𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐈.

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Era manhã em Illéa.
No palácio, os servos corriam de um lado para o outro, era dia de limpeza no palácio. O príncipe já havia despertado após algumas batidas na porta de seu quarto, porém, levantar da cama era algo que ele não desejava fazer naquele dia.

Quando era dia de limpeza, o rei aproveitava para reunir alguns ministros e guardas reais para uma reunião, e seu filho era incluído nisso. Pedro detestava aquelas reuniões. Eram sempre os mesmos assuntos, nada que interessasse à ele. O rapaz pensara em diversas maneiras diferentes de fugir daquilo, mas como nenhuma resultaria em algo bom, ele resolveu se aprontar para ir ao show tedioso da vez.

Já no litoral, os piratas estavam na areia, apenas conversando sobre algo que ouviram dias atrás, a tripulação do Barba Negra, inimigo da tripulação local, estava por perto. Ninguém sabia se aquilo era real ou apenas uma história que fora contada para deixá-los assustados, mas todo cuidado era pouco quando se tratava do inimigo de Jones, o capitão Jones.

João Vitor, o braço direito do capitão, estava no navio, organizando algumas coisas na cabine, enquanto ouvia seu capitão.

──── Precisamos ajustar os canhões, preparar nossas armas, se Barba Negra realmente estiver por perto, ele virá até nós primeiro, para depois invadir as vilas por perto, e talvez até o reino! — o homem de olhos claros falava num tom de irritação, enquanto procurava pelo baú onde guardava sua espada.

──── Não acha que está sofrendo com antecedência, capitão? Não sabemos se tal história é verdade, ajustar os canhões agora pode causar um estrago maior e em outro ponto, não onde o senhor quer atingir. — ele disse enquanto terminava de limpar a estante, depois direcionou seu olhar ao capitão, que o encarou com um sorriso de canto. Sabia que João estava certo.

⛵🤴🏻

De volta ao palácio, Pedro caminhava até a sala de reunião real, suspirando pesadamente. Entrou e se sentou em seu lugar, sem falar com ninguém ali, a não ser acenar para Aspen, um dos guardas reais que estava presente ali, e também seu melhor amigo.

O rei conversava sobre diversos assuntos com os quatro ministros presentes ali, que anotavam  algumas coisas, talvez mudanças em leis? Melhorias para o vilarejo ao redor do palácio? Não importava, Pedro não prestara atenção em nada daquilo, nada o interessava. Ele sabia que deveria se importar com aquilo, posteriormente seria ele ali, conversando sobre tais assuntos com os ministros. O príncipe estava desenhando coisas aleatórias, até seus ouvidos e cérebro captarem uma palavra que fora dita em meio às conversas: Piratas.
Pedro era fascinado pelas histórias da tripulação local, por mais que nunca tivesse os visto, sua mãe sempre lhe contava alguma.

──── O que tem os piratas? — ele perguntou, apoiando os braços sobre a folha em que desenhava.
──── Um boato de que o pirata Barba Negra está por perto está rolando pelo litoral, um dos integrantes da tripulação do capitão Jones informou um guarda que por ali passava. — foi a vez do General Carter falar. — Dissera que era capaz de que até o palácio sofresse caso acontecesse tal saque.
──── Pois então reforcem a segurança ao redor do palácio, mandem soldados para o litoral caso for preciso. Não deixem esses marginais entrarem aqui.

O rei falava enquanto encarava o general, que assentiu, fazendo uma breve reverência.

──── Quem é Barba Negra? — Pedro perguntou, por mais que já soubesse de tal resposta.
──── É um dos piratas mais temidos, e segundo o pirata informante, é inimigo de Jones, o capitão da tripulação daqui. Nunca ouviu falar sobre ele? — Aspen respondeu o amigo, enquanto se aproximava da mesa onde o mesmo estava sentado. — Caso haja uma invasão, até você precisará lutar, alteza.

Pedro sorriu, afinal, fora treinado em todas as lutas desde pequeno. Quando ia responder, seu pai bateu a mão na mesa, indignado com o que ouvira do soldado, assustando todos ali.

──── Ele não vai, filho meu não luta em batalha.
──── Filho seu que é treinado desde criança luta sim. Se tiver essa invasão eu irei ajudar, queira o senhor, ou não. — respondeu firme, encarando seu pai. — Tenho mais o que fazer agora, se me dão licença… Aspen, preciso conversar com o senhor depois. — Disse antes de se levantar e deixar a sala.

Pedro não perderia essa chance de lutar contra piratas, ninguém seria capaz de o impedir, muito menos seu pai.

𝗍𝖾𝗆𝗉𝗈𝗌 𝖽𝖾 𝗀𝗅𝗈́𝗋𝗂𝖺. || 𝗉𝖾𝗃ã𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora