12|Palmeiras x Goiás

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De todas as emoções que já vivi em minha vida de torcedora, nenhuma supera a emoção de assistir um jogo na nossa arena. A torcida cantando até mesmo durante as derrotas. Apoiando o time do momento em que entram aqui, até o momento em que saem. É uma das melhores coisas de se ver no futebol.

Quando Raphael me chamou para ir até o Allianz, não pensei muito antes de aceitar. Com os jogos de três em três dias não estamos passando mais tanto tempo juntos. E fazia tempo que eu não vinha assistir aos jogos aqui.

— Palmeiras vai jogar contra quem mesmo? — Bruna pergunta olhando confusa para onde está a torcida visitante — É clássico? Parece jogo de torcida única.

Ela e Giovanna vieram junto a pedido de Piquerez e Murilo. Depois de muito insistência consegui convencer as duas a usarem pelo menos uma blusa verde.

— É contra Goiás. Se fosse clássico, Rapha não teria me chamado. Sabe que ele não gosta que eu venha aqui quando tem clássico.

— Por que ele não gosta? — Gi pergunta curiosa.

— A torcida cobra mais quando é clássico. E ele tem medo que eu encontre algum torcedor rival. Não vejo necessidade em tanto cuidado, mas prefiro evitar uma discussão por um assunto besta — dou de ombros.

Foco minha atenção no campo, procurando Raphael. Assim que encontro vejo que ele está olhando para mim e fazendo sinal para que eu vá até ele. Aviso as meninas e vou até o portão que leva até o campo. Rapha já estava lá me esperando.

— Oi gatinha — fala e me dá um selinho e abraça minha cintura, levo minhas mãos até seus ombros — Eu tava com saudades já.

— Eu também. Minha semana foi uma loucura. Várias professoras de atestado. Ayla agitada. Giorgian querendo participar de uma consulta. Senti falta do meu cantinho de paz — confesso, acariciando o rosto dele.

— Sou seu cantinho de paz? — pergunta sorrindo.

— Tá mais pra brisa de ar fresco na verdade — respondo também sorrindo.

— Que bom. Porque você também é a minha brisa de ar fresco. E eu achei que ia enlouquecer sem você essa semana — sussurra a última parte no meu ouvido como se estivesse me contando um segredo.

— Nervoso com o jogo?

— Um pouco. Errar os dois pênaltis contra o São Paulo me deixou apreensivo. Tô com medo de errar de novo caso precise bater hoje. Scarpinha e Zé falaram que não vão deixar outra pessoa bater — suspira cantando.

— Eles estão certos. Você é o nosso batedor de pênaltis. Você é o cara que bate com confiança. Que a torcida suspira aliviada quando vê que é você que vai bater. Os dois pênaltis do jogo contra o São Paulo não definem o teu status de batedor de pênaltis. Olha quantos você já acertou meu amor!

— Dúvido que vão ficar aliviados hoje se eu for bater um pênalti — responde sincero.

— Claro. Se você continuar com esse pensamento merda. Levanta a cabeça Raphael. Olha pra cima e confia em Deus e no teu potencial. Você sabe do que é capaz. E eu sei que você confia em Deus acima de tudo. Então para de sentir pena de si mesmo e mostra que você é o cara dos pênaltis do palmeiras! Estamos entendidos?  — Olho seria para ele.

— Você está certa — olha no fundo dos meus olhos e sorri — E fica ainda mais gata quando está sendo mandona.

— Eu sou gata, meu amor! — sorrio e dou um beijo rápido nele — Agora vai lá que já tá quase na hora.

Ele me beija mais uma vez antes de voltar para o campo. E eu volto para o meu lugar ouvindo a torcida cantar a música nova que já virou uma das minhas favoritas.

Fresh Air Breeze - Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora