Capitulo 08 (reescrito)

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𝑃𝑜𝑣 𝑉𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟:

Depois de ter ido para o camarote com a Jacqueline, eu percebi que devia ter dado mais atenção à Ana Beatriz. Ela havia descido para a pista e, quando vi a situação, fiquei distraído com a conversa. Mas, de alguma forma, ainda sabia que ela estava por aí, e isso me incomodava.

Victor: Cara, você sabe se a Ana Beatriz voltou já?

JP: Foi para casa.

Victor: Sério? Onde está minha mulher?

JP: O Menor levou ela para casa. Ela estava cansada.

Victor: Como assim? – fiquei irritado. Não gostava de saber que ela tinha saído sem minha supervisão.

JP: Calma, mano. O Menor é de confiança, não tem nada demais. Ele cuida da segurança da Gabi, já deve ter deixado ela bem.

Victor: Na próxima, eu cuido dela.

Eu me levantei rapidamente, irritado com a situação. Entrei no carro e fui direto para casa, tentando não deixar minha mente se perder nos pensamentos.

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𝑃𝑜𝑣 𝐴𝑛𝑎 𝐵𝑒𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧:

Quando o Victor entrou no quarto, seu olhar estava carregado de raiva, como se estivesse descontando em mim toda a frustração da noite. Eu me encolhi na cama, tentando não me deixar afetar pelas palavras dele.

Victor: O que você estava fazendo? Fui atrás de você e te deixei lá, e você saiu sozinha?

Eu queria responder, mas não sabia como. Não era só a raiva dele que me atingia, mas o desrespeito. Eu não queria mais viver assim, com esse constante medo de não ser boa o suficiente.

Ana: Victor, eu não fiz nada de errado… – minha voz tremia, mas eu não ia me calar.

Ele me olhou fixamente, como se tentasse entender se eu realmente estava falando a verdade ou apenas tentando me defender. Mas, por um momento, o silêncio ficou mais pesado.

Victor: Por que o Menor te trouxe para casa então?

Ana: Ele me trouxe porque eu estava cansada, Victor. Eu só queria voltar para casa.

O Victor olhou para mim e, por um momento, algo no seu olhar mudou. Ele parecia desconfortável, como se começasse a perceber que estava tomando as coisas de forma errada, mas ainda estava tão perdido em seus próprios sentimentos que não sabia como se controlar.

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𝑝𝑜𝑣 𝑉𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟:

Eu queria gritar, dizer tudo o que estava sentindo, mas a raiva não me deixava encontrar as palavras certas. Quando ouvi que ela havia voltado sozinha, sem me esperar, tudo o que eu pensei foi que estava perdendo o controle sobre a situação. Mas, ao ver o sofrimento dela, percebi que não era isso o que eu queria.

Eu a vi deitada, os olhos marejados de lágrimas. Ela estava cansada, não só fisicamente, mas emocionalmente. Eu queria ajudá-la, mas eu mesmo não sabia o que fazer. Eu estava deixando ela ir embora de uma forma que eu nunca imaginei.

A ideia de machucar a pessoa que eu mais amava me corroía. Não era isso que eu queria para nós. Eu sabia que, no fundo, ela não merecia mais esse tipo de sofrimento, mas minha insegurança e frustração me consumiam. Eu precisava mudar, mas não sabia por onde começar.

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𝑝𝑜𝑣 𝐴𝑛𝑎 𝐵𝑒𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧:

Eu senti a tensão no ar, mas, ao mesmo tempo, percebi algo diferente em Victor. Havia algo de arrependido em sua atitude, mas eu não sabia se podia confiar nisso. Ele me olhou como se estivesse vendo o que eu realmente significava para ele, mas também parecia perdido.

Victor: Ana... eu... eu não queria que fosse assim. Não era isso o que eu queria...

Eu queria acreditar nele, mas as palavras dele ainda estavam cheias de dor e confusão. Eu só queria poder confiar, mas as cicatrizes que ele tinha deixado em mim eram profundas demais para ignorar.

𝑝𝑜𝑣 𝑉𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟:

Quando vi a expressão de medo no rosto de Ana Beatriz, algo dentro de mim quebrou. Eu sabia que tinha ultrapassado todos os limites possíveis, e ver o reflexo do meu próprio erro nos olhos dela me fez perder completamente a calma. Mas, ao mesmo tempo, foi o despertar que eu precisava para enxergar o quão longe eu tinha ido.

Lembrei das vezes que a machuquei, da pressão que coloquei sobre ela, e me perguntei como eu podia ter sido tão cego. Eu estava tão envolvido com meu próprio ego e ciúmes que não percebi o quão tóxica minha presença se tornou. Agora, vendo o sofrimento dela, tudo o que eu queria era voltar atrás, apagar o que fiz.

Eu sei que ela não ia me perdoar tão facilmente, e talvez nem devesse. Ela merecia alguém melhor. Eu estava disposto a fazer qualquer coisa para tentar, de alguma forma, mostrar que não era o homem que fui. O que eu mais queria agora era corrigir os erros e construir algo de verdadeiro, por ela, por mim e pelo nosso filho.

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𝑝𝑜𝑣 𝐴𝑛𝑎 𝐵𝑒𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧:

Quando Victor entrou no quarto, me vi tensa, não só por sua presença, mas também pela lembrança de tudo o que havia acontecido. Mesmo sabendo que ele estava tentando mudar, o medo ainda me paralisava. Eu sabia que ele estava tentando ser diferente, mas o passado era uma sombra que não se dissipava com facilidade.

Victor parecia mais calmo, mas eu sabia que ele carregava a culpa de tudo o que havia feito. Ele não precisava me dizer nada. O arrependimento estava estampado em seus olhos. Eu queria acreditar que ele realmente estava se esforçando, mas, ao mesmo tempo, a dúvida persistia em mim. Eu não podia simplesmente esquecer tudo o que ele fez, mas talvez, por causa do nosso filho, fosse possível tentar. Não pelo Victor, mas por nós.

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𝑝𝑜𝑣 𝑉𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟:

Eu me aproximei lentamente, tentando não fazer ela se afastar de novo. Ela tinha todo o direito de me odiar, de me expulsar da vida dela para sempre. Eu mesmo não sabia como ela ainda me suportava. Mas não podia deixar ela ir sem pelo menos tentar mostrar que queria ser alguém melhor.

Eu a olhei, e a angústia no meu peito aumentou. "Eu sei que não posso mudar o que fiz, mas vou tentar ser o homem que você merece, Ana. Eu não quero perder você, nem a nossa filha." Era tudo o que eu podia prometer, mas, naquelas palavras, eu sabia que começava uma longa jornada de reconquista. Eu não queria que ela me perdoasse imediatamente, mas sim que ela visse, com o tempo, que eu estava disposto a mudar.

sᴇǫᴜᴇsᴛʀᴀᴅᴀ ᴘᴇʟᴏ ᴅᴏɴᴏ ᴅᴏ ᴍᴏʀʀᴏ (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora