Quarta-feira

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Dormiu bem e acordou sentindo raiva. Stan cometeu o grave erro de acessar o Instagram naquela manhã, mais especificamente o perfil de Wendy. Ele entrou apenas para dar uma olhada, já que nunca fora muito fã de ter perfis em redes sociais, mas não gostou nem um pouco de ver um story dela, no campus, com seu colega Gregory. A foto em si não tinha nada demais: os dois estavam lado a lado sorrindo para a câmera. Mas vendo aquilo meio bêbado, Stan sentiu o sangue ferver. O loiro e todo o seu charme britânico o deixava inseguro pra caramba desde a época da escola, quando começou a se envolver com Wendy.

Ainda irritado pela situação, ele desconectou toda e qualquer fonte de internet do apartamento antes que a cortassem por pagamento atrasado. Depois disso comeu dois ovos mexidos antes da primeira taça de vinho. Às vezes a bebida precisava ser forçada contra uma rejeição do corpo, mas Stan bebia. Engolia e esperava, e os sentimentos diminuíam um pouco. Era como diminuir o volume.

A tarde foi terrível. Derramou vinho no sofá e deixou a mancha secar. Ficou deitado no lá bebendo a última garrafa da caixa e ouvindo o ruído da televisão, sentindo um cheiro fedorento, fedendo a fumaça rançosa. Ficou irritado quando esbarrou por acaso na mesa de centro e derrubou a garrafa do dia anterior. Ele saiu e voltou com outra caixa, de cerveja porque a loja de vinhos era longe demais para seu estado no momento.

O apartamento estava um forno quando voltou, decidiu abrir o zíper do casaco e meteu a mão nos bolsos. Ainda restavam alguns cigarros no maço. Ele pegou um, colocou-o na boca e o acendeu com um fósforo. Tragou profundamente.

Terrance and Phillip, seu seriado de comédia favorito quando era criança, estava passando. Aquilo o animou um pouco. Abriu uma cerveja e dançou na frente da televisão, rindo exageradamente de piadas bestas e agitando os braços, fazendo passos estranhos. O volume estava muito alto mas ele não se incomodava. Chutava, pulava e se balançava pros lados ao ritmo da abertura do programa. Alguns desses movimentos faziam sua bile subir a garganta mas ele cuspia no vaso decorativo mais próximo.

Tragou outro cigarro e caiu no sofá, soltando a fumaça em direção ao teto. Sua cabeça estava rodando, uma dor de dente tão forte que nada além da bebida era capaz de aliviar. Seus olhos estavam pesados e seu corpo parecia uma borracha, mas sentia-se bem. Viu a tela de seu telefone acender com o nome "Kenny" brilhando na tela. Ele apagou antes de conseguir apertar o botão de recusar a chamada.

Chapado o suficiente | Stan Marsh!Onde histórias criam vida. Descubra agora