Capítulo II

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Roman olhava para a cena do crime seriamente. Ouvia murmúrios vindos dos homens da lei ao reconhecerem seu rosto. Christian estava ao seu lado observando atentamente seus passos.

- Este foi o local em que Carrie Bennet foi encontrada. - Roman se agachou onde a vítima havia sido morta e passou os dedos pelo sangue seco no chão.

- Não vamos encontrar nada aqui, há algo muito pior por trás de tudo. - Christian ficou curioso.

- O que o senhor descobriu? - perguntou.

Roman cogitou dizer o que estava pensando. Embora o jovem nunca questionasse suas ações, ele não acreditaria se contasse.

- No momento, apenas suposições, sem fatos. - Colocou as mãos nos bolsos do casaco. - Quantos homicídios aconteceram antes da morte dessa mulher?

- Onze homicídios independentes, foram reportados a nós como os "assassinatos de Whitechapel". As opiniões divergem sobre quais dessas mortes estão ligadas ao mesmo culpado. São amplamente consideradas como obras de Jack, o Estripador.

- Jack, o Estripador? - Ele franziu o cenho com o codinome que o nomearam. Christian assentiu com a pergunta. Roman voltou a analisar a cena do crime e se lembrou do relatório que havia lido sobre a saída da vítima após o trabalho. - Carrie terminou o turno às três e dez da manhã, ela não estava longe do bordel. Posso deduzir que, ao vê-lo, achou que era um cliente, e então ele agiu. Trinta minutos depois, a polícia a encontrou. - Perguntava-se se o assassino havia agido por vingança, ou um amor não correspondido.

- Acho que ele deve ter esperado por ela, e quando viu a oportunidade, a matou. - Pensou na hipótese do loiro. - Seria por vingança?

- Ele escolhe suas vítimas. A outra mulher assassinada não tinha ligação com Carrie. - Lembrou-se de algo. - Christian, você tem o mapa da cidade?

- S-sim... Está aqui! - Ele arrumou a mesa e colocou o papel sobre ela logo em seguida.

Roman vasculhou as ruas próximas aos bordéis, indicou onde eles estavam, tirou uma caneta do bolso e anotou.

- Nós estamos aqui. - Marcou. - Um mês depois, a segunda vítima foi encontrada no quintal de uma casa. - Rabiscou na folha velha. - Quero seus homens de guarda à noite nesta rua. - Apontou para o outro lado da rua.

- Sr. Gullit, essa rua é um beco que leva a vários bordéis. Será impossível saber a hora e quem ele vai atacar.

- Faça o que estou pedindo, Christian. - Olhou para o loiro. - Pense como um assassino. Se você tivesse desejo de matar uma pessoa, qual a primeira coisa que faria sem parecer um suspeito?

- Eu iria chamá-la para sair?

- E uma prostituta?

- Onde o senhor está querendo chegar c-com essas perguntas... - Sentiu suas bochechas enrubescidas.

Roman segurou os ombros tensos de seu parceiro.

- Você pagaria para ficar com uma prostituta velha, horrenda e medonha, ou uma atraente e encantadora? - Christian se sentiu encurralado com a pergunta inesperada.

- S-senhor... Estamos em local de trabalho!

- Ah, pare com isso, Chris! Não precisa ter vergonha! - Roman se divertia com a timidez do loiro. - Você precisa se soltar mais. Quem sabe essas moças dessa cidade te dão uma forcinha, hein? - Ele piscou para o jovem detetive.

- Com toda certeza você pagaria as duas se pudesse. - Um homem de cabelos longos e negros, de chapéu e sobretudo apareceu na porta.

Roman reconheceu o rosto do velho amigo e depositou suas mãos no bolso da calça.

Jack, o Estripador e o cavaleiro do infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora