Pudim

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Bakugo mal tinha terminado de beber sua batida e Uraraka entrara na cozinha, ela sorriu e deu um sonoro "bom dia!", ele revirou os olhos, lavou o copo e o deixou no escorredor.

Já faziam alguns dias que estavam treinando juntos, ele sempre chegava antes, aparentemente Uraraka tinha problemas para levantar da cama, já que seu rosto sempre estava amassado, mas o bom humor continuava ali.

Ela o esperava sentada na bancada mastigando uma barrinha de cereais, o loiro chegou perto e pegou das mãos dela a embalagem lendo o título chamativo, a bochechuda nunca comia algo decente de manhã e sempre terminava fatigada, parecia que ia cuspir todos os órgãos para fora.

- Barrinha seca tudo? Que porra é essa, Cara de Lua? - levantou uma sobrancelha olhando para as bochechas dela que ganharam uma cor rosada.

- São barrinhas pré-treino. Tem poucas calorias... - resmungou.

- Você precisa de energia, ô Bochechuda. Isso aqui é só um monte de conservante e açúcar ruim.

Uraraka fez um bico, descontente.

- Você tá sempre cansada, trata de cuidar dessa bunda ai, eu que não vou te levar pra enfermaria - bufou, indo até o lixo e jogando a embalagem fora - Vamo, tamo perdendo tempo útil.

Ele se recusava a fazer papel de babá, se a garota não queria comer algo que preste, não seria ele que a faria comer.

Os dois logo saíram dos dormitórios, o sol não havia nascido ainda, mas já dava pra sentir o orvalho fresquinho da manhã. Hoje era dia de treinar na rua, iriam aproveitar que a estação ainda não estava tão gelada, seguiram para a pista de corrida e começaram com voltas em um ritmo leve.

Bakugo usou o canto dos olhos para olhar para Uraraka, seu rosto estava corado pelo exercício físico, mas ela parecia bem e o estava acompanhando, decidiu correr um pouco mais rápido, já que não estava brincando sobre a parte de fazê-la desistir.

- Ei! Bakugo-kun! Calma aí, suas pernas são mais longas que as minhas! - ela exclamou cortadamente sendo pega desprevenida pelo aumento do compasso.

- Aqui não tem corpo mole, Cara de Lua. Devia ter ficado na cama, lá é lugar de preguiçoso perdedor - falou, ele pode ver um brilho passar pelos olhos da morena
Pronto. Ele tinha acabado de ascender o maior combustível humano, a provocação.

- Pode crer - foi o que ela respondeu e ficou quieta pelo resto do trajeto. Foram mais ou menos uma hora de corrida, Uraraka apoiou as mãos nos joelhos quando eles finalmente pararam perto da árvore onde Bakugo tinha deixado uma garrafa de água, ele tomou grandes goles e passou para ela.

Katsuki a observou concentrada em segurar a garrafa com as duas mãos e beber o máximo de água possível, ele achou a cena débilmente engraçada porque depois ela iria reclamar de vontade de ir ao banheiro, como fez nos outros dias.

- O que faremos hoje? - ela perguntou.

- Circuito de exercícios, depois vou te arrebentar na luta corporal.

Ochako torceu o nariz e Bakugo a explicou como seriam os exercícios, ela ouvia atentamente e não desgrudava os olhos dele, o que o deixou um pouco desconfortável.

Os dois treinaram pelas próximas duas horas, Uraraka estava cansada e lhe veio em mente a imagem dela comendo uma barrinha "seca tudo".

- Eu não falei que aqui não é lugar de molenga, porra? - ele disse mirando um chute na cabeça dela, Uraraka abaixou e rolou para o lado oposto, ao invés de se levantar, ela apoiou as mãos no chão e ficou ali, provavelmente estava tonta, Katsuki colocou as mãos na cintura e revirou os olhos.

Rapadura - KacchakoOnde histórias criam vida. Descubra agora