SEIS

477 47 5
                                    

Merda. Merda, merda, merda! Que merda! As palavras se repetiam na cabeça de Emiko mesmo que sua boca não estivesse emitindo som. Ela estava do lado de seus amigos que estavam um pouco tensos. Emiko nunca jogara um jogo de copas, por isso ela estava nervosa com o que iria acontecer.

Todos estavam reunidos com os celulares nas mãos e olhos arregalados enquanto um garoto gritava que havia uma fogueira atrás do prédio onde estavam.

— Encontre quem matou a Momoka e a queime na fogueira do julgamento — Ann repetiu as palavras que a mulher robótica outra hora falava.

— Uma caça à bruxa? Parece interessante — A voz diabólica de Nirgi foi ouvida enquanto ele andava. Ele sussurrou algo para Usagi e continuou — É isso aí, vamos procurar essa bruxa!

Várias vozes começaram a se misturar, todos estavam assustados e nervosos, ainda mais quando a milícia apareceu com suas armas. O trio suspirou ao ver aquilo. Chishiya foi o primeiro a sair, quase acompanhado de Kuina, mas quando viu que sua amiga não iria segui-la, perguntou:

— Você não vem, Emi? — Kuina perguntou erguendo a mão para a amiga pegá-la.

— Sim... vou sim — Emiko deixou de encarar o corpo morto de Momoka e segurou a mão da amiga.

O trio se dirigiu até a sala das câmeras, para ver melhor tudo o que estava acontecendo. Vendo quando a milícia começou a atirar nas pessoas sem dó ou piedade.

O trio observava todas aquelas pessoas sendo mortas, sem nem ter como se defender.

— Essas pessoas enlouqueceram — Kuina começou falando.

— Nossa, que desagradável — Chishiya debochou.

— Desse jeito elas nunca vão encontrar a bruxa!

— A bruxa podia ser uma de vocês — Assim que o som saiu da boca de Chishiya as duas garotas o olharam fixamente. Como ele pode falar algo assim?

— Pode ser você também — Emiko respondeu brevemente fazendo o garoto voltar seus olhos para ela.

A garota voltou seus olhos para as câmeras e viu Usagi, Tatta e outras duas pessoas que ela não conseguiu identificar pelas câmeras. O que eles estavam fazendo?

— Quer saber? Vou ajudá-los — Ela apontou para o quarteto sendo gravado — Eles devem estar procurando o Arisu.

— O que você está falando? Arisu deve estar morto! — Chishiya respondeu.

— Se o Arisu estiver morto, será por nossa causa — Ela começa — E se não estiver, eu quero ajudar a achar ele. Depois do que fizemos é a única coisa que eu posso fazer.

E assim, sem esperar resposta Emiko saiu silenciosamente daquela sala, sem nem bater a porta direito para não fazer barulho.

Ela andou cuidadosamente pelos corredores, tentando não encontrar ninguém da milícia. O que foi um fracasso, porque quando virou o corredor, lá estava uma garota com uma pistola na mão.

— Emiko... — A garota disse surpresa por ver a mulher viva. — O que você...

— Oi... — Ela não conseguia lembrar o nome da garota — Olha, eu não sou a Bruxa. Eu juro.

— Eu não tenho certeza disso — A garota de cabelos curtos se recompoe e aponta a arma para Emiko, que levanta as mãos.

— Você não vai atirar em mim — Antes que ela pudesse se defender com mais alguma coisa a garota começou a atirar.

Por sorte Emiko desviou no exato momento, correu até a garota e a derrubou no chão. Ficou em cima dela enquanto ela se debatia para tentar atirar novamente na garota.

𝐏𝐎𝐍𝐓𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐏𝐄𝐒 - alice in boderlandOnde histórias criam vida. Descubra agora