Chapter One

1.9K 215 126
                                    

Não sei quem teve essa ideia pervesa.

Colocar centenas de adolescentes em escolas carentes de recursos... Dirigidas por quem já teve os sonhos destruidos.

Mas eu admiro o sadismo.

Estava caminhando pelo o corredor cheio de pessoas repugnantes exalando hormônios. Escuto barulhos vindo do armário - que tinha desenhos e palavras ofensivas - do meu querido irmão. Abro e vejo ele caindo lentamente na minha frente, com cordas entrelaçadas por todo o corpo e uma maçã em sua boca.

Agacho e tiro a fruta da boca dele.

- Eu quero nomes.

- Eu não sei quem foi. É sério! - Fala desesperado. Anojoso. - Foi rápido demais!

Começo a desamarra-lo.

- Pugsley, emoção é sinal de fraqueza. Recomponha-se.

Ele murmura.

- Agora.

Continuo desamarrando, mas ao encostar nele, acabo tendo uma visão.

- Socorro! Socorro!

Pugsley estava sendo amarrado por um grupo de alunos e um deles o colocando dentro do armário.

Volto a realidade.

- 'Ce tá bem? - Pugsley me pergunta me fazendo sair do meu transe.

Eu não vou confessar pro meu irmão que venho sendo atormentada por visões. Elas aparecem sem aviso. Parece terapia de eletrochoque, mas sem a satisfatória queimadura após.

- Deixa comigo. - Me levanto e vou andando.

- Wednesday? - Meu irmão chama, me fazendo parar. - O que você vai fazer?

- O que faço de melhor. - Dou um singelo sorriso e sigo novamente.

Não demoro pra chegar onde eu queria; área de aulas de natação. Vejo o exato grupinho que amarraram o meu irmão treinando.

- Aí Dalton, olha a irmã do Pugsley, ali. - Um deles aponta pra mim.

- Aí, ô, esquisita. Esse treino aqui é fechado. - Eles riem.

- A única pessoa aqui que pode torturar o meu irmão sou eu. - Ergo os dois sacos lotados de piranhas.

- Que porra é essa? 'Vamo dar o fora daqui!

Jogo os na piscina e vejo elas indo em direção à eles em um velocidade descomunal.

- Corre! Vai, vai, vai.

Quanto mais elas se aproximavam, mas a minha satisfação aumentava.

Perto.

Tão perto.

A maioria dos que estavam na piscina, conseguiram sair, mas um... Um deles foi lento o suficiente para as piranhas chegarem nele.

E foi lindo, tão lindo que eu sorri em completo êxtase.

[...]

É sempre muito agradável ver meus pais sendo carinhosos e melosos um com o outro. Uma das milhares coisas que eu não vou fazer na minha vida desgostosa.

- Filhinha, ainda vai continuar dando esse gelo na gente?

- Lurch, será que pode lembrar a meus pais que eu não estou falando com eles?

Meus pais tiveram a ideia mais estúpida que um ser humano pode ter.

- Eu prometo, minha viborazinha, você vai adorar Nevermore. - Meu pai fala.

Promise - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora