Capítulo 6 - Mariposa e Lamparina

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Não era a primeira vez que reparava e nem era o único a perceber a atração mortífera. Assim que a lamparina atravessava a porta da sala de reunião, os olhos azulados da mariposa a seguiam com avidez.

Quanto mais até se queimar? Era a questão que dominava a mente de Sasuke. Não muito, supôs quando a mariposa disse algo que fez a lamparina ilumina-se. Só mais uma volta esvoaçante e a mariposa queimaria suas asinhas na chama ardente da lamparina.

O que se passava na cabeça de mariposa de Naruto para derreter-se em sorrisos para Sakura daquele jeito? E o que a noivinha dele diria se contasse? Queria saber sua reação. Não por maldade, apenas por curiosidade. Provavelmente não acreditaria, presumindo que mentia para azucrina-la. Mesmo que a verdade fosse escancarada na cara dela, Sasuke duvidava que percebesse. A inocência de Hinata beirava a burrice quando se tratava de Naruto.

A reunião encerrou-se e Naruto parou para conversar com Gaara. Sasuke se juntou a eles, como de costume contribuiu muito pouco na conversa, falando o necessário para não transparecer seu desprazer por estar ali.

Observou Sakura passar por eles e a concentração de Naruto sumir. Quando os olhos de Naruto cansaram de persegui-la encontraram os atentos de Sasuke. Segurou a vontade de rir da expressão sem graça do Uzumaki por ser pego secando Sakura como nunca tinha feito com a própria noiva.

— Tenho que ir — Naruto declarou — O Shikamaru resolvera o que falta. Até semana que vem.

Gaara o acompanhou até o elevador. Sasuke preferiu retornar para sua sala, refletindo que Naruto passava mais tempo na Yoshiaki do que com a noiva.

~*S2*~

Em pouco mais de um mês trabalhando na casa de Sasuke, estava acostumada às visitas de Mikoto. No entanto aquela era diferente, pois seu pai entrara no apartamento logo atrás da Uchiha. Ele carregava duas caixas retangulares brancas, uma grande e outra menor.

— Boa tarde, querida! — Mikoto a abraçou.

— Boa tarde, dona Mikoto!

— Já disse que não precisa utilizar o dona.

Olhou para o pai, que colocava as caixas na mesinha de centro. Chamar Mikoto de maneira informal já era complicado para os padrões que aprendera com os pais, na presença dele lhe incomodava muito mais. Ele não a repreenderia, nem ao menos olhara em sua direção quando entrara, mas sabia que desaprovaria se tratasse Mikoto sem o respeito que a posição dela frente a eles exigia.

Depois de acomodar as caixas, Hiashi saiu, sem sequer cumprimentar Hinata. No entanto, sua saída deixou a filha aliviada e tranquila diante da informalidade da Uchiha, que parou a sua frente com um enorme sorriso.

— Tenho um presente para você.

— Presente? — relutante, olhou paras as caixas ocupando praticamente a mesa toda. — Não precisa me presentear.

— É quase um presente da sua mãe.

— Minha mãe? — voltou a observar as caixas, agora com curiosidade.

Mikoto sentou no sofá, pegou a caixa maior e, após acomoda-la ao seu lado, abriu revelando um volumoso vestido de seda marfim. Hinata se aproximou, sentou e, hipnotizada, retirou devagar a peça da embalagem. O vestido de gola alta de renda e manga comprida era encantador; seu corpete justo era bordado de minúsculas flores com pérolas incrustadas no miolo de cada uma, o fecho nas costas era uma fileira de pequenas pérolas; a saia de organza com tule por baixo era volumosa; a cauda presa à saia parecia não ter fim; e o véu de renda tinha o mesmo bordado do corpete.

— É... lindo...

— Sua mãe usou no dia em que se casou com Hiashi — revelou Mikoto com voz baixa e emocionada. — O bordado foi ela que fez — comentou, deslizando os dedos pelo desenho delicado.

SasuHina ~ Ensina-meOnde histórias criam vida. Descubra agora