Todos os planetas • pjm + jjk • abo

[4] o asteróide de baixa densidade

Accidentally In Love (From "Shrek 2" Soundtrack) • Counting Crows

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Eu não posso acreditar que essa mulher teve a pachorra de chegar aqui antes da hora e sem aviso. Não é possível que a vida me odeie a ponto de interromper o momento em que consegui ter coragem o suficiente para me colocar nos braços da pessoa da minha vida. Que o universo seja capaz de se meter no instante em que finalmente descobri que sim, Jimin é tão bom, quero dizer, até melhor, do que imaginei em todos os meus sonhos mais sórdidos.

A raiva está borbulhando por todo o meu corpo de uma forma tão intensa, que me provoca uma dor chata na lateral da cabeça.

— Atende. Vou colocar um short — digo secamente. Jimin sente o mau-humor em minha voz e assim, me impede de sair debaixo do seu corpo.

Outra batida na porta e agora um chamado. Park ignora. Ele está segurando meu rosto, olhando profundamente em meus olhos. Está pesado sobre mim. Se movendo minimamente conta o meio das minhas pernas. Deixando nítido que se pudesse, fingiria não haver ninguém do outro lado da porta.

— Vou recompensar — beija minha boca, puxa meu lábio inferior —, meu garoto. Não fique assim. — Cheira o meu pescoço.

Resmungo de olhos fechados, não posso expressar outra reação após essa declaração. Se eu falar algo, a porta não será aberta e Hayan conseguirá arrombá-la. Essa mulher consegue tudo, ainda mais quando se trata do seu filho e dos planos que construiu para o futuro dele.

Confirmo com um leve movimento de cabeça, e tenho um beijo roubado.

Estou todo mole. Ele mexeu com todo o meu sistema nervoso. Não que não fizesse isso antes, mas é que, falar que sou o seu garoto na situação em que estamos, é diferente. Ah, sim! Muito diferente. Sinto que minha nuca não irá parar de esquentar e nem meu corpo de implorar por mais contato.

Por fim, saímos do sofá, ignorando, é claro, as batidas que se tornaram incessantes. Precisamos respirar, alinhar até mesmo nossa alma.

É nítido o quanto queríamos isso, todo esse contato que deixa o corpo bambo e sedento por mais, e não estava no roteiro que seríamos atrapalhados pela última pessoa com quem desejávamos contato. Estamos sem rumo e sei que a sala está impregnada com essência de alfa.

Sinto até mesmo ciúmes, pois pessoas aleatórias irão sentir e eu não posso. O que de mau fiz na minha outra vida?

Encaro Jimin de soslaio e ele movimenta a cabeça positivamente.

A passos pesados, Jungkook se encaminha pro quarto. Eu, feito alguém prestes a ser decapitado em uma guilhotina, caminho até a porta, mas não sem antes abrir a janela lateral da sala, está ventando e janela da cozinha está aberta, espero que a corrente de ar dissipe um pouco de todo o cheiro que lancei pelo cômodo.

De olhos fechados, espiro e inspiro profundamente. Toco a maçaneta.

Eu não consigo aceitar que minha noite, onde eu iria beijar meu ômega até ele se desmanchar abaixo de mim, foi interrompida assim. Só pode ser um teste da vida e se for, já está de bom tamanho, não quero mais.

Abro a porta sem ânimo e forço um sorriso assim que avisto as visitas. Ganho um abraço de Hayan. Esse contato físico é estranho e meu primeiro impulso é afastá-la, afinal, nunca me abraçava quando em sua casa, mas não devo fazer uma cena, então apenas aceito, engolindo forçadamente, meu incômodo.

— Sem blusa, meu filho? — comenta risonha enquanto me solta.

Por pouco, era sem roupa, minha senhora, mas infelizmente, você não tem uma coisa chamada desconfiômetro e acha que pode aparecer na casa dos outros sem um aviso.