"Sei que acabamos de nos conhecer, mas quem liga? Eu só quero beijar seus lábios."
Onde Ariana conhece S/N em uma clássica 'Sexta da Pizza' com seus amigos, e acaba se atraindo completamente pela mulher mais jovem.
Iniciada: 08/09/22
Acabada:
"Eu não buscava amor, mas ela me encontrou." faye hall;
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S/N estava de folga.
Isso significava que poderíamos ficar em FaceTime o tempo que quiséssemos hoje. Para minha total alegria.
O dia se encontrava ensolarado. Às vezes me surpreende o calor que faz em Los Angeles, talvez seja porque a Califórnia, no geral, é quente.
Antes de entrarmos na chamada, fiz uma leve maquiagem para não me deixar com a cara limpa. Ela não está pronta para me ver assim ainda.
No momento, estou na varanda, deitada sob uma das espreguiçadeiras em frente à piscina. Conversávamos sobre coisas diversas, e eu adorava os abundantes assuntos que poderíamos explorar em um dia.
Do outro lado da tela, ela estava deitada no sofá, os ares-condicionados ligados e as janelas abertas enquanto ela tomava suco de abacaxi com hortelã.
Sugar Holly estava próximo. Podia ouvir seus latidos e suas corridas pela casa. Ao questionar, ela disse que ele corria atrás de sua bolinha azul, a mesma que brincamos quando fui na casa dela pela primeira vez.
Meus cachorros não eram diferentes. Estavam ao meu redor, brincando com suas bolinhas ou brinquedos de apertar, perambulando pelo quintal ou simplesmente aproveitando o sol, como é o caso de Toulouse e Myron.
Ambos estavam na espreguiçadeira ao lado. Eles lutavam por espaço mesmo tendo em mente que ela era enorme. No fim, o cachorro de pelos escuros desistiu de ficar ao lado do irmão e decidiu subir em cima de mim para encontrar conforto.
Ele aproveita o espaço. Se espreguiça e deita totalmente em mim. Faço carinho em seus cabelos e olho para frente, deparando-me com a visão nem tão agradável do muro inglês que minha casa tinha.
A maquiadora e eu nos encontrávamos num silêncio agradável. Pelo que vejo, ela assistia à algum programa de televisão qualquer.
Myron passou a subir mais e mais. Levantei o braço para dá-lo o espaço que ele tanto buscava, e no fim tive que sentar-me já que ele subia tanto que poderia sentar em meu rosto.
Ele rosna por um instante, continuando a subir. Quando ele chega na altura de meu pescoço, abaixo o braço e troco o celular de mão. O cãozinho inclinou a cabeça para cheirar o aparelho e ficou com sua cabeça tomando todo o espaço da câmera.
Afasto o telefone dele. Contudo ele volta a persegui-lo; latindo em protesto, ele arregala os olhos ao reparar que havia outra pessoa do outro lado da tela.
S/N, talvez curiosa com o barulho, virou a cabeça para frente e também arregalou os olhos ao ver meu bebê de olhos esbugalhados. Foi uma cena cômica de presenciar.
Rio alto e ela me acompanha, seus olhos transmitindo um pouquinho de choque. Myron voltou aos olhos normais e tentou lamber a tela de meu telefone, mas eu o repreendi com uma voz suave.
"Por que seu cachorro, suponho, estava olhando para mim daquele jeito?" Rimos mais pelo seu tom surpreso.
"Eu não sei." Baixo o olhar para meu cachorro. "Pode responder a pergunta dela, Myron?"
Ele late como resposta, retribuindo meu olhar.
"Bem, foi uma boa resposta. Mas não posso deixar de dizer que também me assustei com você, Myron." Disse ela, enfatizando o nome dele adoravelmente. "Aliás, prazer em conhecê-lo."
Latiu de novo.
"Ele disse que também é um prazer conhecer você. Certo, filho?" Mais uma vez, ele latiu e lambeu minha bochecha com a ponta da língua. "Eu também te amo, bebê."
De repente, o cachorro de pelos dourados saltou da espreguiçadeira e quis ficar em cima de mim também. Eu sabia o que estava acontecendo ali, e minha suposição foi ainda mais confirmada pelos rosnados.
Toulouse era um animal extremamente ciumento. Talvez tenha puxado de mim. Se não estou o dando tanta atenção, ele passa a rosnar e tentar tirar qualquer pessoa que estivesse perto de mim no momento.
Contudo Myron sequer ligou para o chilique do irmão. Permaneceu onde estava e o ignorou completamente. Pelo visto, ele havia se fascinado com S/N. Não o culpava, pois estava na mesma situação que ele.
Eu não poderia deixar o outro cãozinho na ponta da espreguiçadeira rosnar a chamada inteira. Então, como a boa mãe que sou, resolvi questioná-lo o que estava errado, embora eu soubesse desde o começo.
"Toulouse, se acalme, filho." Voltei a atenção para ele. "Mamãe não vai parar de te amar, não há necessidade de ciúme."
"Ele está com ciúme?" O questionamento dela se faz presente, e eu aceno com uma risadinha.
"Ele é muito apegado a mim, por isso o ciúme. Holly também é assim com você?"
"Depende da pessoa. Mas, no geral, ele não é tão ciumento."
"Ah, Toulouse é." O chamo com as mãos, ele desce da espreguiçadeira para me encontrar e começo a acariciar seus pelos do jeito que ele gosta. "Ele puxou a mim, com certeza."
As sobrancelhas dela se erguem. "Você é ciumenta?"
"Muito." Mordo os lábios. "Sou um pouco possessiva também."
"Em todas as suas relações? Tipo, amizade, familiar e namoro?"
"Mais familiar e namoro. Não sou tão ciumenta com meus amigos porque não fico tanto com eles no dia-a-dia. Especialmente depois da pandemia."
"Entendi." Ela umedece os lábios antes de eu abrir os meus para iniciar outro diálogo.
"Posso te fazer uma pergunta?" Myron deitou em meu peito e continuei a fazer carinhos em Toulouse. Ela assente com um som nasal. "Você gostaria de assistir um filme comigo hoje? Sabe, pelo virtual?"
"Claro! O que quer assistir?"
"Cinderela, a versão de 1950. Você gosta?"
"Aham. Eu costumava assistir quando mais nova, era um dos meus filmes infantis prediletos. Especialmente por conta da canção de Ilene Woods."
"My heart has wings, hm..." Cantarolo com a voz mediana, o suficiente para que ela escutasse.
"And I can fly..." A mulher continua, sorrindo para mim.
"I'll touch every star in the sky..." Fez um movimento com a mão livre, mexendo os dedos.
"So this is the miracle, hm, hm..."
"So this is love."
Nos olhamos ao terminar o verso da canção, juntas, e sorrimos uma para a outra. Algo me diz que vamos cantar mais esta música com o passar do tempo.
