Capítulo 53

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A quantidade de vezes que uma pessoa pode se foder em um mesmo dia é limitada. Bom, a menos que essa pessoa seja eu.

Assim que John B acelerou em direção ao avião, que estava sendo carregado com suas últimas caixas, vi meu pai conversando com Ward. Não demorou muito para que eles percebessem que estávamos nos aproximando, graças ao motor velho e barulhento daquela porcaria de kombi.

JB freiou a poucos metros de uma das asas do avião, rendendo um solavanco que quase fez o próprio John B voar no painel. Sarah foi a primeira a saltar da kombi e começar a caminhar na direção dos dois homens.

— Você esqueceu de me contar que a sua filha também estava nesta fase rebelde, Ward. — meu pai falou em um tom irônico, junto a uma risada fraca.

— Suponho que por influência de sua filha, amigo. — Ward disse, tão irônico quanto o outro homem. A essa altura, todos nós já tínhamos descido da kombi e estávamos parados a menos de 3 metros dos homens.

— Acho que sua filha que está me influenciando, ela é muito manipuladora. — resmunguei, tentando manter a calma para não piorar a situação.

—Que tal vocês voltarem pra casa e tomarem um sorvetinho, crianças? — Ward falou, dando um sorrisinho forçado

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—Que tal vocês voltarem pra casa e tomarem um sorvetinho, crianças? — Ward falou, dando um sorrisinho forçado.

— O ouro está aí entro? — John perguntou, gesticulando para o pequeno avião ao nosso lado.

— O que você acha, gênio? — meu pai debochou.

Eu não sei que tipo de idiotice estava passando pela cabeça de JB quando ele decidiu que seria uma boa ideia tentar entrar no avião naquele momento. Meu melhor amigo avançou na direção da entrada por onde as caixas estavam entrando, mas demorou um total de 2 segundos até que ele fosse detido por Ward e meu pai.

— Qual o problema deste garoto? — ouvi Michael resmungar para Ward, enquanto segurava John B.

E foi aí que tudo começou a dar errado.

JB socou o rosto do meu pai.

— John B! — Sarah gritou no mesmo momento em que eu fiz uma careta de dor junto de um "Ai".

Ward tentou segurar John B, mas recebeu um empurrão como resposta e tropeçou para trás. Enquanto isso, meu pai derrubou John B no chão e tentou chutar o garoto. Graças a algum extinto de sobrevivência muito louco, JB desviou do chute e rolou para o lado, onde ficou de encontro com Ward que o agarrou pela camiseta e levantou o jovem com uma facilidade assustadora.

— Solta ele! — a loira ao meu lado gritou, correndo em direção ao pai. Por que eles não param de correr em direção a algo que com certeza não vai dar certo?

Ward e meu pai seguraram John B com grande esforço, já que o garoto não parava de tentar se soltar. Michael empurrou Sarah quando ela se aproximou, mas ela continuou tentando soltar John B.

Quando comecei a me aproximar, porque, pelo jeito, eu também teria que me meter em algo que não daria certo, John B se soltou e fez com que Ward tropeçasse em cima de Sarah, fazendo a garota cair no chão.

Corri até ela e ajudei a loira a levantar rapidamente, vi as palmas de suas mãos sangrando, mas não parecia ter mais nada com o que se preocupar. Por alguma problema psicológico gravíssimo ou medo de Sarah acabar se machucando novamente, me coloquei entre ela e Ward.

— Querida, me desculpe. E-Eu sinto muito! — ele sussurrou,  dando um passo em nossa direção. Afastei Sarah dele, caminhando para trás, mas não foi muito necessário já que o idiota do John B apareceu, derrubando Ward no chão... E caindo junto.

Idiota. Idiota. Idiota.

Os dois começaram a rolar no chão de forma desajeitada, ambos em uma tentativa falha de "ganhar" a briga. Sarah tentou se aproximar novamente, mas segurei seu braço o mais rápido que consegui.

O barulho de um tiro fez com que os dois parassem de brigar no mesmo instante.

— Já chega! — meu pai gritou, com uma pistola levantada para o alto. — Não cheguei até aqui para deixar um bando de crianças estragar com todo o plano. Então, garoto, levanta e vaza daqui, porra. — disse, apontando a arma para John B.

— Michael, abaixa essa arma, não queremos machucar ninguém. — Ward falou calmamente, levantando-se do chão. — O plano já está completo, não tem como ele estragar nada. — ele estava mentindo, dava pra sentir em sua voz. E, pelo jeito, meu pai também sentiu esta mesma mentira, porque não moveu a mira da arma nenhum centímetro.

Até que ele fosse derrubado por um soco. Um soco bem dado.

𝙎𝙐𝙉𝙉𝙔 - 𝙍𝙖𝙛𝙚 𝘾𝙖𝙢𝙚𝙧𝙤𝙣 Onde histórias criam vida. Descubra agora