III.

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( 🚬 ) 𝑷𝑶𝑽: 𝑻𝒉𝒊𝒂𝒈𝒐 𝑭𝒓𝒊𝒕𝒛

Enquanto amarrava minha gravata fiquei pensando em Liz. Enquanto vestia o terno pensava em Liz. Enquanto comia pensava em Liz. Enquanto estava com ela pensava nela.

Meu pai estava na cidade, o que acontecia raramente. Mas quando terminei de me arrumar, ele não estava.

Quando o contei do que aconteceu, tratou de me dar do bom e o do melhor. Me deu um carro novo, ja que os sequestradores o levaram; mandaram preparar minha comida favorita; esquentavam minha toalha antes do banho e ligavam a banheira.

Não morava com meu pai a alguns anos, mas, foi meu refugio quando conseguiram me resgatar.

Meu apartamento era cheio de memórias. Ainda quando estava lá, tudo tinha o cheiro de Liz, ela ficava mais lá do que na própria casa. Cada lugarzinho da casa, cada móvel, cada lugar, eu e Liz tínhamos memórias.

Não queria ver Liz, não mesmo. Ela não me procurara todo esse tempo longe. Não quisera saber de notícias.

Mas ao ver o rosto bonito de Liz, eu imediatamente quis ver ela, quis sentir ela. Eu queria sentir seu abraço, seu beijo, seu toque em minha pele.

Me dispercei de meus pensamentos quando me irritei com a gravata. Não sei se me irritei com a própria gravata, ou com Liz.

Liz.

Que saudade de Liz.
Daquela Liz.

Terminei de me arrumar e fui até meu novo carro. Demorei um tempo para me acostumar com esse carro, era diferente do que eu tinha, que tinha comprado com o meu dinheiro, não sustentado pelo meu pai.

Liz havia me falado onde ela morava agora, já que se recusara em pegar meu telefone, quando o pedi, ela disse: Não suporto mais você Thiago

Se serve de consolo, também não te suporto nova Liz.

Segui até sua casa escutando minhas músicas favoritas e as cantando. Tive sorte de que nenhuma das músicas que escutava com Liz no meu carro tocaram, então, naquele dia, foi a primeira vez que não pensei ela, deixei me levar pela música enquanto dirigia normalmente.

Cheguei na casa de Liz, ela não estava na porta. Encostei minha testa do volante, teria que me levantar e ir buscá-la. A casa é bem simples, pequenininha, mas bonita, diversas plantinhas na frente como era seu apartamento.

Toquei a campainha. Nada. Toquei de novo. Uma silhueta surgiu em minha frente, a mãe de Liz ficou parada me encarando, seu olhar me reprovava um pouco mas não me deixei levar por isso. Apontei dentro casa perguntando se Liz estava, minha ex sogra, ainda estática, liberou passagem para eu entrar.

- Sente-se Thiago - disse apontando para o sofá, me sentei. Comecei a ficar ansioso, ela não parava de me encarar.

Ela abriu a boca para dizer algo, nas foi interrompida por um grito:

- MÃE, a mamadeira do Joui - Liz gritou do quarto atrás dela. Ela fez uma cara de espanto e foi correndo a cozinha pegar a mamadeira e voltou correndo para o quarto - Obrigada - Liz respondeu após a mãe entrar no quarto

- Thiago está aí - Lucille disse para filha que resmungou - Eu faço ele dormir Liz

- Você me liga se ele precisar de mim? - Liz disse depois de vários segundos e logo pude escutar alguem se levantar da cama e outra se sentar.

Escutei passos de salto, minha ansiedade subiu até minha garganta, senti que iria vomitar. Liz estava na minha frente com um vestido preto, longo, com um decote em V, com seus sapatos de salto e seu cabelo solto - algo raro de se ver - e sua cara seria me olhando

- Joui me viu saindo e abriu o berreiro - Liz disse já que eu não mexia nenhum centímetro - Vamos?

- Vamos - foi o que consegui responder e seguir até meu carro

Entramos no carro e Liz o estranhou, olhou ele todo em volta, e me olhou com sua testa franzida.

- Liz, sobre o... - fui cortado

- Não

- Certo - não falariamos do que está acontecendo tão cedo.

Continua...

Antes de ser tarde        | Lizago Onde histórias criam vida. Descubra agora