I.

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( 🧬 ) 𝑷𝑶𝑽: 𝑬𝒍𝒊𝒛𝒂𝒃𝒆𝒕𝒉 𝑾𝒆𝒃𝒃𝒆𝒓

Naquela manhã, acordei com Joui chorando. Ele havia acordado de um pesadelo com monstros do filme que assistimos noite passada. Apenas peguei ele em meu colo o acalmando.

Enquanto o acalmava, recebi uma mensagem, apenas a observei de canto enquanto meu filho se agarrava em mim.

Uma nova missão

Não recebia uma missão desde o nascimento de Joui. Ou seja, 1 ano e 6 meses atrás. 

Suspirei, a ordem não me trazia lembranças boas. Me lembrava Thiago, mas ele havia me deixado, fugido na noite que contaria a ele da minha gravidez.

Liguei para minha mãe, ela demorou duas ligações para me atender, liguei para que ela ficasse com Joui enquanto iria na reunião sobre a missão.

Joui chorou quando me despedi, voltaria logo depois da reunião, mas Joui ainda é pequeno demais para entender isso.

Peguei meu carro e dirigi até a base da ordem. Liguei o rádio e fiquei escutando música. Minha cabeça estava uma bagunça, parecia que qualquer música tocada se encaixava em minha vida. Meus dedos batucavam no volante ansiosamente enquanto meus olhos se concentravam na estrada.

Ao longe pude observar a base, e demorei longos minutos até achar uma vaga próxima. Saí do meu carro o trancando, fui andando até a porta enquanto vestia meu jaleco. Observei o carro de senhor Veríssimo, paralisei e fiquei encarando, talvez fosse um pouco sério.

Ao chegar a sala de reuniões me deparei com senhor Veríssimo e...

Thiago.

Engoli seco.
Senti minha respiração desacelerar.
Minha visão ficar tonta.

Comecei a rir fraco ainda na porta.

- Elizabeth, sente-se por favor - Senhor Veríssimo disse ao me ver parada

Senti. Eu só posso estar sonhando. Passei a encarar Thiago, ele está diferente, ele não tem mais a barba que eu gostava, seu cabelo tinha fios rebeldes, e agora, havia ganhado uma cicatriz na bochecha. Seu rosto me causava enjoos agora, saber que ele me deixara, sozinha, com um filho.

- Alguém me belisca, eu tô em um pesadelo - Sussurrei me virando a Veríssimo

- Você não está em um pesadelo - o mais velho da sala disse com autoridade - Thiago foi sequestrado, sequestrado Elizabeth. E vou dar uma missão para vocês. Não é nenhuma missão incrível, mas confio em vocês.

Estava paralisada, quase nem escutei o que Veríssimo disse.

- Preciso que vocês estejam na festa de Brulio Cervero. Hoje é a aniversário do filho dele, Arthur, e segundo informações, algumas pessoas presente tem informações demais sobre o Outro lado, mesmo Brulio e seu filho sejam civis. Por hora, investiguem sobre eles, mas preciso de vocês a noite, vou mandar outros funcionários lá para se infiltrarem, mas vocês, são os principais

...

Thiago me seguiu quando saí de lá, ele veio correndo em minha direção me chamando

- Liz, me perdoa. Eu fui sequestrado. Eu... - o cortei

- Fritz, somos apenas parceiros de trabalho agora - me virei e voltei a andar

- Liz - ele me chamou e correu em minha direção - Liz, por favor

O ignorei

Não era mais uma adolescente que havia caído nos charmes de Fritz, era uma adulta, de 26 anos. Não iria mais cair no papo dele.

Entrei em meu carro e fui pra casa de minha mãe buscar Joui. Peguei ele e fui até um restaurante de café da manhã com meu filho.

O restaurante era bem simples, vendia alguns pães com mortadela, presunto e queijo, e salgados simples. Joui quis um pão, seus olhinhos brilharam ao vê-lo, eu pedi apenas um chá.

Joui apenas notou que não tinha pai uma vez, quando estava falando do pai de uma coleguinha dele, ele apenas me olhou e falou  "papai?", não o respondi de imediato, fiquei surpresa, minutos depois respondi que o papai tinha se mudado. Minha vontade era contar a Joui como odiava Thiago por ter nos abandonado, ainda não acredito 100% na história de Veríssimo.

Meus pensamentos estavam longo que nem percebi o mesmo chegar. Thiago estava entrando no restaurante, agora sem seu moletom. Os cantos de seu cabelo estavam suados, perceptível que ele havia andado até o local. Ele me encarou, e depois encarou meu filho que estava em meu colo com a boca suja de pão. Engoli seco. Ele estava confuso, me olhando com um olhar que dizia "que merda é essa?", o ignorei mais uma vez. Dessa vez, ele me ignorou.

Algo queria que ele nao me ignorasse, que me visse, que falasse comigo.

Não, não sou mais uma adolescente Elizabeth Webber.

Continua...

Antes de ser tarde        | Lizago Onde histórias criam vida. Descubra agora