"Amor e Sexo." Capítulo III (IV); part. II.

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Sierra Maestra, Cuba; 30/04/58.

Hoje não dormi, fiquei sentado do lado de Camilo enquanto ele dormia em uma rede, continuei lendo um dos livros que levei para ler nesses tempos. Em seguida, Camilo acorda e se vira logo á mim, surpreso por ter acordado tão cedo.

- já acordou? tá muito cedo... - Camilo se senta na rede, espreguiçando-se. - conseguiu falar com o Fidel?

- não, o Raúl falou que ele tá muito mal. A Aleida não precisava daquilo, ele só queria ajudar.

- Ernesto, ele só não deixou isso acontecer por que ele deu mole, e ó que é comandante disso tudo viu!

- eu sei! eu só queria conversar um pouco com o Fidel, tentar entender o que aconteceu. - fecha o livro e olha para Camilo.

- Ernesto, se você quer conversar com o comandante, fique a vontade, qualquer coisa grita por mim. Vou ver se tem algo pra comer. - Camilo se levanta e se retira.

Fiquei me perguntando: "será que devo ir?" e já estava me desdobrando de nervosismo. Decidi ir, afinal, é o meu amigo. Fui para a casa, era onde eu e Castro tinhamos nossas reuniões para a continuação da guerrilha.

Depois de alguns minutos, Fidel e eu nos encontramos novamente, "inesperadamente".

- Ernesto... Por que está aqui? - diz Fidel, surpreso.

- eu vim pedir desculpas pela a Aleida, você não precisava daquilo e també-

- hmpf... tá tudo bem, eu merecia aquilo mesmo, deixar esses homens que seguem a vida á partir da cabeça de baixo, é uma grande irresponsabilidade.. - sorriu.

- ah... então, você não tá triste? - intrigado, não esperou por aquilo.

- não, por que eu estaria triste? homens cometem erros, mas eu não vejo erros em você.

- hm... obrigado, eu acho.. - sorriu de leve.

Fidel põe seus óculos e tira um jornal que Raúl trouxe para ele próprio, sentando-se na poltrona da salinha. Che se aproxima do mesmo, percebendo os óculos.

- você tem hipermetropia? - perguntou Che.

- ... é o que? - olhou para che, levantando a sobranchelha, mostrando dúvida.

- hi-per-me-tro-pi-a! problema de visão! - brincou.

- ah, não não, é por que os óculos me ajudam a ler melhor. - riu da situação.

- entendi... não sei por que as mulheres gostam tanto de ti, não vejo interesse. - cruzou os braços.

- nunca conversamos sem ser sobre planos e acordos, é óbvio que você iria falar isso. - se levantou, botando o jornal na poltrona. - está interessado, comandante?

- uhm... talvez, quem sabe? afinal, tantas moças te querem... você deve ser o verdadeiro romântico.

- eu tenho charme, é o famoso cavalheirismo comandante.

Fidel aciricia meu rosto, de leve, depois encontra em minhas orelhas e no meu cabelo; os toques dele eram leves e quentes, era muito bom. Apertava o braço dele e fechava os olhos, sorrindo, me sentia tão bem ali.

"mataré a esos monstruos, por ti, Che Guevara..." Fidel sussurrava, segurando meu rosto com uma das mãos.; Em seguida, temos o primeiro encontro entre nós dois, calmo... confortável... de forma leve, nada ao extremo.

"Te veo, Fidel."

Diz para Ele...Onde histórias criam vida. Descubra agora