Tudo Claro

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— O problema não era a Rosa e sim o fato de que eu estava certa sobre ela. Ele não procurou conhecer ela, se deixou levar pelas emoções e pela pessoa que ela fingiu ser para ele. Eu paguei um investigador particular para investigar a fundo sobre ela, quando estava com o relatório em mãos entrei em contato com ele pedindo para conversarmos, ele desligou na minha cara dizendo que não interessava.

— Meu Deus, dona Cleusa, mas que absurdo.

— A Rosa deu a luz ao Renato e ele o registrou, eles dois estavam morando juntos no apartamento dele perto da empresa, mas o grande problema era que eu sabia a verdade sobre tudo e ele não e eu não achava justo. Alguns meses se passaram e ele insistia em não falar comigo, eu não suportava viver com a verdade e deixa-lo à mercê das mentiras da Rosa, ela havia inventado tudo, como um personagem de novela para seduzir ele.

— Ela não tinha qualificações?

— Ela tinha qualificações, mas o problema é que ela havia mentido para ele sobre quem ela era, sobre sua vida e família — revela. — Quando o Renato fez sete meses eu fui informada que ele havia marcado uma data para eles se casarem no civil, aquilo eu nunca poderia permitir, bem, nem eu nem a justiça. Enviei um envelope com tudo o que o investigador havia me mandado para a empresa e pedi que colocassem na mesa dele. Depois esperei e esperei, alguns dias depois fui informada que a Rosa foi demitida e que eles haviam se separado.

O semblante dela se torna tão pesado e doloroso que posso sentir daqui o quanto isso a entristece.

— Alguns dias depois fui a empresa e ele estava lá pronto para destilar toda a raiva nele em mim, me culpou pelo relacionamento dele ter sido destruído e disse que eu era responsável pela Rosa ter afastado o Renato dele. Só que o pior estava por vir.

— Eu não estou entendendo dona Cleusa.

— Ela era casada — dona Cleusa fala com pesar. — Ela era casada e o Renato não era filho dele, era filho do marido dela, ela tinha mais dois filhos com esse homem e vivia uma vida dupla. O conteúdo do envelope incluía a certidão de casamento dela, o endereço da casa dela em Ribeirão Preto e fotos dela com o esposo e os filhos em uma rede social.

Meu Senhor Do Céu e da Terra!

— Quando eu soube que ela era casada eu me senti péssima por tudo, porque sabia que isso destruiria o meu filho, ele estava encantado com o filho, vivendo há dois anos com uma mulher que mentiu para ele sobre absolutamente tudo da vida dela. — dona Cleusa faz uma breve pausa. — Ela dizia que os pais dela moravam no interior e ia visita-los a cada quinze dias, ficava lá por dois ou três dias desde o primeiro dia em que foi contratada ela viajava aos fins de semana para Ribeirão. Como o Gui não trabalhava na administração então ele não exigia muito dela, ela só cuidava da agenda dele.

Eu estou no chão!

— Ele nunca se importou, e inclusive ela o levou para conhecer os pais dela em Ribeirão, bem, ao menos ele pensou que estava conhecendo os pais dela, foram pessoas da família dela que ela pagou para fingirem que eram os pais dela. Descobrimos tudo isso depois que ele pediu o DNA do Renato, no começo do relacionamento o Gui sustentava ela, os luxos dela, deu um cartão sem limite para ela pouco se importando com nada.

E para mim um vale mixuruca de quatrocentos reais.

— O investigador descobriu que ela fazia compras para a família, que aplicava pequenos golpes, que ela havia mentido sobre todas as qualificações profissionais dela, depois que o Guilhermo soube ele teve um surto, afrontou ela e ela negou, mas ele foi atrás e descobriu a verdade. Ele viajou até Ribeirão e expôs a situação para o marido dela, foi uma confusão.

Garota Feia - CONTO - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora