Trabalhar com crianças está longe de ser tranquilo. É cansativo pra caramba. E agora com a gravidez me sinto ainda mais cansada. Fico contando as horas para ir pra casa. E quanto mais ansiosa eu fico, mais demora para chegar o fim da tarde.
— Você está bem Diana? — Aline, a professora que trabalha comigo, pergunta preocupada — Você está pálida.
— Só estou um pouco tonta — falo escorando as costas na parede depois de colocar o bebê que segurava no tatame.
— Luiza vai chamar alguém lá na frente. Diz que a Diana tá passando mal — pede para nossa estagiária — Você comeu direitinho?
— Comi. É só uma queda de pressão — falo me sentindo sonolenta.
— Não é só uma queda de pressão. Você está grávida. Quedas de pressão não são bons sinais em gravidez! — Fala me abanando com um caderno.
— No início da gestação sim. Eu pesquisei sobre isso — tento tranquilizar ela.
— Diana o que aconteceu? — A diretora Fernanda chega assustada na sala.
— Queda de pressão provavelmente — Aline conta sem olhar para ela.
— Vem Diana. Vamos te levar pro hospital — Fernanda se abaixa na minha frente e segura minha mão dando impulso para me ajudar levantar, Aline faz o mesmo.
Assim que fico de pé sinto minha visão ficar turva. Aperto o braço das duas tentando me manter em pé, mas a inconsciência me atinge.
(...)
A claridade que me atinge quando abro meus olhos me faz fecha-los novamente. Abro-os lentamente piscando até me acostumar e minha visão conseguir focar. A primeira coisa que noto é que não estou no meu quarto. Estou no hospital. E que tenho um acesso para soro na mãe esquerda. Então lembro de passar mal na creche.
— Ei, como você está? — ouço a voz carinhosa de Raphael.
— O que você está fazendo aqui? — pergunto confusa olhando para ele. Pelas suas roupas deveria estar treinando.
— Aline achou que seria bom que o pai do seu bebê estivesse aqui com você — sorri de canto.
— Desculpa por isso — falo envergonhada.
— Não tem problema — acaricia meus cabelos — Eu vou chamar uma enfermeira, tá?
Balanço a cabeça concordando e ele sai do quarto. Minutos depois volta acompanhando de uma enfermeira loira. Forço a visão para ler seu nome bordado no jaleco, Nick Nevin.
— Como está se sentindo, Diana? — pergunta se aproximando para medir minha pressão.
— Bem. Como se tivesse dormido por três dias.
Ela sorri.
— Não foram três dias, mas foram três horas. Sua pressão já voltou ao normal. O doutor Hawkins deve logo vir aqui te dar alta — fala tirando o acesso do soro e saindo do quarto.
— Tem certeza que está bem? — Veiga pergunta preocupado.
— Tenho. Quedas de pressão são normais nos primeiros meses. Meu corpo está de adaptando para gerar outra vida.
— Não sei se tenho estruturas para ver você desmaiar outras vezes — passa a mão pelo rosto sentando na cama virado para mim.
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Fresh Air Breeze - Raphael Veiga
RomanceDiana Ferreira Neto é filha do grande craque do Corinthians. Mas, apesar da mídia achar que a relação dos dois é tão normal quanto de qualquer pai e filha, Diana mal suporta o pai. Filha de um caso de uma noite com Denise de Oliveira Araújo. Foi cri...