Capítulo I: Uma luz no fim do túnel

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Era manhã de primavera. O sol entrava com toda sua glória em meu pequenino aposento no segundo andar, e esquentava o cômodo frio. Já se fez seis meses a morte de minha mãe, meu pai, e meu irmãozinho Billy. Foi uma dor que não se dava pra explicar, ver as pessoas que eu mais amava cair enfermo e morrer da forma mais dolorosa possível: convulsões, dor, febre, vômitos e espamos. Os últimos dias, os mais terríveis, eram gritos de dor a cada segundo, e cuidar deles parecia que era mais doloroso ainda. Após isso, tudo parecia melhor, ainda havia dor, mas, eu tinha meu irmão, e estávamos começando a superar a dor juntos, mas aí, tudo muda, meu irmão John também cai enfermo com os mesmos sintomas, e após um mês de luta, ele também não resiste.
E aqui estou eu, dois meses após sua morte, tentando juntar os cacos que ficou minha vida, tentando me reanimar e voltar a viver. Sem John ou outros homem na família, a pequena herança fica pra outro parente, pois como manda as ridículas regras: " uma mulher não deve administrar dinheiro", e eu devo procurar um marido imediatamente, ou terei que virar criada da nova família Shakelle, ou viver de sua graça.
Solto um suspiro pesado e me levanto, toda essa pressão está me matando, coloco meu roupão de cetim, vou até o meu lavabo e começo a me arrumar. Prendo os meus cachos em uma trança de raiz, tomo um rápido banho com água quente e sabonete de rosas, troco minha camisola por um vestido marrom, e desço pro andar de baixo.

 Prendo os meus cachos em uma trança de raiz, tomo um rápido banho com água quente e sabonete de rosas, troco minha camisola por um vestido marrom, e desço pro andar de baixo

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A casa deixada por meu pai é um lar aconchegante, mas sem muitos luxos. É mais uma casa de verão, pra se dizer assim. Tem uma sala de visitas, uma de estar, uma cozinha e oito quartos, e uma sala de refeição. A região também é uma graça, uma pequena vila no interior da Grã Bretanha : Rosy Spring. Uma terra fértil e de gente agradável, e que na primavera fica mais adorável.
Entro na sala de refeição e me sento sozinha, esperando o café da manhã. Com todos os acontecimentos recentes, tive de diminuir o número de empregados à apenas 04: a governanta, Sra.Harper, que é minhas mãos e pés no momento, mais que uma amiga, uma irmã. Alta e de olhos juvenil, é viúva; uma cozinheira, a Sra.Ophelia Thompson, uma senhora baixinha e roliça, negra e de cabelos grisalhos; uma lavadeira e uma para a limpeza da casa, senhorita Emma e Sra. Olívia, muito simpáticas mas muito fofoqueiras:

- Bom dia srta.Clara - falou a animada Ophelia, no qual nem a mais terrível das catástrofes podia abalar seu bom humor - como foi a noite?

- Mais ou menos, tem sido difícil dormir - me sento e começo me servir com a comida que Ophelia trouxe - sabe onde está Sra. Harper?

- Não - fez uma pausa e olhou pra janela da sala, vagando por seus pensamentos - eu não a vi desde ontem a noite, quando a ela foi dormir.

Não se teve nem dois minutos após a fala de Ophelia, quando Sra. Harper, Srta. Emma e Sra. Olívia entraram correndo na sala. Sra. Harper com um papel na mão e cabelos muito bagunçados, sinal de que não se arrumou adequadamente pela manhã:

- Oh Clarinha! Que bom que está de pé, ouça isto - veio até minha cadeira e olhou fixamente pro papel em sua mãos, com uma tremedeira estranha, que estava envolta de animação e expectativa - " Comunico a Sra. Harper que, o conde de Byardeford está vindo para cá para uma temporada em sua casa de verão, junto dele sua família mais amigos da alta sociedade de Londres. De fato, o conde Byardeford está a procura de esposas pros seus 03 filhos mais velhos, e maridos pra suas 02 filhas, que já estão no tempo de casar. Penso eu que é uma perfeita oportunidade pra nossa Clarinha de alcançar um marido, um vez que, o conde de Byardeford foi muito amigo de seu pai, e que a moça é de muita classe, apesar da falta de muitas poses. O conde de Byardeford me escreveu para avisar da sua chegada, e para pedir que apontamos a casa para sua vinda, e já deixei claro que na cidade temos uma moça no tempo de casar, que ele iria se agradar. Peço que se preparem, eles estaram aqui depois de 03 meses de viajem...ass: Velho Turk".

- Me levanto num pulo, derrubando a cadeira no chão - Oh! Conde! E com seus filhos e a alta sociedade!

- Santo Deus! - exclamou a perplexa Ophelia - precisamos nos preparar. Arrumar os vestidos de ceda, os sapatos...

- Eu ouvi dizer que o filho mais velho do conde é muito exigente! - falou finalmente Sra. Olívia, que fazia parte do grupo de fofocas da cidade - É que é um libertino de coração!

- Mas ouvi dizer que os libertinos que se tornam esposos, se tornam exemplares maridos - ecoou Emma com sua doce e suave voz - talvez esse seja o seu caso

- Você anda sabendo de muitas coisas pra uma jovem solteira!

- Calma Olívia - Brandou Ophelia - é o que todos sabem!

- Silêncio! - rugiu Harper - esqueceram seus lugares nesta casa!? Deixe a senhorita Clara falar!

Dor de cabeça, fome...O que mais eu sinto agora? Raiva! Odeio ter que debutar! E pros filhos do conde! São os libertinos mais arrogantes que se pode conhecer. Mas o meu aniversario é daqui 6 meses, e tempo para uma debutante é ouro,por isso, se eu não quiser ser faxineira, é melhor me apressar:

- Clara?

- Mãos na massa meninas, temos muito trabalho a ser feito.











Muito obrigado pela leitura, e por ter chegado ao fim desse capítulo <3
Pretendo postar mais capítulos em breve...
Desculpe erros ortográficos =/
°956 palavras

A Lady: Filha do Barão ( Vol.1 ) {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora