Acho que aqui era o começo da floresta. Quando chegamos eu pensei que ele tinha me levado lá pra me matar, talvez esse pensamento seja o reflexo do medo que habitava meu interior a semanas.
A unica coisa que tinha lá era uma casinha de madeira, já bem velha. Quando andei sobre a frágil madeira jurei que iria romper-se sob meus pés.
A Casinha tinha um quarto e uma sala junto a cozinha, A cama do quarto era de palha e na sala tinha apenas um sofá velho e rasgado. Dava de ver as baratas passeando por lá tão a vontade, como donas da casa.
- Nós vamos passar a noite aqui Verena - Ele me olhou serio - Sei que não deve te agradar nem um pouco, mas é o que temos pra hoje.
Então ele se jogou no sofa.
- Você pode ficar com o quarto, tem um lençol dentro da minha mochila . Ah! E tem uns salgadinhos também se você tiver com fome. Mas não deixe farelos sobre você e nem pela cama. - eu olho pra ele - As baratas também comem, lembre-se disso.
Sempre detestei baratas, então nem peguei o salgadinho pra não me arriscar.
Fui para o quarto meio a contra gosto, mas eu estava cansada e com medo, se não estivesse ficaria na rua até o sol nascer e voltaria pra casa.
- Mas e aquele negocio... Aquele negocio... - As palavras não saiam da minha boca.
- Aqui nada disso vai te atrapalhar, agora descanse, mas não tranque porta do quarto. - ele disse , ainda serio, ainda tenso.
- Tudo bem... - sussurrei. - Vou ir me deitar, boa noite.
E fui.
Para aquele quarto sujo, em uma cama de palha.
Coloquei aquele lençol branco e me cobri com meu casaco.
A final aquele lugar não era tão ruim. No meu quarto havia uma janela aberta, e ali, fora da cidade , longe das luzes dos postes, o céu deixava de ser preto e as estrelas deixavam de se esconder.
O ceu azul escuro, as estrelas espalhadas, e uma lua grande e redonda, a lu da lua entrava pela janela e chegava até a minha cama..
De certa forma aquilo fez tudo ficar mudo, meus pensamentos, minhas indecisões e meus medos.... Silenciou minha dor.
Então, la fora, onde as estrelas brilhavam, uma chuva de meteoros caiu.
E eu me lembrei daquele sonho. Daqueles rosto. E de uma imagem.
Alice com uma adaga matando minha mãe.
Mas Alice nunca faria isso... Faria?
fiquei nesses pensamentos ate cair no sono.
Quando me acordei de manha, o sol já estava forte e batia diretamente contra meu rosto.
-Verenaaaaa! - disse Kevin - Café na mesa!
Foi quando percebi que minha barriga pedia desesperadamente por comida. Levantei-me, um tanto quanto rápido demais de forma que quando cheguei na porta precisei me segurar pra não cair.
Dei mais alguns passos e quando estava quase na cozinha eu vi o chão se aproximando.
- Verena você está bem? - alguém me pega antes que a queda se concluísse
Não parecia a voz de Kevin, mas eu conhecia de algum lugar.
- Gente alguém alimentou ela? - Alice?
- Acabei de chamar ela pra comer, oras, ontem a noite ela não quis os salgados e ja tinha jantado. - falou Kevin.
- Austin? - eu perguntei
- É, sou eu - e abriu um belo sorriso, me ajudou a levantar e ficou serio novamente - Vamos, coma alguma coisa.
- Eu to bem, só me levantei rápido demais... - Falei normalmente, até me dar conta do que estava acontecendo - Perai! O que vocês tão fazendo aqui?
- Viemos te buscar - Alice respondeu
- Não exatamente, acho que Kevin fez isso por nós, viemos acompanha-los - disse Austin
- Não entendi. Vamos aonde? - perguntei
- Ao encontro da verdade Verena - Disse Alice
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Segredos
FantasyQuando sua vida é construída em cima de bases de mentira em alguma hora a verdade vem a tona.