cruel /malila

19

Pov maraisa

Acordo com o barulho de alguma coisa caindo, mas não dou muita importância e apenas me viro na cama macia tentando dormir novamente.

Espera, cama macia?!

Abro os olhos rapidamente e vejo que estou em uma cama incrivelmente grande, envolvida em uma coberta de tecido preto bastante confortável e quente. Só então olho ao redor e percebo que ainda estou no Castelo, e para piorar, no mesmo quarto que ontem. O quarto da Rainha, porra!

Quando faço menção de levantar vejo uma mulher de joelhos no chão catando uma bandeja e algumas frutas que estão lá caídas.

- Precisa de ajuda? - pergunto e a mulher praticamente salta assustada, o que será que essas mulheres desse Palácio tem para ficarem se assustando assim? Credo.

- Não senhorita, me desculpe ter te acordado, é que...- a porta é aberta bruscamente e a mulher logo se cala ao notar a presença da Rainha ali, ainda mais bela que ontem, porém sombria usando um vestido grande cor de sangue e sua coroa preta na cabeça. Seu rosto sério é de deixar qualquer um com medo.

- O que significa isso?! - questiona irritada olhando as coisas que a mulher derrubou no chão, a pobrezinha abaixa a cabeça e noto suas mãos tremendo - Acha certo ficar desperdiçando a comida do Palácio?! - grita com a pobre moça que a essa hora treme mais que vara verde.

- Me perdoe majestade... eu...eu não vi o chicote no chão e acabei tropeçando. Perdão! - diz chorosa - Não irá acontecer novamente, eu juro!

- É claro que não irá acontecer novamente, você não estará mais aqui para isso - fala rude - Vai ficar presa na masmorra comendo somente pão e água por tempo indeterminado, quem sabe assim não aprende a dar mais valor a comida - seu tom é tão frio que até eu fico com medo, isso porque ela nem está falando comigo.

Suas mãos batem palmas duas vezes e mais do que depressa alguns guardas entram no quarto - Levem à

- Não senhora, por favor, eu imploro! - a pobre moça começa a chorar - Eu tenho um filho pequeno, quem irá cuidar dele?

- Isso já não é problema meu - fala simples e a mulher é arrastada para fora do quarto enquanto grita e chora sem parar pedindo perdão. Meu coração se aperta e quando percebo, já estou chorando também.

- Vou pedir para que tragam outro café da manhã - direciona seu olhar para mim e não consigo evitar que os soluços saiam - Por que está chorando? - se senta ao meu lado e tenta me tocar, mas me esquivo. - maraisa!

- Por-que fez isso? Vo-cê... é cruel! - cuspo as palavras em sua cara mas sua expressão não muda - Ela não teve culpa... foi eu que derrubei a bandeja - minto ainda chorando baixinho, apesar de saber que posso receber uma punição por estar assumindo a culpa, não posso deixar aquela pobre mulher presa enquanto seu filho fica sozinho em casa - Vai me prender não vai? Então ande logo com isso.

Ela me olha séria por alguns segundos e sorri negando com a cabeça - Você está mentindo.

- Não estou - respondo firme tentando parecer convincente.

- Está sim, se tem uma coisa que eu sou ótima em fazer é ler expressões, e a sua diz claramente que o que diz não é verdade - segura minha mandíbula com força me fazendo encará-la - Não minta para mim, se continuar insistindo nisso vou mandar açoitar aquela vadia até a morte, é isso que você quer?!

- Não...- falo baixo e sua mão larga meu rosto se afastando - Mas por favor, não a deixe lá. Seu filho vai morrer sem a mãe.

- E o que eu tenho a ver com isso? - arqueia a sobrancelha - Ele que se foda!

- Eu sabia que você era ruim, mas não sabia que era tão insensível assim - nego com a cabeça - Você é a pessoa mais desprezível que já tive o desprazer de conhecer. Eu tenho nojo de você! Nojo de ter me deitado junto a ti - jogo as cobertas para o lado e quando faço menção de levantar percebo que estou nua. Merda.

- Cuidado com o que fala, maraisa - repreende - Não é por que transamos que você tem direito de me faltar com respeito, ainda sou sua Rainha, e sugiro que se quiser que seu amado irmão continue com vida...- pega uma adaga de cima da mesa e se aproxima de mim colocando a lâmina em meu rosto - Faça tudo o que eu pedir e aceite tudo o que eu fizer, sem reclamar. Não quero saber de reclamações suas, as guarde para si mesma. Está me entendendo?

- Si... Sim - respondo temerosa quando a lâmina desce para meu busto e Marília me olha com um sorriso perverso nos lábios.

- Ótimo - se afasta rapidamente - Ordenei que o libertassem hoje, ele parecia bem contente achando que iria ver a irmã novamente - ri sarcástica - Não quis estragar a surpresa, então deixei que fosse embora acreditando nisso, a essa hora já deve estar a sua procura.

Math foi realmente solto?

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° ADAPTAÇÃO