São seis horas da manhã, o telefone de Rachel toca, ela levanta da cama correndo pra atender enquanto liga a TV para acompanhar as notícias.
- Alô? - atendeu Rachel com voz de sono.
Na outra linha era Dr. Saymom McWilliams, perito oficial e chefe da CIE (California Investigative Expertise), onde Rachel atua como perita.
- Senhorita Collins? Bom dia, gostaria de saber se poderia chegar ao departamento meia hora mais cedo?
- Bom dia Dr. McWilliams, claro, mas...aconteceu alguma coisa?
- Sim e não. - Respondeu o perito e completou: - fomos chamados para uma investigação complexa e sigilosa. Precisamos nos reunir para discutirmos sobre.
- Oh meu Deus, chego em 15 minutos. - respondeu Rachel, ansiosa.
Enquanto Rachel se arrumava para sair, na TV era noticiado sobre Michael Jackson e suas acusações de abuso infantil e o rumo em que as investigações estavam. Rachel percebeu que os jornalistas estavam sendo sensacionalistas ao tratarem do assunto.
- A mídia consegue manipular as pessoas, tá na cara que isso é falso, Michael é inocente. Essas pessoas são viciadas em tabloides. - Disse Rachel, irritada, logo após desligar a TV.
Desde criança, Rachel sempre foi fã de Michael Jackson, por influência do seu pai, que havia falecido em um acidente de avião e deixou vários discos do astro para a filha. No quarto da jovem, havia dezenas de pôsteres do rei do pop, uma vitrola e ao lado, uma coleção de discos de vinil do cantor. Em seu pulso direito ela tem tatuado 1958, o ano de nascimento de MJ, como forma de homenagear seu ídolo.
Cinco minutos depois, Rachel sai de casa com seu carro e mal sabe ela que depois de hoje, sua vida mudará pra sempre.
No caminho para o departamento, perto de um semáforo, Rachel depara-se com vários fãs do Michael com cartazes e músicas e curiosa ela para o carro e pergunta:
- Oi, o que está acontecendo?
Um fã do astro responde eufórico:
- Tivemos informações de que Michael está aqui perto.
- Olha, se souberem onde é, me falem, por favor. -respondeu Rachel com humor, até que o semáforo abriu e ela seguiu para o trabalho.
Chegando lá, todos estavam sérios e um pouco assustados e ela sem entender pergunta a Jessica Lewis, sua melhor amiga que atua como perita investigativa.
- Jess, o que houve?
- Estávamos esperando você chegar, melhor deixar o Dr. McWilliams explicar. - respondeu Jessica.
- Então, estava esperando a senhorita chegar, afinal, você será peça chave em nossa investigação, digamos que...a cereja do bolo. - disse McWilliams, convicto.
- Você disse ao telefone que essa seria uma investigação sigilosa, do que se trata -perguntou Rachel preocupada.
- Sim, todos já sabem, mas decidimos te contar juntos, pois realmente essa será uma missão muito difícil, principalmente pra você. Todos nós estamos acompanhando os noticiários ultimamente e não se fala em outra coisa. - continuou Mc. Williams: Bom, o FBI nos contratou confidencialmente para prosseguir com as investigações do caso de Michael Jackson, até o julgamento. E você, senhorita Collins, ficará responsável pela investigação do comportamento verbal e não-verbal do acusado.
Foi um misto de sensações, ela sem acreditar que ficaria cara a cara com seu ídolo, pelos próximos meses, por um lado, feliz por finalmente conhecê-lo e pelo outro, receosa pelas circunstâncias.
- O que? Não...eu não consigo, quer dizer, me desculpa, estou confusa.
- Senhorita, nós sabemos da sua afeição pelo acusado, mas também acreditamos no seu profissionalismo. Sei que é difícil, mas por outro lado, você terá a chance de investigar e quem sabe inocentar o seu ídolo. - rebateu McWilliams. Para fecharmos acordo com o FBI, precisamos saber se está de acordo em manter sigilo sobre ser fã do acusado, sobre hipótese alguma, nem ele, nem a mídia poderá saber. Rachel continuou imóvel por alguns instantes.
- Rachel? - perguntou Jess - Tá tudo bem?
Rachel com o olhar distante, respondeu: - Não, não tá. Eu vou investigar o meu artista favorito, eu não acredito que ele seja culpado, essas acusações são falsas. - disse a jovem.
- Calma Rachel, você está nervosa, é tudo muito novo, estamos todos assustados também. - rebateu Jess, tentando tranquilizar a amiga.
- Ai galera, conta outra, essa investigação vai ser mais fácil do que a gente imagina, vamos provar o óbvio: um cantor famoso que adora molestar crianças e ainda vamos tirar uma boa grana com isso. - ironizou Anthony Walker, membro da CIE que atua como perito criminalístico químico.
- Cala a boca, idiota. - gritou Rachel, alterada.
- Por favor, tenham respeito, não sabemos a verdade e vamos trabalhar pra isso. - disse McWilliams. - Não vou admitir esse tipo comportamento aqui. Gostaria de saber senhorita Collins, se está de acordo em manter sigilo durante as investigações?
-Claro. -respondeu Rachel, com a voz trêmula.
-Ótimo, agora preciso que a senhorita assine esse contrato assegurando-nos de que irá manter confidência.
Rachel ficou pensativa por alguns segundos e concordou, lembrou do juramento que fez em sua formatura de sempre manter-se fiel a sua profissão, então respirou fundo e assinou.
Alguns minutos de passaram quando alguém bateu na porta, era Matt Fiddes, segurança de Jackson. Rachel logo o reconheceu e entrou em estado de ansiedade. Fiddes e McWilliams conversaram baixo por alguns minutos e Rachel avistou da janela vários carros pretos. Depois de um tempo McWilliams chamou toda a equipe e disse: -Senhorita Collins, você está pronta para conhecer seu cliente?
- Sim, senhor. -disse Rachel.
Todos os membros da CIE saíram da sala, exceto Rachel e McWilliams. A porta abriu, lá estava ele: terno preto, cabelos longos, magro, semblante triste, e olhar profundo, enquanto Rachel o encarava incessantemente, ele encarou de volta. Não era em um camarim, não era em uma turnê, nem tão pouco em um parque de diversões e mesmo nessa circunstância atípica, seu sonho de realizou, o tempo poderia parar ali mesmo, ela estava finalmente frente a frente com Michael Jackson.

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Unbreakable
FanfictionEra outono de 2004, enquanto Michael Jackson ainda estava sendo investigado pelas acusações de abuso infantil, a equipe imensa de profissionais responsáveis pelo caso resolveu contratar um grupo pequeno de investigadores da Califórnia, o CIE (Califo...