Rapadura - Kacchako

Flodebolle

Olá gente!!! 

Eu sei que deveria estar escrevendo para minha outra história, mas uma onda de inspiração me atingiu e eu escrevi 10 fucking mil palavras em um dia, ou seja, tenho mais ou menos sete capítulos prontos.

Não sei mais o que dizer, só quero que aproveitem a história do mesmo jeito que eu me diverti escrevendo <3

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Bakugo olhou para o chão onde a pedrinha que havia acertado suas costas tinha caído, ele se virou e aquela maldita ainda estava lá, com o peito estufado e em posição para começar uma luta. Ela não ia sair de seu pé?

- Escuta aqui, ô Cara de Lua! - gritou irritado - Mexe esse seu traseiro pra bem longe ou eu-

- Bakugo-kun, você tá com medo de eu te superar!? - ela gritou de volta o interrompendo - Você sabe o que eu quero!

Ele cerrou os olhos vermelhos e colocou as mãos nos bolsos dos shorts esportivos, aquilo pareceu tirar a Bochechuda do sério e ele gostou disso, levantou o queixo a esnobando e disse:

- Tch, você é boa, Cara de Lua, mas não o suficiente pra treinar comigo.

Essa foi a permissão para Uraraka dar o primeiro passo. Com o rosto vermelho de raiva ela correu até Bakugo que desviou saltando da rasteira que ela tentou dar, Uraraka se protegeu do chute que levou e aproveitou a baixa estatura para passar por debaixo das pernas dele, acertando suas costas com uma cotovelada.

Katsuki se desequilibrou dando alguns passos para frente, surpreso por ela ter passado por sua guarda tão facilmente, ele olhou por cima do ombro e ela continuava ali, pronta para atacá-lo, o olhar de Ochako tinha uma pergunta silenciosa, algo como "Sou boa o suficiente agora?".

Um de seus típicos sorrisos sádicos se desenhou no rosto. Ela não sabia onde estava se metendo, Bakugo era muito mais do que um aspirante a herói número um, ele era um saco de determinação e disciplina, era capaz de pisar quem quer que fosse para atingir seus objetivos, Uraraka era boa sim, mas precisaria provar ser mais do que corajosa e petulante. E se ela insistia tanto em lutar, assim seria.

Pequenos estalos saíram de suas palmas suadas, como da primeira vez que lutaram no festival esportivo, ele não pegaria leve só porque era uma garota ou tinha aquela cara fodida de anjo, ele a destruiria e daria risada dos frangalhos da ousadia que um dia ela teve.

Quem deu o primeiro passo dessa vez foi ele, uma cortina de fumaça foi produzida por uma leve explosão do loiro. Em um momento ele estava à frente, no outro estava na retaguarda da adversária pronto para acabar de vez com aquela palhaçada de garotinha metida a heroína.

Uraraka sentiu um arrepio e desviou de um soco segundos antes dele poder acertar suas costas, ela girou e revidou com uma sequência de golpes que havia aprendido em seu estágio com Gunhead. Bakugo desviou de todos, bem, quase todos, estava tão ocupado com as mãos e pernas que não foi capaz de prever o último golpe, Bakugo segurou o joelho dela que vinha em direção ao seu abdômen, mas não escapou das duas mãos que seguraram em seu rosto, Ochako acertou seu nariz com uma cabeçada, Katsuki imediatamente a empurrou os afastando, zonzo com o impacto daquela cabeça dura.

O sorriso que Uraraka deu parecia acontecer em câmera lenta, "Desde quando essa maldita é tão... tão... argh!" Bakugo pensou, sem conseguir chegar a lugar algum, a respiração completamente desregulada denunciava seu estado.

A morena desfez a posição de luta, tirou o pó da roupa de ginástica e colocou as mãos no quadril o jogando para o lado, a expressão de Bakugo contraiu com aquela pose de durona.

- Você perdeu.

- É O CARALHO! - ele fez uma careta pela dor aguda no nariz, foi então que sentiu o líquido quente descer pelo rosto, ele estava sangrando, poderiam considerar aquilo como uma derrota, mas ele era orgulhoso demais - SUA VADIA! FOI GOLPE BAIXO!

Ela se aproximou e segurou em seu colarinho, o puxando para baixo, seus rostos ficaram a centímetros de distância, Bakugo ferveu de raiva, a xingava mentalmente de todos os palavrões que conhecia, mas não era capaz de mexer um dedo, suas orbes vermelhas estavam colados naquelas duas trufas de chocolate que Ochako chamava de olhos e ele nem gostava de doces.

- Eu vou treinar com você - falou baixo, o loiro não sabia que a voz da colega poderia chegar em um tom como aquele. Ochako o soltou e cruzou os braços, eles não precisavam dizer mais nenhuma palavra, porque sabiam que ela tinha vencido.

Ele pigarrou alto, frustrado e incapaz de falar algo contra a decisão, então o mais fácil era fazer o que fazia sempre.

- Eu não vou pegar leve, Cara de Anjo - Uraraka ficou vermelha com o novo apelido, Katsuki passou as costas da mão no nariz limpando o sangue - Eu vou fazer você querer desistir nos primeiros cinco minutos, eu não sou bonzinho como o merda do Deku, você vai se arrepender de ter cruzado meu caminho. Amanhã às cinco horas.

A última coisa que viu antes de dar as costas foi a bochechuda engolir em seco e se sentiu satisfeito ao pensar que a maior parte daquela cena não passou de fingimento, Uraraka era como uma flodebolle, tipo aquelas que a sua avó levava nos almoços de domingo, um doce com uma casquinha de chocolate por fora e um creme molengo por dentro. Ele tiraria a prova "Vamos ver quanto tempo essa baixinha metida vai aguentar" aquela fina camada de chocolate quebraria assim que desse um golpe mais forte, todo o recheio mole e doce seria exposto e ele estaria livre daquela encheção de saco.

Ele seguiu para os dormitórios do Height Alliance e percebeu que a garota não o seguia, não sabia onde ela tinha se enfiado, mas também não era da sua conta, não dava a minima para o que ela estaria fazendo ou de quem estivesse incomodando com aquele sorriso besta, ele percebeu que depois de entrar na UA qualquer momento sozinho passou a ser uma preciosidade.

- E ai, bro! Voltou mais cedo? - Kirishima o cumprimentou quando entrou na cozinha.

- É - foi curto e grosso, abriu a geladeira e pegou uma garrafa de um litro e meio que sempre deixava ali, quando se virou o ruivo estava escorado na bancada, ele analisou todo o amigo, as roupas de ginástica cheias de poeira, o nariz sujo de sangue e o mau humor mais atacado que o normal.

- Pegou pesado hoje...

- É, porra. Que que tu quer?

Kirishima espremeu os olhos, mas decidiu deixar toda aquela coisa pra lá, ele passou o braço por cima dos ombros do amigo e falou:

- Tá a fim de assistir um filme com o pessoal? Vai ter pipoca e refri, o Sero escolheu um filme daora, a Mina e a Ura fizeram mochis e...

- Nem fodendo - o interrompeu, saindo do toque, estressado só com a simples menção da cara redonda.

- Então tá, até amanhã.

Bakugo tomou um banho relaxante, reviu algumas matérias que teve na semana e ficou de bobeira em seu quarto, quando estava escovando seus e analisou seu reflexo no espelho, percebeu um pequeno corte que aquela maluca tinha feito em seu nariz com a cabeçada. Ele só tinha visto essas coisas na televisão, não achava que alguém fosse estupido suficiente para literalmente usar a cabeça contra o adversário, no fundo estava surpreso, já tinha testemunhado a determinação da cara redonda no festival esportivo, mas isso tinha sido no primeiro ano, eles não tinham se enfrentado novamente e agora ela só pode ter tirado essa ideia da bunda de querer treinar com ele, do nada.

Seu nariz provavelmente não ficaria marcado, mas uma onda de sentimentos misturados ferveram em seu sangue. Ficou frustrado por ter subestimado a maldita, a expressão de vitória naquele rosto redondo ainda estava fresca em sua memória o que o deixava puto, mas estranhamente não ficou com vontade de explodi-la.

Cuspiu a pasta de dente e jogou água no rosto, quando se deitou foi um pouco difícil de pregar os olhos, pensando em quando o despertador tocasse avisando que seriam cinco horas, estranhamente ansioso para o treino com aquela maldita flodebolle com cara de anjo.