Cheguei em casa trastornada pelo ocorrido.Abri a porta de vagar para não acordar minha mãe.
- Onde você tava? - Falou , Clara, Mãe de verena.
-Ah... - eu olho assustada - Na casa de Alice... Ela.. - Clara me interrompe.
- Não me interessa! - ela grita - São seis da manha e você tem aula as oito. Onde você perdeu sua responsabilidade, ein?
- A Alice sumiu e eu fui lá ajudar a mãe dela, só isso! - grito também.
- Não deu nem tempo. A mão dela vei rápida direcionada a minha cara. Ela nunca me bateu, na verdade nunca se preocupou.
- Vá pro seu quarto, você vai pra escola hoje. - ela falou mais baixo, se virou pro corredor - E não quero atrasos.
Ela voltou a dormir.
Clara nunca tinha se importado. Bom talvez isso tudo seja um sinal de que eu estava errada e na verdade ela se importa comigo. Afinal, por que mais ela teria essa reação?
desde que sou pequena, ela me dá apenas o necessário, não me dá atenção e nem fala comigo, sempre me virei sozinha.
SE ela foi sempre assim? Não sei. Na verdade não sei muita coisa sobre ela. Sei que tem 42 dois anos, é formada em direito e é minha mãe.
Não conheço parentes, avós, tios, nem mesmo meu pai sei quem é.
Perguntei muitas vezes e ela apenas me olhava com sua expressão de sempre, indiferente.
Guardo a carta dentro do meu caderno, onde está escrito o nome Clara, sim até mesmo sobre ela eu escrevo.
Escrevi em cima da carta " O DIA EM QUE ALICE ENLOUQUECEU!"
E guardo a mochila dentro do meu guarda roupa, semelhante como Alice havia guardado no dela. Minha mãe estava tão enraivecida que nem percebeu que eu trazia uma mochila de viagem nas costas.
Vou para o banho, afinal tenho que ir pra escola, não to mais afim de brigar com Clara.
Quando termino de me arrumar percebo que já estou atrasa e o ônibus tá na frente de casa.
Pego a mochila (da escola) e corro.
Na escola, no meio da aula os detetives que haviam me interrogado, entram na sala e pede para que todos os alunos façam uma fila na porta da sala do diretor.
Todos seriam interrogados.
Pela primeira vez sinto falta de Austin, ele não está na sala.
Como já havia sido interrogada, fiquei no meu cantinho, sentada perto da parede observando as reações dos meus colegas de classe, e anotando no meu caderno.
Estou tranquila, sei que tudo isso é inútil na verdade, Alice fugiu e não esta desaparecida.
Mas ainda assim, não consigo entender ela. Tinha uma vida tão feliz. Sinto sua falta. Me sinto tão incomodada com isso.
Sigo para o ônibus, todos já estavam lá dentro, faltava apenas eu.
Quando estou perto da porta, uma senhora chorando bloqueia minha passagem.
- Sou avó de Austin... - pausa para respirar, ela falava muito devagar - Ele sumiu... Mas.. Pediu que... eu... lhe... - um longo silencio, e mais choro - É uma carta... Pra você!
Eu pego a carta.
- Ah, obrigada - olho assustada, mais um sumiu? mais uma carta.
" Verena, sei que nunca nos falamos, mas Alice pediu que eu te escrevesse essa carta. Você tem que vir conosco. Você precisa.
É só você entrar na mata e seguir sempre a sul, até chegar a uma clareira.
Encontraremos você.
Espero ansioso pela sua chegada.
Ps: Você deve queimar as duas cartas hoje durante a noite, e durante a madrugada você deve sair de casa e partir ao nosso encontro."
Dobro a carta e ponho no bolso. Me viro para agradecer a senhora novamente.
Ela esta caída no chão, sangrando.
A avó de Austin havia morrido.
E eu tinha mais uma carta em mãos.
Nenhuma explicação me foi cedida, eu deveria apenas acreditar.
Mas eu deveria?
nem os anjos sabem.
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Segredos
FantasyQuando sua vida é construída em cima de bases de mentira em alguma hora a verdade vem a tona.