𝗼𝗯𝘀𝗲𝘀𝘀𝗲𝗱 𝗯𝗼𝘆. ken ryuguji

𝟬𝟯. i know what kind of person you are

Eu estava trancafiado no quarto, pesquisando, perguntando e procurando sobre qualquer coisa em relação ao Izana. Não o conheço, nunca ouvi falar sobre este garoto e agora eu preciso saber se ele é realmente uma pessoa com quem Amaya pode conviver. Sei que isso é meio autoritário e eu nem sequer posso definir quem entra ou sai da vida dela, mas eu sempre dou o meu jeito para que ela perceba.

Falei com algumas pessoas da escola e um rapaz disse que ele se mudou este ano para o seu bairro, apenas ele e seu pai. Outra pessoa disse ter visto uma notícia no jornal sobre uma garota que foi agredida nas Filipinas, segundo a polícia o criminoso está foragido e não se sabe quem é ele, apenas que ele tem cabelos platinados. Muita gente pode ter o cabelo platinado, mas isso não deixa o Izana fora da lista de suspeitos.

A cada nova informação me fazia querer destruir aquele idiota. Se ele fosse tudo o que parecia ser, eu precisava afastar Amaya dele o mais rápido possível.

Peguei meu casaco e saí do quarto indo em direção a porta, saí de casa e segui caminhando até a casa dele, pois consegui o endereço. Enquanto eu caminhava por aquelas ruas eu pensava sobre muitas coisas; sobre o quão nocivo aquele louco poderia ser, o que ele poderia fazer para Amaya e como eu iria protegê-la. Ela não poderia correr um risco desses, de forma alguma!

Ao chegar em frente a uma casa de paredes amarelas, toquei a campainha e esperei que alguém abrisse.

― Olá, rapaz. Quem seria você? ― O próprio Izana atendeu. Tinha um sorriso amigável que me deixava irritado.

― Eu sou Ken Ryuguji, quero conversar com você sobre algumas coisas. ― Disse e ele me deixou entrar. ― Você se mudou há pouco tempo, não é? ― Ele assentiu com a cabeça. ― De onde veio? Filipinas?

― Como sabe? ― Ele sorriu perguntando.

― Seus traços, parecem ser de lá. ― Isso era verdade, mas não era por esse motivo que eu havia perguntado.

Ficamos em silêncio por um tempo até que eu o quebrei com mais uma pergunta.

― Você é amigo de uma garota chamada Amaya?

― Sim, a conheci há pouco tempo. Ela é um amor de pessoa, a menina mais doce que eu já conheci. ― Ele tinha plena razão, porém o seu interesse não era por estas características dela, tenho certeza.

― Ela é. Ela é incrível... e acho que eu nunca me perdoaria se algo ruim acontecesse com ela sem que eu conseguisse protegê-la.

― Você parece gostar bastante dela, mas por que diz isso?

Olhei no fundo de seus olhos, me aproximei dele e tornei a falar.

― Eu sei o tipo de pessoa que você é.

― Que tipo de pessoa eu sou? Eu não conheço você. ― Ele parecia confuso.

― Não quero que mantenha contato físico exagerado com a Amaya, não quero que você seja rude com ela, mas o que eu realmente queria era que você sumisse do mapa. ― Minha voz, assim como eu, se alterava a cada palavra proferida.

― Você deve estar me confundindo. Eu não faria nada a ela, eu não seria capaz de causar nenhum mal para uma menina tão preciosa e delicada. ― Eu sentia a ironia no seu tom de voz então o joguei contra a parede com raiva.

― Você é repugnante, Izana. Se você encostar um dedo na Amaya eu acabo com você. ― Ele se desvencilhou.

― Pode ficar tranquilo, o recado foi dado. Agora saia da minha casa, por favor. ― Ele abriu a porta e eu fui até ela.

Parei no batente da porta e olhei para ele.

― Eu sou capaz de qualquer coisa por essa garota e isso não é um exagero. ― Falei e logo saí da casa começando a caminhar de volta para a minha.

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― Kenzinho, eu e os garotos estamos pensando em ir a um parque de diversões que abriu aqui perto da escola. ― Mikey estava comendo um bolinho em formato de peixe sentado ao meu lado, provavelmente aquele era o seu café da manhã. ― Às sete e meia da noite de hoje. ― Ele deu outra mordida. ― Você vai? ― Perguntou Mikey já levantando do banco onde estávamos.

― Talvez, tenho que me distrair um pouco. ― Respondi e Mikey assentiu com a cabeça, então foi até Baji que estava mais distante.

Olhei para Amaya que estava em pé em frente ao seu armário enquanto suas amigas estavam conversando com ela. Pouco tempo depois Izana chegou perto dela e ela se virou para abraçá-lo. Os braços de Izana estavam em volta da cintura de Amaya e aquilo me provocava uma raiva inexplicável. Fechei a mão com força fazendo com que minhas unhas marcassem a palma da minha mão; meus pulsos queriam encontrar o rosto de Izana em um belo soco.

Eles conversaram um pouco e Amaya saiu de perto dele começando a caminhar em minha direção.

― Bom dia, Draken! ― Ela acenou com um lindo sorriso. O mais lindo que eu já vi. ― Como você está?

Eu estava preocupado, com raiva e ciúmes, então tenho certeza que a soma desses sentimentos não configuram "estar bem", mas eu não iria dizer isso a ela.

― Eu estou bem. ― Ela abriu os braços e eu recebi seu abraço com todo o prazer. Ela estava em pé e eu sentado, aquilo não era muito confortável, então a puxei com delicadeza para o meu colo apertando-a um pouco mais forte. ― E você? ― Perguntei olhando para seu rosto depois de separar o abraço. Ela sorriu envergonhada e eu vi suas bochechas se avermelharem.

― Bem. ― O sinal tocou. ― A aula vai começar, vamos. ― Ela saiu do meu colo e caminhou em pequenos passos rápidos em direção a sala; era bem fofo.

Caminhei atrás dela e olhei para o lado antes de entrar na sala. De longe pude ver Izana me observando com um olhar desafiador. Se ele tentasse algo ruim, eu não teria nenhuma pena ou misericórdia.