𝙊𝙐𝙍 𝙇𝙄𝙏𝙏𝙇𝙀 𝙊𝙉𝙀

twenty-nine: working

TAYLER LEBLANC

Emma está no quarto dela há dois dias, não nos falamos mais e não vamos mais juntos para o trabalho. Pelo pouco que eu a conheço sei que está esperando um pedido de desculpas e pelo pouco que ela me conhece tenho certeza que sabe que isso não vai acontecer.

Agora estou trabalhando, ou melhor, tentando trabalhar. Saber que a sala de Emma é ao lado da minha e que provavelmente ela está lá, me faz querer abrir essa porta e ir falar com ela.

Olivia entra na minha sala como um furacão, como ela sempre faz.

— Íris está furiosa com você passando os seus clientes para ela. — Reviro os olhos quando Olivia diz, ela se senta e cruza os braços. — Precisamos conversar. — Respiro fundo, eu sei bem do que ela quer conversar.

— Desculpa decepcionar, mas não quero conversar. — Nego, mesmo sabendo que não vai adiantar nada.

— O que aconteceu entre você e Emma? Está nítido que vocês dois não estão bem. — Olivia me olha sério, me faz rir. — Eu estou falando sério, merda.

— Transamos e ela mudou comigo. — Sou direto, não preciso ficar enrolando com Olivia, se não ela vira uma insuportável.

— VOCÊS TRANSARAM? — Sinto vontade de sumir quando Olivia grita totalmente surpresa.

— Cala a porra da boca, inferno. — Fecho os olhos tentando me teletransportar para outro lugar que não seja essa conversa com Olivia.

— Desculpa, me empolguei um pouco. — Dou uma risada quando vejo suas bochechas rosas.

— Típico de uma virgem. — Assim que eu digo isso, vejo minha prima desconfortável como nunca vi antes e o pior é que eu sempre brinco assim.

Olivia limpa a garganta.

— Isso é assunto para outro dia, vamos falar de você. — Minhas sobrancelhas juntam e eu infelizmente entendi.

Eu estou desacreditado com essa informação.

— Quando eu acordei ela não estava mais lá. — Explico sem entrar em muitos detalhes.

— Vocês tentou conversar com ela? — Engulo seco, obviamente não, preferi agir como uma criança e brigar. — Pelo o que eu te conheço, não.

— Não existem motivos para ela ficar estranha, ruim eu sei que não foi. — Eu estou há dias quase quebrando a cabeça e não penso em nenhum motivo plausível.

— Minha melhor dica é: conversa com ela. — Olivia diz como se fosse a coisa mais simples do mundo. — Mas conversa igual gente, cara. — Respiro fundo, meu deus isso seria tão difícil.

— Nós precisamos dessa criança logo e ela afastada desse jeito, vai ser difícil fazer alguma coisa. — Vejo Olivia fechar a cara, como se eu tivesse dito alguma coisa de errado.

— Essa é a sua desculpa? Sei que só não quer admitir que está com saudades dela. — Reviro os olhos, Olivia diz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Saudades, Olivia? Gosto dela, mas não quero misturar as coisas. — Tento ser sincero com ela.

— Misturar as coisas? Tayler vocês são casados. — Olivia se levanta, sua paciência está se esgotando pelo visto.

— É um casamento falso. — Eu respondo em um tom de voz baixo, seria um pesadelo se alguém escutasse isso.

— Quer saber? Se vira, você é a pessoa mais teimosa que eu conheço. — É a única coisa que a minha prima diz antes de sair batendo a porta.