Capítulo 2 Deus do Céu, borboletinha

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Eu mal consegui dormir

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Eu mal consegui dormir. Meu corpo estava em alerta e ansioso. Sempre que pegava no sono, acordava durante a noite — de forma assustada — perguntando-me se Valentina tinha sido apenas um sonho e, Deus do céu! Eu virava uma criança assustada só com aquele pensamento. Tive alguns sonhos entre meus cochilos, eram tão realistas que podia sentir o toque macio da sua pele e o cheiro do perfume. Fazendo com que às cinco da manhã eu estivesse no meio da sala do meu apartamento em uma série de trinta flexões, depois de uma de abdominais.

Ela trouxe meus hormônios adolescentes, era a única explicação..

As horas pareciam não passar. O que demorava para me exercitar em uma hora, demorei quase duas horas e meia, e no final nem estava próximo ao horário de ir na casa dela.

Nas aulas, não me lembrava nem mesmo do que o professor tinha falado sobre o tema do assunto em que estávamos entrando, na matéria de patologia. Tudo que soava na minha mente era "Valentina", e que eu iria estar no apartamento dela ao meio-dia. Eu sentia que não estava me comportando com sanidade e equilíbrio.

Queria ter mandado uma mensagem para ela assim que acordei, mas provavelmente isso iria soar desesperado, não que eu não estivesse apressado para estar com Valentina outra vez. Com o número do seu celular não demorei muito para achar suas redes sociais, e com isso meu horário de estudo na biblioteca se resumiu em ver suas fotos nas redes sociais.

Ela não tinha muitas, mas percebi que era bem ativa nos stories. Igual um fã, assisti todos os seus destaques, voltando até mesmo alguns onde podia vê-la sorrir. Apesar da conta se mostrar antiga, suas fotos eram todas recentes, o que me fez deduzir que provavelmente ela tinha apagado as antigas para iniciar as novas do ano. Eu também era assim, costumava arquivar todas as minhas publicações na virada do ano novo, apenas para rechear meu mural.

— Ela está linda pra caralho. — Olhei sobre os ombros quando a voz de Ian surgiu nas minhas costas e o vi sorrir logo se sentando ao meu lado. Soprei uma risada voltando a olhar para a foto do Twitter de Valentina.

— Sim, ela está — falei bloqueando a tela. — E infectando minha cabeça novamente.

Ian riu balançando a cabeça. Ele se apoiou nos cotovelos olhando para mim.

— Como se ela tivesse deixado sua mente em algum momento — dizendo isso, ele ligou a tela do meu celular onde a proteção mostrava minha foto com a Valentina. Os cantos dos meus lábios se ergueram e neguei com a cabeça pegando o aparelho para admirar a foto.

— É... vou vê-la na hora do almoço.

— Me leva.

— Nem pensar — disse rindo. Ian revirou os olhos.

— Você sempre foi ciumento e protetor com Tina. Tem que aprender a dividir ela com a gente — ele brincou me fazendo rir.

— Passei seis anos deixando que todos a tivessem, agora ela será apenas minha — respondi cruzando os braços. — Quando me despedi dela no aeroporto, disse para mim mesmo que era a coisa certa a fazer, que não podia ser a âncora que prendia ela em um lugar. Ela voltou incrível. Não teve um dia nesses últimos anos que não me lembrasse dela e imaginando como seria nossa vida se nunca tivéssemos nos separado. Agora, com ela de volta... Fodasse tudo, Ian, vou pegá-la para mim custe o que custar.

Butterfly: Jardim de Borboletas.Onde histórias criam vida. Descubra agora