"Meu querido Che." Capítulo V.

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Sierra Maestra, Cuba; 02/05/58.

Estava frio, era incomum (?) estar frio aqui, durante esses tempos todos, mas a lua deve estar linda essa noite! pouco sol, lua á noite. Mas o Sol para mim é mais simbólico, representa positividade, esperança, alegria, é bonito.

Fazer declaração, estou... sentindo algo sobre Fidel, depois daquilo na casa, sinto que.. ele tem alguma coisa por mim, espero que não seja ódio.

Presenciei uma cena estranha, Camilo tentava.. paquerar a Aleida? mas eles são amigos, sempre foram assim.

- desculpa, eu não tô entendendo o que voc-

- eu quero que você case comigo. - camilo está confiante disso. - por que você é linda, cheirosa, maravilhosa, agressiva e super dominante, eu adoro mulher assim!

- ah... meu Deus. no meio disso não Camilo, não! - aleida se retira.

Decepção. Enfim, Camilo já deve ser casado, mas já é costume dos dois fazerem isso. Estávamos a caminho de um ponto de encontro que localizamos do exército de Fugêncio, era um alvo fácil, o problema eram os soldados. Começamos tacando bombinhas, para atraí-los e deu certo.

A batalha começa, estava afastado dos outros, olhando de longe para acompanhá-los. Pareciam cachorros policiais, seguiam as ordens do dono e afastava os bandidos. Foi um sucesso, queimamos a casa onde residiam e voltamos para nosso acampamento.

Estava tarde, já pra amanhecer, mas não dormi. Ao acordarem mais cedo, volto para a casa para encontrar Fidel, mais uma vez.

- como foi lá? Ficou nervoso? - Fidel enchia sua caneca com café, se apoiando na mesa.

- vi tudo de longe, não senti nenhum nervosismo, mas se você... estivesse lá... talvez. - sorriu.

- eu ficaria nervoso, não quero te perder tão cedo, nem nos casamos ainda. - riu, não parecia ser um tom de brincadeira.

- o qu- OI? - tosse com a fumaça do charuto, percebeu o que Fidel queria dizer. - vai- vai com calma, como assim "nem nos casamos ainda"?

- estou brincando, Ernesto!... ou será que não? - bebe um gole do café.

- é... você... tá tentando me paquerar? - pergunta genuína.

- talvez, se você não tivesse tanta beleza, não sei... admiro homens inteligentes, você é um médico.

- Fidel, você tá interessado em mim? Você estar tão paquerador com um homem, estou intrigado.

- hm... - termina o café. - você já experimentou? - olhou sério, não estava brincando.

- err... não, você já? - desviou o olhar ao terminar a frase.

- necessito, e quero que seja com você, aliás... nós somos companheiros, não é? ou talvez "éramos"?

- ... tá bom, me fode.

Só foi aquilo para tudo isso começar, lembro-me de várias cenas de nós juntos no chão, na cama... mas, não era desconfortável para mim. Me senti bem, um prazer bom e super confortável de sentir.

Ele era violento, mas com um certo cuidado, uma violência boa. Lembro-me também de chamar pelo nome dele: "Fidel! Fidel!", entre gritos e gemidos, ele nunca me bateu.

Quando tudo aquilo terminou, estava tomado pelo prazer do momento, ouvi ele dizer-me "Vamos salvar Cuba juntos."... me arrepiei.

Mais tarde, eu, Camilo e Aleida nos reunimos para conversarmos (e talvez fofocarmos juntos).

- cês viram o corpo da namorada do Almeida, benza Deus... - silêncio, Che está a fofocar.

- ih eu vi, sou muito mais o meu! - diz Aleida, jogando o cabelo pra trás.

- eu também, sou muito mais o meu! - diz Camilo.

- ah, eu queria... ela parece simpática, pelo o que eu vi na foto que o Almeida me mostrou..

- aí qual é a tua hein Ernesto?! - Aleida exclama, indignada.

- o que gente? eu só comente-

- tá na cara que aquela mulher é uma baita de uma piranha! - Camilo ria em seguida, com Aleida aplaudindo.

- disse tudo, aquela mulher nem lavar uma roupa ela deve lavar! - Aleida riu alto, mostrando deboche.

- mas né... quem somos nós para julgar? - os três começam a rir, era uma alegria genuína do trio maravilha.

Diz para Ele...Onde histórias criam vida. Descubra agora