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Gritos

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Gritos.

Era o que todos os habitantes da fortaleza escutavam. Gritos. Alyssan estava dando a luz ao seu segundo filho. A princesa - agora oficialmente nomeada - andava e gritava pelo quarto enquanto as parteiras tentavam ajudá-la. Suas contrações ficavam piores a cada segundo que se passava, e ela sentia que poderia cair a qualquer momento, mas a mesma se mantinha em pé, balançando seu corpo e alisando sua enorme barriga.

— Deixe-nos ajudá-la, princesa. - uma das criadas se aproximou, sendo afastada por Alyssan que negou com a cabeça.

— Eu consigo...eu consigo...

A parteira mais velha encarou Sr Arryk na porta e fez um sinal para que o príncipe Aemond fosse convocado, sem que Alyssan visse. Arryk, que recentemente havia se tornado o manto juramentado da princesa, andava pelos corredores a procura do príncipe que não fazia ideia de que sua esposa estava em trabalho de parto.

Aemond, do outro lado da fortaleza, andava de mãos dadas com sua filha mais velha, Lyanna. A mesma colhia flores para sua mãe, já que a mesma aparentava estar aborrecida à alguns dias.

— Papai, não consigo tirar essa. - disse frustada, tentando tirar a flor do chão.

Aemond se aproximou da pequena e se agachou ao seu lado, pegando sua adaga e cortando a flor pela raiz, entregando-a para sua filha.

— Está pegando uma de cada cor? - perguntou soltando um riso baixo.

— Eu não consigo escolher uma só.

O príncipe acariciou os cabelos escuros de sua filha e levantou, voltando a segurar sua mão.

— Meu príncipe! - Aemond se virou para onde o grito havia vindo e pode ver Sr Arryk - A princesa necessita de sua presença, meu príncipe. Ela está dando a luz.

Aemond pegou Lyanna e a colocou em seu cavalo, subindo logo atrás e seguindo o manto de Alyssan de volta para o castelo com pressa.

No fosso, os guardiões estavam em completo desespero. Os dragões estavam enlouquecidos, gritavam em conjunto enquanto tentavam se soltar de suas correntes. Aquilo já havia acontecido antes, no dia em que a princesa perdeu seu primeiro filho e na noite em que ela deu a luz a Lyanna. Vhagar sobrevoava a colina em agonia, a dragão sentia como se algo estivesse atravessando seu enorme corpo, mas não havia nada. O mesmo acontecia em Pedra do Dragão, e todos sabiam o único motivo para aquilo, assim como os guardiões, sabiam que Alyssan estava em trabalho de parto.

— Eles precisam parar. - Rhaenyra tinha o rosto apoiado nas mãos enquanto Daemon olhava o lado de fora pela janela.

— Ela está parindo, é certo.

— Espero que ela sobreviva.

Daemon riu.

— Ela me ameaça e você quer que ela sobreviva?

— Ela é minha irmã, Daemon. Não foi ela que matou meu filho, foi Aemond. - a princesa levantou da cama - Minha dívida é com ele, e não com ela. O que você fez em tentar matar minha sobrinha...

— Um filho por um filho, foi o que você disse.

— Eu não pedi para que você matasse Lyanna. - gritou - Ela é uma criança, Daemon. O quão ruim você precisa ser para matar uma criança indefesa?

O quarto ficou em silêncio. Rhaenyra deu as costas ao marido e foi ver seus filhos, as crianças estavam inquietas.

Na fortaleza, Alyssan caiu de joelhos, sendo pega rapidamente pelas criadas e parteiras e colocada em uma poltrona. Ela estava fraca, sua respiração estava falha. Uma aia pegou um pano molhado e passou em sua testa, lhe dando um pouco de água para a garganta que estava seca.

— Precisa empurrar, princesa. Seu bebê irá morrer se não sair imediatamente. - a parteira disse enquanto abria as pernas de Alyssan e levantava seu camisola - Empurre quando eu pedir, tudo bem?

A princesa assentiu e respirou fundo. A aia de confiança de Alyssan se colocou atrás da princesa e segurou uma de suas mãos, lhe passando conforto e confiança. Alyssan respirou uma, duas, três vezes e abriu os olhos.

— Empurre.

A princesa fez toda força que podia, soltando mais um dos seus gritos de dor. O meistre encarava a cena atordoado, temendo o que poderia acontecer com a princesa caso o bebê não saísse naturalmente. Mais uma vez ela empurrou, e o bebê não saiu do lugar.

A porta fora aberta e Aemond passou por ela preocupado, se aproximando de sua esposa e beijando sua testa enquanto segurava sua mão.

— Está tudo bem, estou aqui com você. - ela sorriu em meio às lágrimas, fechando os olhos novamente e fazendo mais força.

O bebê não queria sair.

O meistre se aproximou do príncipe e o chamou para o canto, as aias e as parteiras sabiam o que ele queria.

— Meu príncipe...se o bebê não sair naturalmente, teremos que usar outros meios.

— Vocês não vão abrir minha esposa. - grunhiu - Ela não vai morrer. Se eu tiver que escolher entre ela ou o bebê, o senhor já tem minha resposta.

Aemond retornou para sua esposa e ajudou a parteira a lhe dar incentivo, a acalmando. Alyssan segurou a mão do príncipe com força e o encarou em meio às lágrimas.

— Não me deixe morrer.

Sussurrou, Aemond balançou a cabeça e segurou seu rosto.

— Nunca.

Alyssan voltou a gritar e novamente fez força, dessa vez a parteira deu um sorriso para o príncipe. Era possível ver a cabeça do bebê.

— Só mais um pouco, princesa. Consigo ver a cabeça.

Alyssan respirou fundo e fez força, desta vez uma força maior com um grito ainda mais alto, que logo foi interrompido pelo choro de uma criança. A princesa finalmente se encostou na cadeira e suspirou aliviada, sentindo sua visão turva.

— É um menino, princesa.

Ela sorriu assim como o príncipe. A parteira com a ajuda das aias tirou um pouco do sangue do menino e o entregou para sua mãe. Alyssan pegou seu bebê e beijou sua testa, percebendo os fios finos e claros em sua cabeça.

— Meu menino...- sussurrou, segurando sua pequena mão.

Aemond olhava encantado para o menino que parecia ter sido esculpido pelos Deuses. Os olhos azuis como o céu e o cabelo branco como o de um Targaryen.

— Já sabem o nome? - o meistre perguntou.

Alyssan não conseguia tirar os olhos de seu menino, assim como Aemond.

— Não pensamos em um ainda. - ele respondeu.

— Na verdade eu tenho um. - ela encarou seu marido - Maegor. Maegor Targaryen.

Aemond sorriu e concordou com o nome, tirando os fios soltos que caiam pelo rosto de sua esposa e lhe dando um beijo singelo em seus lábios. Ele voltou a olhar para seu filho e passou seus dedos pelos fios loiros do menino.

— Bem vindo, Maegor.

The Dragon's BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora