16. O passado visitando o presente

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Kara danvers

Nora lembrava muito sua filha, cabelos castanhos cor de mel lisos. A única diferença era o rosto cansado, triste e preenchido por leves marcas de expressão.

— Você fugiu, realmente achou que não iria te encontrar? — Nora disse com desdém parada no meio da pequena loja, com a bolsa de palha a frente do corpo.

— Eu... Eu... — kara tentava balbuciar algo, mas o medo, a vergonha e todos aqueles sentimentos que sumiam aos poucos durante os dias, retomaram como um soco no meio do estômago.

Kara tentou andar, mas tudo parecia rodar em sua volta. Sua cabeça parecia explodir e o enjoo constante apoderou-se cravando dentro dela. Ela se agarrou a borda do balcão de madeira e o apertou até que seus dedos estivessem doloridos e brancos.

Não.... Não, pode ser.

Ela respirou fundo tentando se recompor.

Nora não deveria estar ali, kara estava começando do zero. A Florista começou a dar seus primeiros passos com muita dificuldade. Abriu a tampa do balcão e passou por ele, até que ficasse de frente para Nora, mas com uma distância que considerava segura.

— O quê... — kara queria falar alguma coisa, gritar, qualquer que fosse a palavra. Ela só queria que Nora voltasse de onde veio.

Aquela mulher fazia parte do seu passado nebuloso, e olhá-la naquele momento lembrava de absolutamente tudo o que dissera. Se não fosse seu pai confrontando-a, kara simplesmente não teria força o suficiente para enfrentar a mãe de lucy.

Mas Nora não estava errada totalmente, não é? Ela perdera a filha.

— Eu não consigo mais seguir em frente por sua causa. Minha filha, minha filhinha, kara. — Nora disse com a voz chorosa. — Porque não foi você? Ela tinha um futuro brilhante pela frente. — A mulher mais velha continuou, agora com um pouco mais de raiva, juntando as sobrancelhas.

A Florista prendeu a respiração e deu meio passo para trás, sentindo o impacto das palavras ditas. Palavras que nunca mais seriam esquecidas, alguém afinal desejava sua morte.

A culpa voltava mais uma vez, alcançando a superfície da sua mente.

Envergonhada.

Kara sentiu os olhos arderem, por demasia. Ela iria chorar, sabia que iria, estava doendo muito.

— Minha vida acabou, kara! Acabou! E você foge, continua sua vida. — Nora levantou a voz sacudindo a bolsa de maneira aflita.

— Eu sinto muito, eu já te disse, foi um acidente. A gente estava discutindo. — kara argumentou já entre soluços. — Eu a amava, Nora.

A mãe de lucy avançou dois passos em direção a kara e rosnou.

— Como ousa... — Nora fora interrompida pelo barulho do sininho da porta.

Kara olhou através do ombro da mulher e viu lena com a feição imaculada.

A CEO encontrou os olhos da garota e a faísca nascera no olhar.

Lena fitou kara seus olhos estavam vermelhos.

Lágrimas desciam livremente pelo seu lindo rosto. Ela parecia tão absolutamente pequena, com os ombros encolhidos e com as mãos contra o peito. Encurralada, com o medo exalando em cada poro. Lena travou o maxilar e suas narinas inflaram.

Seja lá quem fosse essa mulher, estava certamente causando grande sofrimento a sua garota dos lírios, e como uma grande combustão seu corpo foi tomado por uma forte onda de cólera.

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⏰ Última atualização: Oct 02 ⏰

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