2. Another Part Of Me

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O silêncio tomou conta daquela pequena sala branca, até que Michael, com sua voz suave e calma disse:
- Oi, Rachel?
Na cabeça da jovem só se passava uma coisa: como Michael sabe seu nome?
Surpresa, ela respondeu:
- Como vai, senhor Jackson? Um prazer em conhecê-lo. - com um leve sorriso.
Michael continuou encarando Rachel com um olhar doce, como se estivesse confortável pra ele, estar ali.
Com o coração disparado, pele fria e pálida, Rachel não acreditava no que estava acontecendo, seu ídolo estava em sua frente e ela não podia abraçar e falar quanto o admira. Foi um misto de alegria com frustração.
Era tudo muito sigiloso, ninguém podia saber que o astro estava ali, mesmo com a especulação dos fãs e da mídia, seus seguranças conseguiram despistar a todos.
- Começaremos uma série de investigações, senhor Jackson, o senhor está ciente de que terá visitas semanais de senhorita Rachel Collins, com fins investigativos? - perguntou McWilliams.
- Sim, Dr. McWilliams, estou ciente, tive conhecimento. Estarei disponível, o que mais quero nesse momento é provar minha inocência. - respondeu Michael, calmamente.
Enquanto Rachel tentava não se derreter pela delicadeza e educação de Jackson, disfarçando em uma expressão séria, McWilliams completou:
- Esses encontros serão na sala de senhoria Collins, você será direcionado pelos seus seguranças, sala treze, no fim do corredor. Peço a discrição e profissionalismo de ambos, os únicos assuntos a serem tratados serão sobre as acusações e as perguntas que o senhor Jackson terá de responder. Deixei aqui as instruções para vocês. Temos pouco tempo até o julgamento e espero finalizar esse caso da maneira mais correta possível.
- Sim senhor. - disserem simultaneamente Rachel, Michael e Fiddes.
- Então, até o nosso primeiro encontro, obrigada pela atenção. - disse o segurança.
- Muito obrigada, até breve. - disse Michael, juntando as duas mãos.
Rachel agradeceu e se despediu, enquanto Michael ia embora.
McWilliams observou o olhar de Rachel e logo questionou:
- A senhorita sabe que não poderá se portar assim, não é? Você precisa ser mais profissional. Eu entendo, é o rei do pop, é extraordinário estar perto dele.
- É o meu ídolo, Dr. McWilliams, me desculpe se de alguma forma não fui profissional, não foi minha intenção. Ainda é meio confuso pra mim, fiquei frente a frente com ele, realizei meu sonho, mas de um jeito completamente diferente. - respondeu Rachel, um pouco lastimosa.
- Olha, eu sei, você é a profissional mais competente da equipe e entendo, também sou um grande fã de Michael Jackson. - respondeu McWilliams, sorrindo e completou: você acha que eu dançava quais músicas nas discotecas? Billie Jean, Rock With You, sem falar no clássico Thriller. Em tantos anos de experiência, nunca foi tão difícil fazer uma investigação, temos que ser racionais, e isso é muito difícil.
- Não sei o que dizer. - sorriu Rachel. - É bom saber que o senhor também gosta de suas músicas. Mas, como mesmo disse, precisamos ser racionais, e essa será a missão mais difícil pra mim. Uma parte de mim precisa ser sensata, mas a outra parte de mim quer logo que o mundo todo saiba que Michael é inocente.
- Eu acredito que vamos conseguir provar isso. - piscou McWilliams.
- Ah, outra coisa, eu sei que essa tatuagem no seu pulso é uma homenagem ao Michael Jackson, por favor, seja discreta e não deixe que ele veja.
- Como o senhor sabe que é sobre ele? - perguntou a jovem.
- Eu não disse que sou um grande fã dele? Sei que ele nasceu em 1958. -respondeu o perito, sorrindo e completou: - Bom, chega de emoções por hoje, não é? A senhorita está dispensada, vá para casa, descanse, porque amanhã nossas investigações começam e eu ainda tenho que delegar as funções dos outros peritos para esse caso.
- Obrigada, senhor. Se precisar de algo, ou que eu ajude em outra função, é só falar. - respondeu Rachel.
Os dois se despediram e Rachel entrou no carro em direção a casa de sua mãe, Grace Collins, ela ligou o som, colocou uma música do seu ídolo, Another Part Of Me, que de alguma forma encaixava-se com o momento e com lágrimas nos olhos seguiu o caminho.
Enquanto Grace Collins prepara o almoço, ela escuta o barulho de sua campainha tocando sem parar e uma voz de choro, assustada, ela corre para atender:
- Filha, o que houve? Meu Deus.
Aos prantos, Rachel não consegue dizer nada, Grace a coloca em seu colo no sofá, assim como quando Rachel era criança, acaricia seus cabelos pretos e depois de uns minutos, consegue acalmar a filha.
- Mamãe... - disse Rachel, ainda soluçando. - Eu não sei nem como te contar essa história, eu não sei se vou conseguir, me ajuda. - completa ela, chorando novamente.
- Minha filha, se acalme, tente me contar, assim nesse estado eu não vou conseguir te ajudar. - respondeu Grace, preocupada.
Então Rachel contou o que havia acontecido para sua mãe e ela ficou sem palavras por uns instantes.
- Oh, Rachel. -disse sua mãe, com as mãos na boca. - Michael Jackson, filha, quem diria que você ia estar cara a cara com ele, ainda mais nessa situação, você que sempre foi fã dele. Meu Deus, eu não sei nem o que dizer.
- Mamãe, o que eu faço? Eu tenho medo de não conseguir e falhar na minha missão, eu preciso provar sua inocência. - rebateu Rachel, ansiosa.
- Você vai conseguir, querida, você sempre foi tão compenetrada em seu trabalho e agora não será diferente, mesmo que seja nessa situação. - respondeu a mãe, segurando as mãos da filha, completou: - Olhe, veja pelo lado bom, você está a frente de um caso onde você por mais que tenha de racional, poderá usar seu lado emocional para ajudar a solucionar melhor, porque você sabe que ele é inocente.
Rachel suspirou e chorou, em estado de ansiedade, correu para o banheiro e vomitou e o resto de seu dia, passou no colo de sua mãe. Horas depois recebeu uma ligação de sua amiga Jessica, que também estava cuidando do caso, ela consolou a amiga e as duas conversaram por mais um tempo.
A noite, Rachel voltou pra casa, tomou um banho, um remédio para enxaqueca e foi se deitar, cansada ela disse:
- Eu realmente não sei o que esperar de amanhã.
Cinco minutos depois, dormiu.

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