Beomgyu não havia mentido quando disse que apareceria na minha casa às oito da manhã. Meus olhos ainda estavam praticamente grudados quando a campainha parecia ensurdecedora.
Naquele momento senti falta dos momentos em que eu podia pedir mais cinco minutinhos para minha mãe, mas deixei de lado esse pensamento enquanto me arrastava até a porta para receber o insuportável.
Ele parecia cansado, na verdade, exausto. Tinha grandes círculos escuros embaixo de seus olhos, nada que afetasse a aparência estupidamente bonita e soberba. "Bom dia, Kang. Más notícias."
"Não me diga que aconteceu outro assassinato." Ele negou com a cabeça enquanto passava pela porta de entrada. Rapidamente deixou suas coisas na mesa de jantar e entrou no meu quarto.
"O que aconteceu?" Perguntei, sem resposta. Até entrar no quarto e me deparar com ele jogado na minha cama, gostaria de acrescentar que isso tudo sem pedir permissão. "Não existe ninguém em nossas delegacias que tem as três letras. Eu trouxe uma lista com pessoas que pelo menos possuem o J e o S, mas o D que tornou tudo complicado."
Suspirei. "Talvez você saiba o por quê."
Ele não respondeu, parecia cansado demais para isso. De fundo, escutei seu telefone tocando. "Quem é?" A sua voz abafada pelos meus travesseiros se fez presente, como ele estava deitado de peito para baixo, puxei o telefone do seu bolso traseiro. "Delegado Johnny"
"Atende aí, diz que eu tô ocupado."
Obedeci. E nem sei por quê.
"Bom dia, delegado... o Beomgyu não pode atender agora, peço desculpas... lista de crimes sem solução?... certo, eu aviso pra ele... obrigado, bom dia pro senhor também." E desligou.
"O que era?" Choi se mexeu lentamente, virando o rosto para mim. Encarei a foto no seu bloqueio de tela e percebi o quão egocêntrico, engomadinho e mimado ele era. Quem em sã consciência usa a própria foto na praia de bloqueio de tela?
Deixei seu telefone no bidê. "O delegado da capital avisou que mandou por e-mail uma lista de casos sem solução para você se divertir." Comentei, tudo num tom debochado. "Falando em lista, posso dar uma olhada na lista que você fez?"
"Sim, está no meu bloco de notas do telefone." Não moveu um músculo sequer, empurrei seu corpo para o lado para que eu pudesse sentar na cama. Ele resmungou algo inaudível. Puxei sua mão para colocar a digital e desbloquear o telefone, automaticamente abriu na lista como mágica.
Me assustei com a quantidade de gente e de antecedentes que Beomgyu havia procurado, agora fazia sentido o seu estado deplorável.
Joshua, descartei. Joshua era um oficial que mal trabalhava e só dormia na sede, teria preguiça de ter que bolar um plano de assassinato em série. Jackson, também descartei. Ele havia acabado de se casar e tinha uma esposa grávida, sei que isso não anula nada mas eu tenho certeza que Jackson era gente fina.
Jinsoul, Jiseok, Jisoo, Jisung, Junseo... Um monte de nomes que não conhecia mas pela patente são pessoas absurdamente ocupadas para pensar em montar um assassinato perfeito. "Beomgyu, isso não faz sentido. Eu sei que você achou que acharia alguma coisa, mas nada disso faz sentido."
Dei uma pausa mas não obtive resposta. "Vou atrás da família do Lee Minho, acho que eles devem saber de alguma coisa. Amigos, ex-namorados. Vou ver se ele tinha conduta suicida, se ele tinha inimigos, se ele tem alguma relação com Xu Minghao... e você..." me virei.
A cena com que me deparei era Choi Beomgyu dormindo em um sono pesado enquanto eu falava tudo, e provavelmente teria que repetir assim que ele acordasse. Deixei um bilhete para ele e saí, decidi me encontrar com Kazuha para que ela me ajudasse com essa missão. A primeira coisa que iríamos fazer era ir na casa do namorado do rapaz, Han Jisung, que foi quem ligara para a polícia.
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Mistério / SuspenseKang Taehyun é um investigador renomado, conhecido por desvendar casos misteriosos da capital arquivados sem solução a décadas. Mas ele era o segundo melhor detetive de Samcheok, ficando atrás apenas do perito criminal Choi Beomgyu. Quando um assass...