forty-two: forgiveness.

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EMMA LEBLANC

O dia amanheceu estranho, como se a qualquer momento algo de ruim fosse acontecer. Tento rolar na cama, mas lembro que além de estar com uma barriga grande, meu marido resolveu não trabalhar hoje, então não acordo sozinha.

- Está tudo bem? - A voz de Tayler é rouca e sonolenta. Eu sei que todas as noites são complicadas para ele, meu marido mal consegue dormir, preocupado comigo e com o que pode acontecer quando os olhos dele não estão em mim.

- Como sempre, está sim. - Não demoro para responder. Sinto sua mão levantando minha blusa até a altura do peito, e Tayler começar a fazer carinho na minha barriga.

- Às vezes quando você está dormindo eu paro para fazer carinho na sua barriga, meio estranho fazer isso com você acordada. - Franzo a testa quando escuto a coisa mais estranha que esse homem já me disse.

- Por que seria meio estranho? - Não hesito em perguntar.

- Não somos assim. - Ele responde e ainda não estou satisfeita com a resposta, levanto as sobrancelhas. - De fazer carinho um no outro, sei lá, parecia que antes era apenas sexo. - Com os olhos nos meus, Tayler responde e agora parece fazer sentido.

- Sim, mas hipoteticamente você está fazendo carinho na sua filha. - Eu respondo, fazendo meu marido rir de um jeito engraçado.

- Mas eu quero fazer carinho em você também. - Ele diz baixo, mas é claro que eu escuto.

Me viro em sua direção, mas antes que eu pudesse responder, uma ligação vindo do meu celular me assusta.

- Não se levanta rápido. - Reviro os meus olhos quando Tayler me impede, mas assim que ele me solto, caminho até o meu telefone.

Franzo a testa e olho com os olhos arregalados para Tayler. O nome de Íris Leblanc aparece gigantesco na tela.

- Bom dia, Emma. - Ela pronuncia assim que atendo, com aquele mesmo tom de voz de sempre. Seca e rude. - Eu toquei a campainha algumas vezes, mas ninguém me atendeu, também liguei para Tayler e nada. - Assim que ela diz, caminho até a janela do quarto e vejo a Ferrari de Íris parada em frente a nossa casa.

Explico a ela que ainda estávamos dormindo e que dispensamos nossos funcionários porque Tayler ficaria em casa hoje, enquanto eu conversava com ela, meu marido descia para abrir a porta.

Quando desligo a ligação, vou rapidamente trocar de roupa.

Recebo um olhar triste dos dois, assim que desço as escadas e um ponto de interrogação surge na minha mente.

- O que houve? - Pergunto vendo que o clima nunca esteve tão pesado, vejo Tayler respirar fundo.

- Eu queria conversar com vocês dois sobre a minha mudança a Los Angeles. - Íris explica e parece estar muito nervosa, já que não para de estalar os seus dedos. - Talvez eu não esteja presente no nascimento da filha de vocês. - Seu olhar é triste, mas o jeito em que ela diz "a filha de vocês", me mostra que talvez nada tenha mudado.

- E isso vai mudar o que para nós? - Com a voz ríspida, meu marido responde. Em pouco tempo, eu conheço Tayler bem o suficiente para saber, que sim, ele se importa, só finge e muito mal, que não.

 𝙊𝙐𝙍 𝙇𝙄𝙏𝙏𝙇𝙀 𝙊𝙉𝙀Onde histórias criam vida. Descubra agora