Capítulo 05

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O dia foi tão tenso que tudo o que eu preciso é de um banho, deitar em uma cama e descansar, decido nem descer o morro, minha mãe não gosta nada da ideia, mas hoje eu vou dormir aqui na casa que estou organizando para mim, breve será meu novo lar.

Morar no morro acaba sendo muito mais cômodo, passo mais tempo aqui, e mesmo que não tenha trago tudo, já tem o básico dos objetos pessoais aqui em cima. Entro no banheiro e permaneço um bom tempo sentindo a água escorrer pelo meu corpo, visto um shortinho de malha e uma regata preta, arrasto meu corpo exausto até a cama e deito.

Meu estomago alerta que estou faminta, porém meu corpo está sem forças para preparar nada, poderia pedir algo no barzinho do seu Juca ou então para um vapor buscar sei lá... indecisa e cansada é melhor eu dormir, amanhã o dia vai ser foda.

Adormeço sem esforço, um sono pesado, daqueles que o mundo pode desabar que não veríamos, sou desperta na madrugada com o toque do meu celular, affs!! O dever me chama, vejo que a ligação é do irmão Papa, ele ativou e provavelmente vai querer concluir a missão agora. Atendo com a voz sonolenta enquanto passo uma água no rosto.

— NTV mana!? Vamos pra cima? Já pulou ou estava me aguardando?— Ele pergunta animado, como se estivesse sentindo prazer com o que estávamos prestes a fazer.

— NTV mano, estou lhe aguardando, esse show o senhor vai assistir de camarote— brinco, vou me vestindo durante a chamada.

— Então vamos!!

— Cinco minutos te retorno— Aviso e desligo.

Desligo a chamada, fecho o botão da calça e saio vestindo uma blusa de moletom, a noite está fria, junto as mãos e assopro antes de subir moto, piloto pelas vielas até o barraco onde estão, adentro cumprimentando a todos que também estão transbordando adrenalina.

Ligo para o Papa que já estava esperando, na chamada de vídeo ele passa os comandos de como é para torturar esse maldito, Heloísa se diverte cumprindo as ordens, eu apenas observo, meu corpo sente calafrios com os gritos desesperados.

— Vadia, desgraçada!! Isso não vai ficar assim... Você vai morrer— Thor me ameaça a cada estímulo de dor e eu sorrio com deboche provocando de volta.

Tudo segue com muito sangue e gritos, Papa orienta modos perversos de arrancar informações, depois de muito sofrer ele começa a entregar todos os aliados dele que estão no morro e confessou estar coligado com o morro inimigo, o que não é nenhuma surpresa.

— Fica tranquilo, logo mais seus amigos vão te fazer companhia no inferno!! — Falo olhando nos olhos dele e então coloco a pistola em sua testa e executo ele.

O show de horrores poderia ser estendido por mais tempo, contudo eu já não tinha mais estômago para isso. O Papa parabeniza a mim e aos demais pelo cumprimento da missão, rio satisfeita e me despeço de todos.

Já alcançava a porta quando sou acometida de um sentimento estranho, volto onde os irmãos estão e mudo o destino do corpo de Thor, peço para que seja entregue a família dele, o padrão é sumir com o que sobrou, o sofrimento dessa mãe aumentaria muito se não pudesse enterrá-lo.

Embora devesse lidar melhor com essa situação, meu corpo está pesado e a alma angustiada, por mais safado que ele fosse, uma vida é sempre uma vida... não foi a primeira e não será a última isso eu tenho certeza, mas que é triste, isso é.

Chego em casa e caminho direto para o banho, deixo a água cair sobre minha pele e mesmo com todo sabão que uso não me sinto limpa, na verdade a alma é quem está contaminada. Saio enrolada na toalha e vejo que meu celular está vibrando, tem uma mensagem do Papa, leio apenas pela barra de notificação para não espichar assunto.

A DonaOnde histórias criam vida. Descubra agora