Kevin

3 0 0
                                    

Chego em casa depois de ter sido interrogada novamente, por causa daquela velhinha que morreu. e me surpreendo ao ver em cima da mesa um passaporte e ao lado 3 malas.

Minha mãe chega na cozinha, com o cabelo ondulado, bem arrumada com um vestido preto, lindo, uma gargantilha e um batão vermelho. Confesso que aquela visão me deixou meio assustada, era um tanto assustadora.

- Olá - disse ela sorridente.

- Oi... - digo, quase sem reação. - Mãe, que mal lhe pergunte, mas onde a senhora esta indo?

- Bom, isso não diz respeito a você.

- Mas...- ela me interrompe

-  Não importa o que você for falar, tem comida na geladeira suficiente pra mais duas semanas, e algum dinheiro. Mais que isso eu não vou deixar. - Ela fez uma pausa.

Um carro preto, bonito e aparentemente caro apareceu.

Ela começou a me dar as costas.

- Não sei quando volto, é bom começar a trabalhar antes que o dinheiro acabe. - ela vai até a porta - Nem sei se vou voltar.

Ela sai e vai em direção ao carro, Ela parecia tão poderosa daquele  jeito. Mas... não entendi nada.

mas bem, acho que não faz tanta diferença assim. Sempre tive que me virar sozinha mesmo.

Passa-se quase uma semana. Foi uma boa semana  , me adaptei bem a morar sozinha, arrumei um emprego na livraria da esquina. Rose viajou pra casa de alguns familiares, pois ficou doente e eu não consegui tempo suficiente pra cuidar dela. O cachorro e a casa dela ficaram sobre minha responsabilidade e ela me pagava para isso.

Tudo acorria de forma normal e monótona todos os dias, sem cartas ou caixas misteriosas e sem mistérios, já tinha até me esquecido da existência disso tudo.

Era uma fria manha de sexta feira, eu me arrumava normalmente para ir a escola, quando a campanhia tocou.

- já vou! - gritei.

Peguei minha mochila e corri pra porta. Ao a abrir, vi um menino, que tinha aparentemente a minha idade, cabelo castanho cacheado, olhos castanho e um sorriso...

- Oi - ele disse - Você é Verena?

- Ah... Sim, sou eu. Em que posso ajudar? - perguntei, tentando lembrar se conhecia de algum lugar.

-Sou Kevin - ele estendeu a mão pra mim - Sou seu primo, Kevin Helena, eu sei o nome é um pouco estranho.- e sorriu.

Eu fiquei confusa. Como assim, primo? Nunca conheci algum parente que não fosse ela, minha mãe.

- Posso entrar? - ele perguntou

- Sim, por favor - eu disse. - vou buscar um suco pra mim você quer?

- Por favor! - ai meu deus que sorriso.

Vou até a cozinha e busco dois copos. Volto pra sala e começamos a conversar.

- - Mas então, por que você veio me procurar?

-Bom, eu vim na verdade te buscar.

- Minha mãe pediu? - eu disse esperançosa.

Ele abaixou a cabeça.

- Não, foi Alice que pediu...- ele disse, serio, com a voz grave.

Então eu simplesmente paralisei. Não sabia o que responder. Se perguntava por alise ou se mandava ele a merda.

- Ela precisa de você - ele disse - Você precisa dela... 

- Olha, ela fugiu por que ela quis, okay? - eu disse recuperando a calma -  Eu a amo, mas eu não posso abandonar tudo isso só por que ela ficou louca. Então acho melhor você ir embora. - comei a empurra-lo em direção a porta - Vá com ela! 

- Você não entende...  Verena!... - eu o interrompo

- Boa manha, tenho que ir pra aula.

E coloquei ele pra rua, peguei a mochila e corri pra escola,por que eu estava atrasada.

Chegando lá, recebi uma bela bronca do professor e do diretor, e fui mal na prova de química. 

Quando voltei pra casa, Kevin estava sentado na frente da minha porta.

- Oi! - ele disse.

E começou a me seguir. Bati a porta na cara dele.

———————————————————————————–

Era ( horas da noite, e eu tinha acabado de terminar de fazer minha janta. Kevin continuava lá. Começou a chover.

Me apiedei dele e o coloquei pra dentro

- Olha você até pode ficar aqui hoje, mas amanha de manha quero que você vá embora, e você vai dormir no sofá.

Não dei tempo pra ele me responder e me tranquei no quarto.

Que dia confuso, de repente aquele menino,com aquele lindo sorriso, trouxe toda a tempestade de volta. Mas bom, ao mesmo amanha de manha ele vai embora, e tufo isso vai acabar.

Eu espero...

Eu fico olhando fixamente para um ponto qualquer da parede desbotada, e deixando a minha mente viajar nesses devaneios sobre tudo.

para onde minha mãe foi? e Por que Alice fugiu?

Talvez eu devesse ir atras dela e... Não, não, melhor não. Tenho que ficar aqui.

Aqui é meu lugar.

Quando estou quase dormindo, um ponto preto surge na parede e começa a crescer e dançar, como as chamas de uma fogueira. penso em gritar, tento gritar, mas não consigo.

Quando a escuridão ja está quase em mim, Kevin entra e quebra porta.

- Vem! - Ele grita e puxa a minha mão. - Vamos embora daqui.

Atravessamos todos os cômodos rapidamente e subimos em uma moto. O cachorro de Alice começou a nos seguir.

eu já não sabia de mais nada.

SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora