Capítulo 5

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Harry olhava de olhos esbugalhados para o outro Potter, que não tinha nada além de determinação em seu olhar. ‘Droga, se eu ficar morando com uma família da luz como os Potters, não poderei estudar os ramos mais… Questionáveis da magia’ ele pensou em pânico e tentou se afastar e colocar algum juízo naquele homem.

— Você não pode me levar para sua casa.

— Por que não?

— Você nem me conhece!

— Mas nós somos família! E você não tem onde morar.

Era verdade, mas Harry preferia um apartamento apertado na Travessa do Tranco, onde poderia estudar as Artes das Trevas e qualquer outro ramo de magia que quisesse sem medo, do que uma casa onde ele poderia ser julgado se apenas vissem os livros que ele carrega em seu malão.

— Não pode me obrigar a morar com você.

— É verdade, mas você ainda é um menor e não estará seguro morando com os trouxas.

— Charlus, eu não moro com trouxas.

— O quê? — o maior perguntou realmente confuso.

— Eu fugi da casa deles há um bom tempo, estive morando na Travessa do Tranco desde então. Além disso, se eu falar com o duende responsável pela minha conta, tenho certeza que ele pode achar um lugar para que eu more sozinho durante as férias.

— Mas você é menor-

— Não sou. Quero dizer, posso ser jovem em idade, mas já sou emancipado. Então por favor, não se preocupe mais com isso.

Quando Harry terminou de falar, o mais alto o olhava com uma certa expressão de mágoa nos olhos e o menino ficou preocupado que tivesse feito algo de errado. Suas dúvidas foram confirmadas quando o Potter disse:

— Você realmente não quer morar com minha família, não é?

— O quê?

— Você me deu várias desculpas para não morar comigo, eu fiz algo errado Harry?

O de olhos verdes estava verdadeiramente chocado agora. Este homem alto e forte estava realmente machucado apenas porque Harry não queria morar com ele durante o verão?

— Charlus…

— Tudo bem, eu entendo. Você deve estar machucado ainda pelo que os trouxas fizeram, não é? Por isso não confia em mais ninguém. — Charlus sorriu um pouco agora, traços de pena poderiam ser vistos em seus olhos — Está tudo bem Harry, eu entendo. Mas saiba que se precisar de um lugar para ficar, a qualquer momento, apenas me mande uma carta e irei buscá-lo na hora. Okay?

— … Ok. — o menino sorriu e viu um sorriso brilhante aparecer no rosto do outro, de uma forma que encheu seu peito de alegria e ele decidiu que faria qualquer coisa para proteger a inocência desse homem com espírito de criança.

Os dois se separaram depois disso e foram para as últimas aulas do dia. No jantar, Harry estava entrando no grande salão quando viu o grupo de Tom vindo da direção oposta, ele estava pronto para uma discussão, porém, sentiu uma mão agarrando seu braço e em seguida bateu contra um peito forte. O cheiro do perfume já era conhecido em sua mente, depois de passar horas com o garoto mais velho.

— Charlus! — Harry se afastou corando e bateu com o punho fechado no peito do homem que ria altamente.

— Te assustei Harry? Desculpa, queria te ver antes do jantar. — Ele passou as mãos pelos cabelos do menor e os bagunçou, fazendo o menino bufar irritado.

— Para com isso! — o de olhos verdes exclamou.

Harry então virou na direção de onde os sonserinos vinham, algo nele fazendo-o sentir-se culpado por suas interações com Charlus, mesmo que ele soubesse que não tinha feito nada. Seus olhos foram imediatamente para o rosto do líder dos sonserinos, Tom tinha uma carranca no rosto e olhava para Charlus com aborrecimento, mas ele não fez nada e apenas entrou no salão tentando não parecer tão irritado. Harry abaixou a cabeça, sem entender porque seu coração estava tão apertado.

Meu Amado Caos (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora