Anoiteceu. O sono chegou e eu adormeço rapidamente no sofá da minha casa. Os meus pesadelos voltam sempre que durmo, e desta vez não foi exceção.
Desta vez, estou a correr num prado de mãos dadas com a minha mãe, o céu está azul, com poucas nuvens, até que caio num buraco, grito a pedir ajuda, mas ninguém aparece, de repente a minha mãe espreita, acena-me e começa a rir, deixando-me friamente para trás. Depois um homem aparece e leva-me para um sitio cheio de miúdos da minha idade e somos obrigados a fazer trabalhos árduos para podermos comer.
Já é de manhã e o meu iphone toca, é a Elisabeth, eu atendo e ela só me diz para ir ter ao parque na baixa da cidade, depois desliga-me o telefone na cara.
No parque as minhas memórias eram ainda mais vivas do que na casa de Elisabeth, mas infelizmente não são muito boas.
Ely leva-me até um sitio em especial, era me aterrorizantemente familiar, perto do lago havia uma parte abandonada do parque por ser bastante escura e perigosa, principalmente ao pé dos baloiços. Ely começa a correr e automaticamente obriga-me a correr também, do nada Ely já não estava à minha frente, tinha caído num buraco fundo e gritava por ajuda. Entrei em estado choque, sentei-me ao pé do buraco a chorar, não sei, não conseguia controlar o meu corpo, as memórias que me vinham à cabeça eram as de quando era criança, e de uma certa forma um dejá vu.
Um homem aproximou-se de mim a gritar, a me chamar de otário por não ajudá-la, mas não lhe dei ouvidos, ele puxou-a para cima e ela juntou-se aos insultos. Ambos insultavam-me agressivamente até que Ely reparou que eu não estava bem, estava mais branco que papel, meu corpo tremia e minhas lágrimas escorriam sem parar, molhando tudo à minha volta.
Logo fui rodeado pelos braços de Ely, que era a única pessoa que sabia de um pouco do meu passado, ela pedia-me desculpa, mas eu continuava vidrado no chão, o meu corpo chegou a um ponto tão trágico que desmaiei.
Mais uma vez estou numa cama de hospital com Ely ao meu lado. O médico apenas dissera que tinha entrado em estado choque, talvez por causa de alguma coisa que me tivesse acontecido, e tanto eu como Ely sabemos bem o que é.
Em criança, os meus pais eram muito pobres e não podiam me sustentar, então fui tornado numa espécie de moeda de troca, a minha mãe colocou-me no buraco daquele parque e trocou-me por um milhão de euros, fui levado para uma casa de prostitutas para ajudar na limpeza em troca de comida. Um dia, o pai de Ely, que era um polícia, salvou todas as mulheres e crianças, incluindo eu. E Ely apaixonou-se por mim, assim como eu por ela.
Mas pensando bem ainda falta saber sobre uma pessoa nesta história, Ely está viva mas não era a única pessoa que eu conhecia naquele avião...
:D
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O Sr. Impossível
General FictionImcompreensivel, rude, mau, bruto, frio e insensível, sou eu o Sr Impossível. Sou aquele que todos odeiam, mas ao mesmo tempo não conseguem viver sem. De acordo com os homens, eu sou aquele que ninguém se deve meter, de acordo com as mulheres, sou a...