- São cinco moedas.
Retirando a mão do bolso, entrego as moedas sem contar, sai com exatamente a quantidade certa antes de sair de casa.
- Aqui.
- Obrigada, volte sempre..._ respondia a doce idosa.
Com um sorriso amarelado exibido para mim, retribuo com o mesmo. Sempre achei essa senhora uma boa pessoa, mesmo que seu filho tenha a roubado uma vez em sua própria padaria, era visível como o tratava bem mesmo com tamanho erro; sempre que passava em frente a sua padaria percebia como era a sua relação com ele.
Andando o mais rápido que podia, tentava chegar em casa antes de me molhar por completo pela chuva, as ruas com lamas dificultavam o meu andar, principalmente com cavalos passando com suas carroças e andarilhos pelas ruas, afinal, não teria sido somente eu que teria sido pega de surpresa pela chuva, escorregar neste momento de pressa, com certeza não estavam nos meus planos.
Vendo a pequena casa de madeira no final da rua, ando mais depressa e finalmente chego em casa, abrindo e fechando a porta rapidamente pela chuva e o frio, solto um suspiro e esfrego as mãos enquanto assopro um ar mais quente em meus dedos brancos e gélidos.
- Mãe, cheguei.
Deixando a compra a mesa, olho ao redor a procura dela e a vejo olhando a janela, mais uma vez inquieta em seus pensamentos, mas muda como sempre. Seu olhar vazio olhando a rua em movimento, seus cabelos grisalhos balançando com o ar vindo do lado de fora.
Me pergunto no que minha mãe tanto pensa, dês de sempre fui criada com o seu jeito quieto e pensante, mesmo sendo uma mãe amorosa para comigo, não fui maltratada por ela na infância, porém, confesso que sempre sentia curiosidade sobre o que sempre a faria ser tão pensativa; o que com certeza não mudaria com o tempo, já que infelizmente seu estado mental nos últimos anos estaria se deteriorando cada vez mais.
- Mãe... está se molhando com a chuva, é melhor a senhora fechar a janela...
Ando em sua direção e coloco minha mão em seu ombro, a fazendo sair de seus pensamentos e olhar para mim, me olhava por alguns segundos e depois para a mesa, indo até lá e pegando um pequeno vaso de barro com planta.
- Preciso colocar para pegar Sol, está morrendo.
E sem mais tempo para dizer nada, ela já saia e ia fazer o que tinha falado; com certeza a minha tentativa de lhe dizer que estava chovendo seria em vão, então a deixava fazer o que quisesse e me dirigia cansada até o quarto.
- Ainda bem que deu tempo de crescer o suficiente antes de sua mente lhe pregar peças..._ comentava baixo a mim mesma enquanto me dirigia até meu quarto.
Rindo com meu próprio comentário, me jogo na cama e fecho os olhos, era possível sentir um certo calor em meu corpo, mesmo com a chuva e o frio. Pensava em como faria para conseguir dinheiro nesse final de mês, essa preocupação sempre surgia em meus pensamentos, querendo ou não, o dinheiro estava acabando, assim como o remédio de minha mãe... Sem eles, seu estado piorava mais, o que só traria problemas, sair a procura dela pelas ruas de madrugada já estava fora de questão, principalmente depois da primeira vez, quase que tive que dar um gato novo ao vizinho...
Meus pensamentos acabam sendo interrompidos ao ouvir um som da janela, o som da chuva estava bem alto, porém, era perceptível o som de pequenas pedras sendo tacadas pela minha janela, até que esses sons começaram a ficar cada vez mais fortes, percebendo que pedras maiores eram tacadas.
Com um movimento mais rápido que o normal, abro a janela com as sobrancelhas franzidas.
- Quer quebrar as janelas?_ pergunto sem pestanejar.
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Sombras do Destino- O Despertar dos Reinos
FantasíaTítulo: Sombras do Destino- O Despertar dos Reinos Sinopse: Em um distrito esquecido e pobre, vive Aurora, uma jovem corajosa com uma vida marcada pelo sofrimento e pela luta diária pela sobrevivência. Cercada por amigos leais e determinados, ela vê...