Sonhei com campos de morango

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Uma vez de volta ao conforto de seu lar (ou melhor, de volta à casa de seus pais, já que um universitário de 23 anos não consegue se bancar sozinho), Kaoru entrou ligeiro, passando pelos corredores e percorrendo a casa até seu quarto, que ficava nos fundos.

Uma vez lá, trancou a porta e tirou a chave, colocando-a sobre a mesa de cabeceira antes de se jogar na cama e dar um suspiro pesado. Que merda tinha acabado de fazer?! Havia beijado Kojiro sem nem pensar uma segunda vez antes e, se estivessem em uma cama num quarto vazio, Sakurayashiki não tinha dúvida de que se deixaria levar de tal maneira à só se despedir do esverdeado na manhã seguinte, com o corpo mordido e cheio de marcas de sexo.

A parte mais comprometedora de tudo isso, era que nem de longe Cherry via esse "deixar levar" como algo ruim ou como algo do qual poderia se arrepender depois... Na verdade, a cada segundo que pensava sobre a proposta que o esverdeado o fizera, cada vez mais era acometido pelo desejo de tê-la aceitado.

Entretanto, mesmo entorpecido por aquele beijo profundo e mãos fortes, não conseguia parar de pensar nas palavras que Miya lhe dissera quando toda aquela bagunça começou. E se o esverdeado fosse casado, ou tivesse uma família em algum lugar? Sakurayashiki não queria assumir o infeliz papel de ser um amante... queria ter o esverdeado apenas para si, queria que Kojiro se preocupasse apenas com suas necessidades e pensasse apenas nele quando estivesse sozinho; queria poder ouvir declarações românticas e ganhar presentes em datas comemorativas... mas sabia que podia estar sonhando um pouco alto demais.

E se Miya tivesse razão? E se realmente fosse loucura sair com um cara tão mais velho? Cherry sabia que a voz de sua consciência estava ali, martelando seus pensamentos, mas, ao mesmo tempo, era como se não conseguisse parar de pensar nele...

Mentiu sobre ter uma prova na manhã seguinte apenas para poder ganhar tempo e colocar os pensamentos em ordem; não queria aceitar a proposta no calor do momento e acabar se arrependendo quando já estivesse sem roupas, sendo prensado pelo esverdeado no colchão dele. Achou que uma noite sozinho pudesse aliviar seu tesão e o emaranhado de pensamentos sujos que insistiam em rondar sua mente... mas não estava funcionando. Não conseguia deixar de imaginar a forma como se sentiria quando o esverdeado tirasse suas roupas. Imaginava a expressão no rosto de Nanjo ser tomada por uma onda de luxúria, que antecederia uma pegada forte, uma série de beijos molhados e ferozes e uma grande quantidade de marcas de mordidas, chupões e tapas que Sakurayashiki poderia admirar no dia seguinte.

Ah, a sensação maravilhosa que seria ouvir aquela voz grave no seu ouvido, lhe sussurrando céus e terras até seu corpo arrepiar por inteiro... A possibilidade de ter aquelas mãos fortes e grandes segurando seu quadril e o puxando cada vez mais para perto... Merda. Estava excitado. Que vergonha ficar excitado com tão pouco... Mas não conseguia evitar; pelo menos não quando se tratava daquele homem.

35, 28, 40... não importava a idade, Cherry tinha certeza que aquele homem tinha de tudo para lhe enlouquecer. Conferiu a porta fechada enquanto ponderava se deveria ou não fazer aquilo. Olhou para a própria calça e já conseguia ver um volume ameaçando aparecer por ali. Sentia seu próprio pênis enrijecer conforme seus pensamentos se deixavam levar. A cada desejo que fantasiava, via que seria praticamente inviável fingir que aquela ereção não existia e tentar dormir. Sentiu um pouco de vergonha do que estava prestes a fazer... tocar punheta para um cara que conhecia, que sabia o nome e que já havia tido o prazer de conversar, beijar e tocar era completamente diferente de bater uma para um ator qualquer em um vídeo pornô. Era como se tudo ficasse um pouco mais real...

Kaoru respirou fundo e desviou os olhos; seria melhor acabar com aquilo o quanto antes... Desabotoou a calça que vestia e deixou que sua mão escorregasse por debaixo do tecido de sua cueca, agarrando o próprio pênis já meio-ereto; um suspiro escapou de suas narinas como consequência.

Cherry fechou os olhos, desafiando a própria imaginação ao tentar recriar a imagem de Kojiro posicionado sobre si, com o rosto diante do seu e lhe instigando apenas com o olhar.

Sabia que seu imaginário poderia não ser o mais preciso, afinal, ainda não tivera o deleite de descobrir como o esverdeado era por debaixo daquelas roupas. Joe poderia ter uma marca de nascença, algumas cicatrizes, talvez... mas a imagem favorita de Kaoru eram os pelos no peito do mais velho... Kojiro tinha uma boa quantidade de pelo nos braços, Sakurayashiki observou isso durante as conversas no estacionamento, então era de se esperar que houvessem bastantes pelos no peito também (e o rosado estava adorando fantasiar aquela possibilidade). Aquele corpo forte e despido sobre si, exibindo aqueles pelos esverdeados bem diante de seus olhos era tudo o que Sakurayashiki mais desejava naquele instante.

Droga... se tivesse aceitado aquele convite, poderia estar arranhando aquelas costas largas enquanto teria seu corpo segurado e sendo estocado com força, podendo ouvir a respiração pesada de Nanjo ao vivo e a cores enquanto gemia alto e implorava por mais... Entretanto, por aquela noite, teria de se contentar em masturbar o próprio pênis, enquanto imaginava que a mão do esverdeado estava fazendo o trabalho no lugar da sua. Mas a imaginação poderia não ser assim tão ruim... Poderia imaginar aquela voz aveludada lhe sussurrando as mais diversas baixarias em meio a beijos profundos e que lhe tomariam o pouco ar restante em seus pulmões... Era tão bom visualizar, mesmo que mentalmente, aquela barba e fantasiar com aquela voz... Imaginar aquele corpo musculoso e grande com os olhos fixos em si enquanto Cherry gemeria igual uma puta depravada entre quatro paredes, com nada além dos dois, um colchão macio e o barulho da cama rangendo na parede e arranhando o piso... Sua mão se movimentava cada vez mais rápido.

Se lembrou daquele beijo; a única lembrança concreta que tinha de Kojiro além de seu cheiro, sua voz e suas mãos grandes e fortes em torno de sua cintura. Imaginou a sensação que seria ter aquela língua percorrendo todo o seu corpo, lhe deixando arrepios, ereções e lhe bagunçando por completo, até finalmente se voltar a seu pau e lamber todo o comprimento, sem parar com os movimentos de sobe e desce. Imaginou Kojiro abocanhando seu membro de uma só vez, deixando que sua língua o tocasse e contornasse, da maneira como Sakurayashiki gostava até finalmente...

Cherry teve de abafar sua voz. Levou uma das mãos até a boca, se obrigando a não fazer nenhum barulho alto enquanto suas costas arqueavam e seus olhos se reviravam sozinhos nos últimos instantes que antecederam o ápice. Kaoru gozou aos montes, observando seu sêmen espirrar e sujar-lhe os próprios dedos, desejando que tivesse sujado os de outra pessoa.

Respirou pesado olhando para o tanto que havia gozado. Se já estava uma bagunça só de imaginar o esverdeado brincando consigo, sem dúvida seria uma bagunça completa durante toda a madrugada de sexta 'pra sábado.

Pensou em levantar daquela cama, tomar um banho e tirar aquelas roupas, agora suadas e com algumas gotas de sêmen, mas sentia que ainda não havia tido o bastante... Queria Kojiro. Queria o esverdeado lhe tocando, xingando e mordendo. Queria sentir seu cheiro novamente... e pareceu ter um alívio imediato no instante em que reparou que ainda estava vestindo sua camiseta de mangas compridas. Lembrou de quando passou as mãos pelos ombros, cabelos e pescoço do esverdeado hoje mais cedo durante aquele beijo.

Puxou a manga limpa para mais perto de seus dedos e a segurou, levando a mão até o rosto a fim de examinar se ainda teria algum resquício de seu cheiro. Seus olhos se arregalaram ao notar que sim, e que ainda estava forte. Seu pênis ameaçou enrijecer uma segunda vez, fazendo com que Kaoru risse de si mesmo antes de fechar os olhos novamente. Se já havia feito uma vez, que mal faria uma segunda rodada?

Deu uma boa cheirada naquela roupa, sentindo seu corpo arrepiar levemente ao se lembrar daquele beijo.

- Kojiro...  - ele sussurrou, desejando que seu suspiro fosse ouvido por mais alguém além daquelas quatro paredes.

[continua...]

Mojito de Morango (MatchaBlossom)Onde histórias criam vida. Descubra agora