5. Money

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Após um imenso interrogatório, durante a tarde, Rachel não apontou mais nenhuma desconexão nas respostas de Jackson e para finalizar, perguntou:
- Sr. Jackson, como se sente em relação ao julgamento, tendo em vista que faltam poucas semanas?
- Bom, eu me sinto ansioso, eu temo pela minha família, meus filhos, pelos meus fãs, tenho a verdade do meu lado, mas estou há mais de uma década tentando provar minha inocência. - disse o astro e continuou: - Tenho que a mídia prefere me incriminar, isso gera lucro.
- É como dizia aquela música: "dinheiro, dinheiro, minta por ele, espione por ele, mate por ele"... - respondeu Rachel, se dando conta segundos depois de que aquela música era de Michael.
- A minha música...Money, você gosta? -disse Michael, surpreso.
- Ah, sim, eu pesquisei um pouco sobre o seu trabalho, faz parte do processo. - disse Rachel, um pouco nervosa.
Michael sentiu que aquele comentário vinha de uma fã, não há como enganar um dos maiores gênios do mundo e Rachel, percebeu em sua expressão, que não conseguiu mentir pra ele.
- Rachel, eu sempre fiquei desconfortável em qualquer entrevista quando o assunto eram as minhas acusações, eu senti na maioria das vezes, que eles queriam tirar a todo custo de mim, informações inverídicas. Com a senhorita, eu não sinto isso. -disse Michael. Antes que Rachel pudesse responder, ele completou: - Não me interprete mal, eu não quero de forma alguma que você pense que estou lhe dizendo isso para te convencer de algo, mas sinto que precisava dizer isso.
- Eu sei. -respondeu Rachel sorrindo.
- Obrigada por isso. - completou Jackson.
- Como tem passado os últimos dias, Sr. Jackson? Em relação a tudo, as acusações, aos interrogatórios?
- Me sinto sozinho. Quase sempre, sozinho. - Michael respondeu.
- Saiba que não está. - rebateu Rachel, com os olhos brilhando.
Os dois se encararam por alguns segundos até que Jessica e Robert bateram na porta.
- Com licença, Rachel, pode vir aqui por um minuto? - disse Jess apreensiva e completou: - Como vai Sr. Jackson?
Michael sorriu e acenou.
Do lado de fora da sala, Rachel, preocupada pegunta:
- O que aconteceu, gente?
- Ouvimos o Anthony ao telefone, numa conversa bem suspeita. - disse Robert.
Então, Rachel se lembrou do dia que ouviu Anthony conversando ao telefone, de forma estranha e questionou:
- Vocês conseguiram ouvir o que era?
- Não exatamente, eu entrei na sala e ele estava sussurrando ao telefone, ele me viu, desligou e saiu nervoso. - respondeu Robert.
- Fora que ele passou por mim nos corredores segurando uma sacola enorme, quando me viu, começou a andar mais rápido. - disse Jess.
- Filho da mãe, eu vou descobrir o que ele tá tramando. - disse Rachel, alterada. - Eu tenho certeza que tem algo errado, há alguns dias que entrei na sala do Dr. McWilliams e ele estava ao telefone também.
Então Rachel foi ao laboratório onde estava Anthony, nervosa, ela abriu a porta.
- O que você tá tramando, Anthony?
- De novo, entrando sem bater Collins? - respondeu Anthony, irônico. - Que eu saiba você não pode entrar aqui.
- Que não posso o que garoto? Eu quero saber o que você tá tramando. - gritou Rachel.
- Calma Rachel. - disse Jess, segurando a amiga.
- Você sonha comigo, não é? Me deixa em paz, eu tô fazendo meu trabalho. O que você também deveria estar fazendo.
Afinal, deve tá maravilhoso né, ficar sozinha com ele. - disse Anthony, rindo.
- Eu sei que tem alguma coisa errada aqui e eu vou descobrir o que é, nem que eu tenha que ir ao inferno e voltar. - gritou Rachel.
McWilliams chegou na sala: - O que está acontecendo aqui?
- Se eu fosse o senhor, perguntava pro Anthony. - disse Rachel, segurando o choro.
- Eu? Foi você que invadiu a minha sala garota. - disse Anthony. - E mais, não é a primeira vez que você entra sem bater, mau educada.
- De novo isso? Se continuar assim, vou ter de suspender os dois da investigação. - disse McWilliams.
Eles saíram do laboratório, Rachel indagou McWilliams:
- Por favor, acredite em nós, tem alguma coisa errada com o Anthony e não é só eu que acho isso.
- O que exatamente? - perguntou o perito.
Eles explicaram a situação e McWilliams prometeu ficar de olho.
Jessica e Robert foram para Neverland e Rachel voltou pra sala.
Michael percebeu que Rachel estava inquieta e perguntou:
- O que houve?
- Nada...suspirou a moça e completou: na verdade é o Anthony, eu não confio no trabalho dele, por favor, tome cuidado. - respondeu Rachel quase chorando.
Michael levantou-se da cadeira e pegou um copo com água para Rachel, sua mão quase encostou na dela e o coração da jovem disparou.
- Obrigada, senhor Jackson. - disse Rachel.
- Eu não preciso ir embora agora, quer dizer, sei que o expediente terminou, mas posso ficar um pouco mais aqui, até a senhorita se acalmar.
Rachel respondeu positivamente com a cabeça e com receio de tudo que estava acontecendo.
Tentando descontrair, Michael pergunta:
- Então, qual sua música favorita?
Rachel em choque, não podia responder a verdade, pois sua música favorita era exatamente de Michael, Man In The Mirror, então ela disse:
- Ah, eu não tenho uma música favorita. Gosto de tudo um pouco.
Os dois passaram mais de duas horas conversamos sobre tudo, sobre a vida, sobre música, família, filhos, amigos, profissão. Os dois se sentiam felizes ali, era como se ele se conhecessem há anos.
- Então quer dizer que o Sr. não come M&M's marrons? - perguntou Rachel, rindo.
- Não, essa cor não tem no arco-íris. -respondeu MJ, gargalhando.
- Obrigada por hoje, Sr. Jackson, eu estava precisando de umas risadas.
- Não é nada, é isso que os amigos fazem. -disse o astro sorrindo.
Na hora, seu coração disparou, então quer dizer que somos amigos? Pensou Rachel.
Eles ficaram até às dez da noite conversando, Michael falou sobre como estava se sentindo, ele estava ansioso para o julgamento, com medo, ele temia por tudo, por outro lado, convicto de que iria provar sua inocência.
Os dias se passaram e a relação de amizade entre Michael e Rachel só aumentava, ela não deixou seu lado profissional de fora, mas também não conseguia conter o carinho que tinha pelo astro. Era uma fusão de sentimentos, ela amava o fato de ter se tornado amiga de seu ídolo, pois isso só mostrou pra ela que ele realmente era uma pessoa incrível e por outro lado, ela se sentia culpada por ter prometido que não haveria nenhuma aproximação nesse sentido.

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