2•killer 🫀

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Valentona

Com as mãos no volante daquele Iate, e uma música na rádio, eu velejava de volta a costa, minha cabeça estalava, eu só conseguia pensar, "o que será que o chefe quer conversar comigo? Será que ele já descobriu que eu não matei a Luiza e apenas fingir tudo"?

Aos longos desses anos eu percebi que não existe munição mais potente do que meus próprios pensamentos.

Após chegar na costa estacionando o iate, eu olhava em volta com a sensação de estar sendo vigiada, após pegar um táxi desconfiada do motorista que me olhava vez ou outra sobre o retrovisor, eu finalmente cheguei aquela boate.

Adentrei a sala do chefe e lhe encontrei sentado de costas em sua poltrona, fumando um cigarro.

--- Você acha mesmo que eu não sei o que você fez Valentina ?

Matias, meu suposto chefe perguntou virando sua poltrona rotativa em minha direção, e eu engoli pedras navalhas, menos minha saliva.

--- Achou que poderia manter isso em segredo ?

Ok, calma.
Deixe-me voltar para quando eu tinha 17 anos de idade, e contar um pouco da minha história, mas vou logo avisando, você não verá muitas coisas boas por aqui.

Meu pai tinha um emprego em um boteco, e minha mãe em uma boate lotada, a única certeza que eu tinha, é que lá ela era muito amada.

Ambos não se importavam com a educação do meu irmão mais novo, o Jonh, eu era mais mãe dele do que meus próprios pais.

Meu irmão mais velho, roubou todo dinheiro da família e fugiu.

Mas o que mais me revoltou foi quando eles largaram o Jonh em um orfanato junto com os ratos.

Essa criação, modificou alguma coisa em meu cérebro, eu não era como as outras adolescentes que pensavam em namoro, eu pensava de forma fria e calculista "em como o mundo seria melhor se algumas pessoas não existissem", quando eu fechava os olhos até já podia visualizar o sangue vermelho vibrante, tudo que eu realmente tinha vontade de fazer era matar, como se meus anjos militassem com demônios, e os infames estavam vencendo.

Lá dentro do orfanato, meu irmãozinho era tratado como um lixo, e sofria, pior do que um bandido.

Lembro bem daquele dia quando eu peguei uma faca cega na cozinha, e caminhei várias ruas até chegar naquele orfanato onde pulei o muro, e esfaquiei algumas pessoas que ficaram em meu caminho, o corredor foi marcado pelo sangue vibrante, eu peguei meu irmãozinho e me mandei.

Ao chegar em casa, vasculhei as coisas do meu pai em busca de um trocado para ir em bora, mas encontrei sua arma e bem na hora ele apareceu me xingando, e meus dedos pensaram mais rápidos que minha mente, atirei contra seu peito e sua cabeça, e ele morreu imediatamente, eu não sentir remorso naquele momento, ao contrário, tudo que eu sentia era alívio.

Matei mais algumas pessoas ao longo de minha jornada, não que eu me orgulhe disso, mas se tornou algo natural para mim, como um vício, era como matar uma mosca.

Eu já estava fora de controle quando a polícia me prendeu, primeiro eu desci para Febem, e depois quando completei 18 subi para penitenciária feminina.

Mas eu estava estranhamente bem, pois meu irmão Jonh finalmente havia encontrado uma família adotiva que lhe tratava como ele merecia.

8 anos depois e eu ainda estava presa naquela selva chamada cadeia, envolvida com brigas e assassinatos minha penalidade aumentou para 58 anos, provavelmente quando eu saísse de lá já seria uma idosa enrugada e sem planos para a vida.

🔥MY SEXY KILLER #Valu © ( Pausada )Onde histórias criam vida. Descubra agora