3.Diferentes tons de vozes

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Lena

Lena odiava se atrasar, tudo em sua vida era perfeitamente cronometrado. Porém, talvez, apenas talvez, ela tenha gostado do motivo do atraso.

Esse atraso tinha um nome. O qual ela se recusara a pronunciar em sua cabeça.

A CEO entrou no luxuoso restaurante ao som de uma canção de Jazz, baixa o suficiente para tornar o ambiente acolhedor. Ela foi recebida pelo metre que ficava na entrada, com as mãos para trás e com um olhar bondoso.

— Reserva luthor . — lena falou para um homem baixo de bigode.

— Ah, claro. Sua acompanhante já chegou. — O metre a informou.

Educadamente tomou a liderança e foi guiando luthor até a sua mesa, onde já estava ocupada por uma mulher loira de olhos verdes. Ela distraidamente olhava para baixo, com o olhar fixo em algum ponto do prato.

— Raquel? — lena  chamou o nome da mulher que mandou o e-mail confirmando seu encontro.

A loira  levantou os olhos e encontrou a CEO em pé com vestido preto elegante e um pequeno arranjo de flores em sua mão.

O metre se retirou sem que ao menos as duas percebessem.

— Desculpe o atraso. — lena  falou dando um passo para frente, estendendo um pouco os braços para frente oferecendo os lírios.

Raquel esticou os braços e pegou o buquê levando-o para perto de seu nariz, inspirando lentamente para sentir o perfume das flores.

A CEO a observou dando um passo para trás e se sentou à frente da mulher loira. Ajeitou-se na cadeira, trazendo-a um pouco mais próxima da mesa, pegou o guardanapo de pano do seu lado esquerdo e o colocou em seu colo.

— Tudo bem, eu acabei de chegar. — Raquel finalmente pronunciou as primeiras palavras e lena  não gostou muito da melodia de sua voz, mas isso não a incomodou. — Elas são lindas e caprichosas. -

— Elas realmente são. — A CEO concordou com um aceno na cabeça.

Assim como a garota que as fez. O pensamento fugaz e inapropriado para a ocasião passou pela sua cabeça.

— Senhoras? — Um garçom magro demais se aproximou com um bloquinho de papel amarelado nas mãos. — Desejam pedir algo para beber? -

— Uma dose whisky. — lena  pediu.

— Um cálice de vinho, por favor. — Raquel acrescentou logo em seguida.

— Claro, já trarei os cardápios para que possam escolher seus pratos. — O garçom disse enquanto anotava o pedido de ambas.

— Whisky, uau, um pouco forte, não é mesmo? — Raquel disse, colocando as flores quase que de qualquer maneira em cima da mesa.

Lena  não gostou do jeito que a mulher loira  tinha tratado o buquê. Ainda mais que vira como foi construído com o carinho pela portadora de quem o criou.

— É porque não trabalha em minha empresa, se trabalhasse onde eu trabalho beberia algo como um whisky também. — lena  respondeu com tom amistoso.

Uma das coisas que gostava de fazer era seduzir uma mulher e se para isso ela precisasse usar um pouco de humor leve, ela faria. E foi exatamente o que aconteceu, pois Raquel riu ao ouvi-la.

— Imagino que sim. Vejo que é empenhada com o trabalho.-lena  acenou com a cabeça.

O garçom chegou com as duas bebidas e entregou para as respectivas mulheres, juntamente com os cardápios.

Lena  não estava com apetite, mas ela precisava se distrair um pouco. Se desligar da empresa, principalmente liberar a tensão do pescoço, mesmo pequena, ainda presente.
Ela moveu a cabeça de um lado para o outro, mas o desconforto não veio como antes e seus olhos se direcionaram para o arranjo que estava descansando em cima da mesa.

A garota dos lírios Onde histórias criam vida. Descubra agora