4.Os segundos presos no olhar

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Lena luthor

A porta do elevador se abriu e lena fez seu caminho habitual para sua sala, desta vez nem sequer prestando atenção em Lucia.

Sua cabeça latejava constantemente, não de maneira forte, mas o suficiente para irritá-la. A noite com Raquel se estendeu mais do que deveria, uma garrafa de vinho inteira foi bebida. Talvez a dor de cabeça viera daí, porém acreditava fielmente que aquilo não bastava. Outra coisa a perturbava.

Lena acordou no meio da madrugada pedindo um táxi, sem que a mulher acordasse e antes de sair deu uma última olhada no arranjo de flores.

Acordou mais cedo do que o usual, tomou um verdadeiro e longo banho. Se vestiu e voltou para a casa de Raquel. Entretanto, desta vez não foi para falar com a mulher, e sim pegar seu carro que estacionou na noite anterior na frente da casa da sua acompanhante.

Dirigiu tranquilamente pelas ruas da cidade, com imensos óculos de sol que protegia seus olhos da claridade.
A manhã estava bonita, um pouco fria, mas ela sabia que durante o dia a temperatura iria se elevar.

Lena conhecia muito bem a cidade que morava.
Ela virou a esquina e sua cabeça virou para a esquerda quase que automaticamente. A CEO conseguiu ver rapidamente a floricultura passando por seus olhos escondidos pelos óculos de sol, pequena e charmosa, ainda estava fechada.

O que significava que a garota dos lírios não estava lá.

Lena desejou secretamente que Kara estivesse lá, mesmo sabendo que não desceria do carro para vê-la.
Sentou-se na sua mesa do escritório e logo atrás dela veio Lucia com papéis nas mãos e uma pequena agenda.

— Bom dia, Senhora Luthor . — A secretária falou quase que animadamente, mas com a voz baixa.

Conhecia sua chefe o suficiente, sabia que bebera além da conta na noite passada e que provavelmente se perdeu em mais de umas de suas aventuras amorosas.

Lena sempre chegava de mal humor e de óculos escuros que escondiam a metade do seu rosto, quando isso acontecia.

Lucia tinha suas próprias conclusões quando a sua chefe agia dessa maneira. Era como ela mesma se auto sabotasse, para tapar um lugar vazio que se fixava em seu coração.

Não se permitindo encontrar alguém que realmente para ela valesse a pena. A secretária realmente queria que a sua chefe encontrasse alguém, ela era simplesmente tensa demais, controladora demais.

— Bom dia, Lucia. — lena retrucou também baixo e um pouco cortante. — O que temos hoje? -

— Temos uma reunião, decidir os detalhes finais da temporada infantil. — Lucia falou verdadeiramente com pesar. Eram reuniões que sempre causavam dor de cabeça e ainda mais estresse para sua chefe.

Lena suspirou e apertou com as pontas dos dedos a nuca. Ela estava cansada, mas gostava quando o dia era desafiador. Ela gostava ainda mais de sentir aquele frenesi de uma discussão. Precisava se distrair com algo que gostava de fazer.

Kara zorel

Kara jeitava sua jaqueta jeans com mangas de moletom, enquanto andava apressadamente pela rua de sua floricultura. Já conseguia ver a caminhonete de Monel parada na frente da floricultura sendo descarregada de sacos de terra.

Ela abriu a bolsa rapidamente e tirou de lá um elástico de cabelo fazendo um rabo de cavalo frouxo.

- Bom dia, Monel! – Kara preparou um sorriso simpático para seu funcionário e o mesmo retribuiu.

Monel era magro, com os braços e ombros peludos, quase sempre usava uma blusa branca e um colete de pano verde com calças jeans surradas e tênis.

Sua barba era branca e sua boca era escondida por um bigode. Seus olhos eram verdes e transmitiam a mais absoluta bondade. Seu sorriso era amarelado pelo cigarro, mas Kara achava em geral um bom sorriso.

A garota dos lírios Onde histórias criam vida. Descubra agora