4. Childhood

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"Ele foi um alvo fácil, infelizmente, seu amor o levou para a beira do abismo, e não vou deixar que ele caia de vez. Viram a oportunidade de lucrar em cima dele e fizeram. As pessoas e a mídia foram completamente negligentes e injustas ao acusar Michael Jackson de pedofilia, por simplesmente ele gostar de estar cercado de crianças, manter sua casa aberta para elas e dizer amá-las. No entanto, nada disso condiz com o comportamento de um pedófilo, se analisarmos as características do astro sob o foco de sua história de vida, entenderemos muitas coisas sobre ele, mas nada disso tem a ver com pedofilia. Michael foi forçado a ser adulto quando criança, em outras palavras, ele queria, pelo menos, acessar alguma alegria, maravilha e magia da infância, quando adulto. Entretanto, ele nunca poderia, realmente, ser uma criança de novo, então resto da vida dele, de certa forma, foi uma incessante tentativa de redescoberta. E Neverland foi o ponto chave: ele se reencontrou."
Essas foram as conclusões iniciais de Rachel, afastando-se totalmente de seu amor por Michael. Ciente de que havia muito trabalho pela frente, ela digitalizou essas palavras em um documento e guardou em seu computador, tomou um café e foi para o trabalho.
Chegando lá, foi direto perguntar a Jessica como foi seu primeiro dia em Neveland:
- Ei, Jess, me conta, como foi?
- Difícil, nós tivemos acesso aos computadores, HDs, vamos iniciar toda a análise hoje, com cautela. O lugar em si, não tinha nenhum sinal de abuso, não até agora. - respondeu Jess.
- Eu já iniciei a documentação da minha análise, confesso que está muito difícil separar Rachel perita da Rachel fã. - disse Rachel.
- Eu posso imaginar, mas sei que fará um ótimo trabalho, confio em você. - respondeu Jess, sorrindo.
- Bom, eu preciso pegar uns cabos de energia na sala do Dr. McWilliams, pra lidar o computador da sala treze, depois conversamos mais. - disse Rachel.
As duas se despediram, e quando Rachel foi se aproximando da sala de McWilliams, ela escutou uma voz conhecida, sussurrando, como se estivesse contando um segredo e então, antes de abrir a porta, ela parou em frente a ela, para escutar.
- Não, não se preocupe. Tudo vai sair conforme planejamos, só preciso dos documentos, acesso restrito ao laboratório e da primeira parte do meu pagamento. - sussurrou Anthony, ao telefone, quando Rachel abriu a porta.
- Ô Collins, ninguém te ensinou que é falta de educação entrar sem bater? - ironizou Anthony, colocando o telefone no gancho.
- Que eu saiba essa não é a sua sala. - rebateu Rachel e continuou: - E por acaso Dr. McWilliams sabe que você anda usando o telefone dele?
- Eram assuntos profissionais. - rebateu ele, negando com a cabeça.
- Ah, claro que eram. - respondeu Rachel, irritada. - Eu tô de olho em você, ouviu?!
Rachel pegou os cabos de energia e saiu da sala.
Quando uma pessoa faz uma afirmação verbal, mas ao mesmo tempo balança a cabeça negativamente, ela inconscientemente pode estar dando uma pista de que a fala não é verdadeira e Rachel como uma boa perita em análise corporal, sabia disso, o que a deixou pensativa e alerta.
Ela entrou na sala treze e Michael já estava lá, sentado quando suavemente disse:
- Bom dia, senhorita Collins. Como vai? Me parece ansiosa.
- Bom dia, Michael, quer dizer, senhor Jackson, me desculpe. Eu tô um pouco aérea, por causa do sono. - respondeu Rachel.
- Se quiser, pode me chamar de Michael. - disse o astro.
- Pode me chamar de Rachel. - respondeu ela, de forma inconsciente e os dois sorriram simultaneamente.
Rachel se desculpou novamente e seguiu com as perguntas.
- Sr. Jackson, poderia me falar sobre o acordo de 20 milhões de dólares em 1993?
- A família que me acusou, apenas apreciaram o interesse no processo civil, que visa em uma indenização financeira. Por oito meses, os meus advogados insistiram para colocar o caso no âmbito criminal. Mas foram negados.
Os dois conversaram o resto do dia, sobre essa questão.
Tudo que foi conversado fez com que Rachel levantasse uma questão: a primeira reação de uma família ao saber que um membro dela foi abusado sexualmente é procurar as autoridades e relatar o crime, não se mostrar interessado em uma indenização, afinal, nenhum dinheiro nesse mundo apaga o trauma que é sofrer abusos.
Alguns dias se passaram e Rachel não apontou nenhuma incongruência nas falas e expressões corporais de Michael, o que a deixou bastante animada, pois sentiu que estava cada vez mais perto do seu objetivo: provar a inocência do astro.
Ela digitalizou alguns documentos para o computador da sala treze e ficou por alguns minutos ali, até que Jess bateu na porta.
- Pode entrar. - disse Rachel.
- Oi, acabei de voltar de Neverland e tenho boas notícias, até agora não encontramos nada que incrimine o Sr. Jackson, nem nos computadores, nem em HDs. - Jéssica falou entusiasmada.
- Estamos cada vez mais perto de provar o óbvio. - disse Rachel. - Por aqui é só sucesso, estou analisando minuciosamente e...o cara é inocente. - completou a jovem, sorrindo.
- Eu estava pensando muito sobre a vida dele e realmente, muitas pessoas podem o enxergar como um molestador de crianças, mas não, eu estive em Neverland e aquele lugar é mágico, tá na cara que ele fez aquilo tudo para compensar a ausência de infância e encantar outras crianças com as atrações do lugar. Lá é incrível. - disse Jessica com brilho nos olhos.
- É como ele diz em uma de suas músicas: " _tem sido o meu destino tentar compensar a infância que eu nunca tive_ (...)
_Antes de me julgar, tente me amar, olhe dentro do seu coração, e então, responda: você tem visto minha infância?_ -respondeu Rachel.
Uns minutos depois Michael chegou, bateu na porta e entrou, Jess surpresa disse:
- Olá, senhor Jackson, já estou de saída.
- Não se preocupe senhorita Jessica. - respondeu o cantor.
Jessica saiu da sala e Rachel perguntou a Michael:
- Bom, Sr. Jackson, pronto pra mais uma sessão? A partir daqui às perguntas serão um pouco mais tensas e se não estiver a vontade em responder, por gentileza, me comunique.
- Estou pronto Rachel, eu confio em você e no seu trabalho. - respondeu ele.
Palavras suficientes para encher o coração da jovem perita de alegria.

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