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Pov malu Camargo

Presumi que eu não teria que trabalhar na loja de vestidos hoje, já que dani havia escolhido a foto para a capa da revista e, até o momento, não havia feito nenhum contato pedindo para que eu fosse ao seu encontro.
Quando cheguei ao estúdio, notei que Arizona já estava lá me esperando.

— O que faz aqui tão cedo? Caiu da cama? — brinquei, indo até a mulher para abraçá-la.

— Você disse que viria cedo, então tive que acordar junto com as galinhas. — ela me abraçou de volta.

— Você, indiretamente, acabou de me chamar de galinha? — soltei-a e fingi estar ofendida. 

— Entenda como quiser, bunduda. — ela piscava tranquilamente com um sorriso cínico estampado em seu rosto.

— Por que ainda somos amigas? — perguntei.

— Porque eu sou maravilhosa e você me ama. — ela jogou o cabelo por cima dos ombros.

— Vamos, preciso te contar algumas coisas.
Fomos até o andar de cima do estúdio, onde ficava o pequeno escritório de pricila e a sala escura, onde fazíamos o trabalho de revelação de fotos.

— Adivinha quem vai fazer a cobertura completa da festa de comemoração anual da soomin Enterprise pelo quinto ano consecutivo? — pricila se jogou na cadeira estofada atrás de sua mesa,
bufando.

— O Times? — perguntei arriscando um palpite.

— Sim! O Times! Eu não admito isso, Malu! EU NÃO ADMITO!

Fechei os olhos. O ódio escorria de suas palavras.
A soomin Enterprise estava na lista das 10 empresas americanas com maior lucro do mundo e, como de costume, todo meio de ano patrocinava uma festa em comemoração ao marco na história da empresa.

Antes de pricila  namorou um dos jornalistas mais famosos do The New York Times. Na época, ela e Calliope eram apenas amigas e as festas da soomin Enterprise ainda não eram tão conhecidas. Com o tempo a empresa foi crescendo e pricila, como uma boa fotógrafa e publicitária, viu ali uma oportunidade de fazer seu trabalho crescer. Compartilhou com o então, a sua ideia de oferecer divulgação para a empresa em troca de um bom contrato e, depois de muita insistência, ela conseguiu com que Callie arranjasse uma reunião com o próprio Vincenzo soomin.
Até hoje não sabemos como, mas de alguma forma, o ex-namorado de pricila conseguiu fazer com que ele mesmo se encontrasse com Vincenzo, roubando a ideia da minha amiga, apresentando-a como sua e conseguindo assinar um contrato milionário entre a empresa e o jornal.

Pricila tentou recorrer à justiça, mas de nada adiantou, porque quando se tem uma grande quantia em dinheiro sendo oferecida pelo lado oposto ao seu, fica difícil calar a ganância daqueles que supostamente deveriam cumprir a lei.
Desde então, toda vez que o meio do ano se aproxima, pricila a fica irada, revoltada e com sede de justiça para que algum dia a verdade possa ser revelada.

Por ocupar um dos mais importantes cargos dentro da empresa, Callie sempre comparece aos eventos e, em todos eles, ela convida a noiva para acompanhá-la, mas pricila a sempre opta por sair com outros amigos, vulgo eu, para beber.

— Vem cá. — fui até perto da mulher sentada na minha frente e a abracei, fazendo com que ela se aninhasse em mim.

— Eu prometo que darei um jeito nisso. Custe o que custar. Eu vou encontrar uma forma de fazer aquele canalha pagar pelo que fez.

— Você é a melhor, Malu. — sua voz estava embargada, ela me apertou com força.

— Mas agora vamos falar de coisas boas!
Pricila a me soltou, limpou algumas pequenas lágrimas do canto de seus olhos e se ajeitou em sua cadeira.

the Rain (danilufca Onde histórias criam vida. Descubra agora