Capítulo III

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Roman caminhava tranquilamente pelas ruas escuras de Whitechapel. Era seu segundo dia de investigação e não conseguiu nada que chegasse ao assassino, nenhuma prova e testemunha, o que dificultava seu trabalho. Sua mente não parava de pensar, criou inúmeras possibilidades de o assassino estar entre a polícia, ameaçando testemunhas.

- Desgraçado, ele só pode estar brincando com minha cara! - disse para si mesmo.

Acelerou o passo e decidiu ir ao bordel. Algumas pessoas pararam para olhar, apenas ignorou os curiosos.

Abrindo a porta sem formalidades, encontrou mulheres bebendo ao lado de seus companheiros. Ajeitou o casaco, olhou para frente e viu uma mulher de vestido longo e cabelos escuros caminhando em sua direção.

- Como posso ajudá-lo, senhor? - perguntou sedutoramente.

O detetive não mostrou nenhuma expressão. Ela estremeceu ao sentir seus olhos azuis a estudando.

- Eu sou o detetive Gullit. Preciso fazer algumas perguntas, se não se importar. - Foi direto ao ponto.

- Por favor, acompanhe-me.

Ele a seguiu até seu escritório particular. A bela moça abriu a porta e deixou o detetive passar. Ele entrou e ouviu a porta se fechar logo em seguida. Ela caminhou até sua mesa e se sentou. Roman fez o mesmo.

- Eu sei o motivo pelo qual o senhor está aqui, e já respondi as perguntas da polícia.

Roman não ficou surpreso. Ele começou a estudar o comportamento dela, que mantinha uma expressão neutra, embora constantemente mexesse os dedos.

- Segundo seu depoimento, a senhora se despediu de Carrie após ela terminar com seu último cliente.

- Carrie não trabalha mais para mim. Ela veio até o bordel para dormir por alguns dias.

- Ela teve algum desentendimento com algum cliente?

A mulher suspirou profundamente, como se estivesse cansada de responder a mesma pergunta várias vezes nas últimas semanas.

- Não, Carrie nunca se envolvia em brigas. - Pigarreou.

- Por que ela parou de trabalhar aqui?

- Nós temos uma política. Carrie estava faltando ao trabalho e atrasou o pagamento do aluguel onde morava.

O detetive olhou seriamente para a mulher, analisou suas respostas gravadas na ponta da língua, revirou o olhar para a mão dela sobre a mesa, o dedo esquerdo tremendo ligeiramente.

- Presumo que você cobre metade do salário de suas meninas e Carrie não aceitou sua política e decidiu trabalhar na rua. - Sorriu cinicamente. - Estou certo?

- O senhor não...

- Não se preocupe, não estou aqui para dificultar seu trabalho, só preciso dos nomes dos últimos clientes dela. - A mulher fechou os punhos. - Apenas quero que diga a verdade para mim.

- Carrie e eu tivemos uma discussão - revelou.

- Você não disse isso à polícia para não parecer uma suspeita.

- Exatamente.

- Qual foi o motivo da discussão?

Ela estendeu a mão esquerda para a gaveta ao lado, puxou um papel e entregou a ele.

"Sra. Michols, o prazo para o pagamento do seu aluguel expirou. Se não honrar sua dívida, pedimos que saia do seu quarto esta noite. Caso contrário, tomaremos medidas sérias. Obrigado pela atenção."

Jack, o Estripador e o cavaleiro do infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora