A Caixa

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Sábado e domingo, diferentemente das outras pessoas (as normais) eu odeio esse dois dias. Chatos, entediantes.

Geralmente eu me sentava na cama com um  bom livro e alguma coisa pra comer, e como hoje o dia está insuportavelmente quente achei que um sorvete de charge com leite condensado serias uma ótima escolha.

Tudo seria uma paz imensa se eu conseguisse parar de pensar naqueles olhos. Ai meu deus, aqueles olhos! São uma perturbação!

Uma perturbação sem limites.

- Verena? - minha mãe  me chama - Vereeeeeeeeena?

-Que foi mããããããe? - eu grito em resposta.

Ela abre a porta, olha pra mim, tem uma caixa em suas mãos.

- Chegou agora. - disse ela olhando para a caixa, - É para você! - disse ela  olhando pra mim.

- Joga! - eu estendo os braços pra tentar garantir que não vai cair no chão. Ela joga. - Pronto, peguei

- Espero que não esteja mexendo com drogas, tchau! - virou as costas, fechou a porta e foi embora.

Tinha o tamanho de uma caixinha de sapato, todo encapado com papel pardo, em cima tinha uma etiqueta onde se lia: '"Para Verena Clemencia, cuidado com seus segredos" 

Meus olhos se arregalaram, meu coração disparou, fiquei pálida.

Corri em direção a minha mochila. Onde estava meu caderno?

É, com certeza não ali... será que alguém leu o que eu tinha escrito?

Corri para caixa, rasguei o papel rapidamente, abaixo do papel pardo uma outra etiqueta.

"Não entre em panico minha querida não achei todo o seu diário  mesmo assim CUIDADO"

Tinha adesivos por toda a caixa, ela rasgou ainda rápida porem com calma.

Lá dentro, diversas coisas que ela tinha perdido ao longo daquele ano, cartas nunca entregues, desenhos, paginas do caderno, e no fundo da caixa mais uma etiqueta.

"lembre -se

Olhos perseguem em todos os sonhos seus

Como eles conseguem se não são os olhos  meus"

depois disso,  não havia mais paz, nem tediosa tarde de sábado  meu sorvete já tava derretido e nem tinha mais vontade de comer.

O mundo parou. Quem achou aquilo? será que corro risco de ser exposta? 

Me sento na cama. 

Meu caderno está embaixo do meu lençol. me sinto mais calma, mas ainda assim ameaçada.

Era só o começo do jogo.

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