vida.

Suspiro profundamente tentando processar tudo que acabara de acontecer. Sem querer deixo escapar uma lágrima pensando em minha mãe. Eu não tenho muitas fotos dela, eu nem a conheço, e ainda sim dói. Penso em meu pai e minha avó e em toda a discussão que tivemos diante de tal situação. Minha cabeça estava a mil. Não sei o que pode acontecer de agora em diante.

Tudo que eu quero que tudo isso acabe o mais rápido possível.

Tudo que eu quero que tudo isso acabe o mais rápido possível

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Desculpem a demora. Minha criatividade foi por ralo abaixo.

𝐈 𝐇𝐀𝐓𝐄 𝐓𝐎 𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐘𝐎𝐔; Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora